segunda-feira, 30 de abril de 2007

Urbanoide

Estão todos muitos ocupados.
Estão presos a suas respectivas rotinas.
Estão completamente cegos e calados.
Escondem-se atrás daquelas velhas cortinas.

Por um instante acreditei que podia encontrá-los.
Por algum momento pensei que me acolheriam.

Mas estão todos muitos ocupados.
Estão presos a suas respectivas rotinas.
Estão completamente cegos e calados.
Escondem-se atrás daquelas velhas cortinas.

Durante alguns segundos pensei que a minha cura poderia curá-los também.
Durante algum tempo achei que sorrisos, conversas e olhares poderiam
mudar o presente.

Mas estão ocupados com suas obrigações.
Estão presos aos seus velhos conceitos.
Estão sem palavras e sem visão.
Estão escondidos em suas tocas.

Não se preocupam, não se descuidam.
Não perguntam, não procuram.

Desaparecem entre fumaças de monóxido de carbono.
Admiram o céu mais cinza do planeta.
Vivem na corrida de carros parados.
Esquecem de coisas humanas.

E depois reclamam...

Assistem bombardeios e mudam de canal para ver algo mais interessante.

Estão todos muitos ocupados.
Estão presos a suas respectivas rotinas.
Estão completamente cegos e calados.
Escondem-se atrás daquelas velhas cortinas.

27/03/03

domingo, 29 de abril de 2007

Dica de uma balada muito boa hoje:



Lone Ranger, Echo Sound System e DigitalDubs na Aldeia Turiassu.


SERVIÇO
Local: Aldeia Turiassu Rua Turiassu, 928 - Perdizes
Data: 29/04/2007
Horário: 22h
Preço: Antecipado: R$ 15,00
Porta: R$ 20,00
Informações: (11) 3865.3055 / 3864.4795

Mais?
http://www.myspace.com/echosoundsystem
http://www.myspace.com/digitaldubs

sexta-feira, 27 de abril de 2007

O importante é fazer

Fecho o caderno de cultura do jornal. Respiro. Balanço a cabeça para um lado e para outro e num movimento delicado atiro o jornal na parede. Bosta! Bosta de jornalismo e de jornalistas que já perderam o sentido da vida, da profissão e da ética. Perderam ou nunca aprenderam os objetivos do jornalismo. Sim, estamos em crise e ela não começou ontem e nem há uma semana. Isso vem de tempos. Triste. Louvamos aqueles que são chamados de exceção. No meio de tanta sujeira e de tanta falta de profissionalismo ainda existem aqueles que salvam o jornalismo. Não darei nome aos bois. Não é preciso.

Pra onde o jornalismo vai, eu não sei e talvez nem queira saber. Sei de como está hoje, quase do mesmo jeito que há 5 anos. Lembro de quando entrei na faculdade, me chamavam de xiita, radical máster e mais sei lá o que. Talvez eu via o que eles ainda não enxergavam. Um jornalismo chato para cacete, cheio de regras, de mal profissionais e de egos enormes. Um jornalismo mal apurado e com jornalistas trancados dentro das redações. Poucos nas ruas. Muitos na net.

As redações estão cada vez menores, poucos jornalistas trabalhando por três ganhando o salário apenas de um. E o veículo ainda custa caro nas bancas. Profissionais não enxergam o futuro e muito menos reparam no presente que vivem. São cegos ou surdos ? Quem quer pagar para ler informação ? No mundo de hoje a Internet dá todos os tipos de informação sem pagar nada para o determinado veículo. Existem ainda os blogs que furam atualmente todos os jornalistas noiados em garantir seu único furo de reportagem. Pasmem! Ainda prefiro aquele que dá por último a notícia, mas com muito mais conteúdo. Às vezes me pergunto se esses que trabalham, criam e produzem no meio da Internet já leram algum livro do Pierre Levy. E tiro minha própria conclusão: Não. Deveriam viu? Uma ótima e obrigatória leitura para quem quer mexer com a Internet.

Volto aos jornais chatos. Jornalistas de mal com a vida só sabem criticar a música que vem do nosso país. Dão espaço apenas para os gringos, que normalmente são bandas que reproduzem o som dos anos 60 e 70. Totalmente retrô. E ainda tenho que ler que é inovação. Hahahaha inovação é o que acontece aqui meus caros. Pesquisem, procurem, a cada dia surge uma banda melhor nesse país que inventa um novo jeito de fazer música. Mistura, mistura e mistura. Pronto. Fica um som incrível e mesmo assim não são pautados nos jornais.

E de que adianta só criticar ? O importante é fazer diferente. Me aguardem, a xiita finaliza projetos e quando estiver pronto, aviso vocês.

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Jornalismo Cultural

Jornalismo cultural. Acho que essa expressão é um pouco incômoda, pelo menos para mim. Porque acho que os reporteres dos outros cadernos que não sejam o de cultura, olham com o certo desdém para quem é dessa área.

Mas vamos atrás do Aurélio... Se o conceito esclarece que é cultura todo o ambiente à parte na natureza que o homem criou para sobreviver, não só físico como também de regimentos sociais - o que numa leitura mais atual seria o nosso cotidiano urbano, então desde o repórter iniciante que foi cobrir a nova contratação do time de futebol até àquele senhor que trabalha há uns 30 anos e que escreve com maestria sobre os seus semelhantes no Senado ou na Câmara, todos eles estão fazendo jornalismo cultural, documentando a cultura. Ainda que segmentada, devido à sua enorme abrangência.

As pessoas tem uma visão meio distorcida do que é jornalismo cultural. Acham que é divertido! Divertido é escrever sobre o que se gosta, ver a matéria sendo comentada por ai... devem achar que jornalista da área de cultura tem uma vida boa, sempre escutando música, indo a cinemas e mostras de filmes brasileiros, hollwoodianos e russos. Esqueci dos iraquianos. E os shows? Que beleza, não? Mas não é apenas isso que é cultura. Cultura está em tudo.

O que observamos hoje nos chamados cadernos culturais dos jornais seria o que ficou subentendido como atividade 'lúdica' (música, pintura, etc) que o homem desenvolve, mas que mesmo assim sustenta todas as outras e/ou é aproveitada por elas. Obra de arte, a arquitetura de Brasília? Pois é de lá que vem a decisão de quanto você vai pagar de juros na prestação da geladeira nova. Achou fraquinho o exemplo?

Foi assim que se criou a indústria cultural, ferramenta com que a população é controlada de acordo com as convicções de determinado governo. Mas ai você pensa: Como uma novelinha inocente ou uma história em quadrinhos pode regular a minha vida? Então preste bastante atenção daqui pra frente quando for ler a resenha de um lançamento de CD qualquer no jornal, por exemplo. Procure pela gravadora, depois vá pesquisar qual é o seu faturamento e depare-se com a quantidade de outras empresas com que ela é ligada. Inclusive aquela agência de publicidade, na qual trabalha o publicitário que elaborou a campanha do atual presidente da república, pode estar fazendo parte desse conglomerado empresarial.

De repente ninguém mais entende como a qualidade dos programas de TV pode ter caído tanto. Siga meu raciocínio... povo ignorante é vantagem pro governo, nada mais natural para o maior nome do entretenimento nacional lançar umas cinco Darlenes por ano. Essa lavagem cerebral indireta parece ser mais sanguinária do que a propaganda descarada de governos autoritários ao extremo.

Portanto, daqui pra frente, não mais menospreze os jornalistas culturais. Com a simples resenha de um CD da Calypso ou do último filme do Homem Aranha, eles podem estar mudando o rumo da sua vida. Tenha medo deles! Medo esse que os envolve nessa aura de falta de credibilidade de que gostam tanto de ostentar e de que falem mal.

quarta-feira, 25 de abril de 2007

O jornalismo de hoje não é o mesmo de antes

O jornalismo de hoje não é o mesmo de antes. Mas também não é muito diferente. Antes, Oswald de Andrade, Augusto de Campos, Niermyer escreviam nos jornais. Antes, a burguesia Nacional havia chamado este mesmo arquiteto para um projeto moderno-maluco: Brasília. Antes, os estadistas investiam em Estatais e as lutas sociais ampliavam os direitos democráticos dos cidadãos e do trabalhador. Hoje, o Estado Mínimo.

Algo mudou.

A história não chegou a fim, como diz Fukoyama ("O Fim da História"), e nem configura-se uma realidade democrática tal que não haverá mais conflitos fora da área da cidadania. E este não pode ser apenas um processo das inovações tecnológicas e da nova ciência da comunicação. Configura-se, na verdade, um período de total consolidação do capitalismo como modo de produção, junto aos regimes democráticos capitalistas e envolto em certa ideologia de transparência e respeito internacional aos direitos humanos. Mas isto, às custas de maior aperto nas contas do Estado, (diminuição do Estado), e nas contas do capital acumulado. a margem de lucro das empresas é cada vez menor, e portanto, o corte nas despesas é cada vez maior. E a riqueza que apresenta maior potencial de variabilidade é a mão-de-obra, o salário do trabalhador. Não à toa, as reformas trabalhistas, a flexibilização dos direitos, o aumento do desemprego e a tendência à concentração ainda maior de capital.

O jornalismo entra nesta chave.

O jornalismo não pode mais dar-se ao luxo de ter repórteres em excesso, de pagar muito por colunistas, de arriscar-se com seu público-leitor com posicionamentos próprios etc. O jornalismo cortou gastos de maneira radical e mudou sua forma-conteúdo para uma mais rentável em uma época de arroxo econômico mundial.

O jornalismo também cresceu, por outro lado, com a rapidez e a profissionalização de um jornalismo rápido e prestador de serviços. Muitas revistas internacionais hoje trocaram sua fonte principal de lucro do material impresso para a internet. As pessoas conseguem facilmente achar informação gratuita na internet. Vende-se, hoje, PV (page views) de banners de publicidade.


Ainda assim, jornalistas dedicados, interessados, meios menores, fazem um jornalismo mais aprofundado e de debate. Mas já sabe-se que o jornalismo precisa de informação ágil e que as pessoas consomem isto.

Bem sabemos que se uma matéria sobre celebridades atrair mais o público que uma matéria sobre o mercado de trabalho, será priorizada. Sem romantismos...

A tendência é o jornalismo de revistas, se tornar via web. Revistas como Vogue, Time, e outras, estão fazendo esta transição. A Abril ainda não entrou nessa por incompetência. Os jornais impressos já consolidados, como a Folha e o Estado, devem continuar a vender seu material impresso, pois as pessoas não gostam de prestar atenção em letrinhas na tela do computador, (isso ocorre com os livros).

Mas, para onde vai, não sabemos, ainda que eu ache que não vai para lugar nenhum se a sociedade não for junto!

terça-feira, 24 de abril de 2007

Modelo francês de fazer jornalismo !

Roberta Namour de Montpellier - França


Febre nacional! Nos transportes coletivos, nas ruas, nas escolas e faculdades. Os jornais gratuitos invadem a Europa. Uma receita de sucesso que tem sido a salvação dos grandes grupos de mídia.

Na França, o impacto é ainda maior. Detentora de índices vergonhosos sendo o país europeu que menos lê jornais, o fenômeno dos gratuitos chegou em boa hora na terra do croissant. Matin Plus, Montpellier Plus, Metrô ... jornais que atingem em cheio um nicho até então mal explorado: os jovens.

Face a crise nacional que domina os principais meios de comunicação, os franceses decidiriam aderir à moda. No cenário geral, jornais em recessão, em baixa de vendas ou estagnação. Como “salvá-los” custa caro, a idéia mais plausível se traduziu em distribuir informação gratuita. Eles chegam aos leitores em formato de tablóide, bem ilustrados e com um poupourri de atualidades. 20 minutos é o tempo suficiente para percorrer todas as páginas e para se sentir bem-informado.

Logo nos primeiros meses de distribuição, o prognóstico dos grandes grupos se confirma: um sucesso absoluto. Todo mundo conhece, todo mundo lê!
Que bela merda... quanto desgosto.

O jornalismo francês ajoelha ao capitalismo. Diria mesmo que ele se prostitui. Ingênuo são os que pensam em democracia da informação: jornais grátis ! De grátis, só têm o nome. Por trás de cada exemplar, uma máquina de fazer dinheiro. Jogam nas ruas tablóides de péssima qualidade que evaporam em segundos. Anunciantes que disputam cantos de páginas do produto popular em questão e um esquema financeiro de dar inveja.

Os jornais pagos de nível nacional não correm nenhum risco com a chegada dos gratuitos, pois são eles mesmo que os mantém. Montpellier Plus é mantido pelo jornal Midi Libre, que por sua vez é controlado pelo Grupo Le Monde.

Um poder que se rende às regras do capitalismo. Uma geração desinformada. Um país equivocado.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

O jornalismo caminha .... pra onde ?

Com a chegada da Internet, sites e blogs dispõem conteúdos: fotos, textos e vídeos totalmente gratuitos para os internautas. Estamos em outra Era: não existe mais a necessidade de pagar para ler e ter acesso ao conteúdo de um determinado veículo.

A nova Era assusta muitos chefões antigos das redações e incentiva jovens profissionais a inovar no jeito de fazer jornalismo. A cada dia aumenta o número de jornais gratuitos distribuídos nas ruas, em transportes coletivos, escola, teatro, cinema e etc...

O importante é pensarmos e questionarmos: para onde estamos indo e onde queremos chegar. E principalmente se esse novo modelo de jornalismo se diferencia do que estamos acostumados a ler.

Por isso, convidei algumas pessoas para escrever sobre esse tema nessa semana no meu blog.

Mande seu texto para
marianaserrano1@gmail.com

sexta-feira, 20 de abril de 2007

DiCaS


Hoje e amanhã tem show da banda pernambucana Nação Zumbi na chopperia do Sesc Pompéia.

Serviço
Local: Sesc Pompéia - Chopperia.
Data: 20 e 21/04
Horário: 21h
Preço: R$ 25,00; R$ 19,00 (usuário matriculado). R$ 10,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado e dependentes). R$ 12,50 (acima de 60 anos e estudante com carteirinha).


quinta-feira, 19 de abril de 2007

Violência Moderna

Já nos acostumamos.
Fomos obrigados.
Estamos conformados.

A nossa realidade já emite outros sons.
A nossa realidade emite outras imagens.
É a nossa verdade vista e ouvida pela violência.

Não importa mais o nome da cidade.
Elas já têm a mesma realidade.

Ao invés de ouvirmos:
- Tem um trocado?
As nossas janelas já se fecharam...
Os nossos olhos fingem em prestar atenção em outra situação.

A cada tiro, os nossos ouvidos ‘puros’ têm a coragem
De acreditar que são fogos de artifícios.

E assim, artificialmente a nossa sociedade tem a frieza de dizer que vivemos.
Vivemos sim, vivemos fingindo o que não somos.

Corações sólidos.
Corações de metais.
Corações modernos.
Não quebram, não chocam, não choram.

Se modernidade hoje corresponde à descaracterização,
Desculpe pela honestidade, mas estamos mortos.
Mortos vivos, mas mortos.
Porque vemos e não fazemos.
É mais prático. Apenas aceitamos de olhos fechados, é claro.

O ser humano, o mais inteligente ser, me decepciona.
Procura sempre o mais complicado.
Perdemos as razões e as emoções de viver.

Já não existe mais beleza onde se vive.
Só há tristeza. Tristeza ignorada.

O mundo precisa de sorrisos sinceros.
Falsos, estamos cheios.
Precisamos mudar os conceitos.
Precisamos rever o que entendemos por modernidade.

Moderno não é ser só prático.
A prática está ligada à tecnologia e não em nossos sentimentos.
Sentimentos não são e jamais serão modernos.

Por isso o coração pode e deve chorar.
A sociedade nem sempre impõe o correto.
Porque o meu coração sangra e chora.
E tenho a plena certeza que o seu também.

Porque devemos ser apenas nós mesmos.
Porque se você não sabe, um sorriso sincero é melhor do que deixar de ver.
Deixar de ver por temer...

Essa poesia foi escrita por mim no dia 14 de novembro de 2002. Postei ela hoje por achar totalmente atual após ver as cenas feias do tiroteio do Rio de Janeiro e da escola americana que insiste em dizer que o assassino é sul coreano. Detalhe: ele vive nos EUA desde quando tinha 5 anos.

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Lee Perry apresenta Panic in Babylon - um baile regado a dub, reggae e poesia

foto do Zé Gabriel - www.zega.com.br

Los Alamos já estava no palco quando entrei no show e logo fiquei de cara. Sou suspeita para falar quando há um integrante da banda tocando gaita. Os argentinos mandaram muito bem. Virei fã. Quis ser por alguns momentos a menina da gaita. Mas só por alguns instantes. A banda formada por Stephen Wright (guitarra), Kirk Service (baixo), Noel Salmon (teclados) e Sinclair Seales (bateria) começou a tocar por volta da 0h30 e de repente entrou ele, devagarzinho, quase parando, iluminado de tantos acessórios que usava e com um chapéu de mago. Uma imagem inesquecível. Um som incrível. Uma pena para aqueles que não sabiam do show... confesso, a divulgação não foi boa mesma. Resultado? Um show quase vazio. Bom para dançar, ruim para o mestre. Falando em ruim, o que eram aqueles seguranças ? Andavam sempre em quatro homens, pareciam até cachorros noiados procurando algo. Relaxa! É reggae, é dub, é um som do caralho que não dá para ficar parado observando não. Dancei como se fosse a última vez que escutaria aquele som ao vivo. Foi a última vez. Triste, porque o cara é muito bom. I love you too baby!

terça-feira, 17 de abril de 2007


Que ele seja mesmo um E.T. um ser de outro mundo. Ele fala, eu acredito. Bobos são aqueles que ainda tiram onda. Lee Scratch Perry é considerado o gênio do reggae, o criador do dub. O homem que ensinou, ajudou e apresentou ao mundo a sua revolução musical. Teve uma grande presença na vida de Bob Marley: produziu discos e mostrou o punk rock, resultado? Punky Reggae Party. E levou o reggae ao grupo The Clash, que encantado gravou Police & Thief (hit americano de Perry e Junior Murvin).

Aos 32 anos montou seu próprio selo: Upsetter. E convidou alguns amigos para formar sua banda de estúdio: os irmãos Family Man e Carlton Barret no baixo/bateria, o guitarrista Alva Lewis, o tecladista Glen Adams e Max Romeo nos vocais. Depois de um ano, Lee Perry conseguiu a primeira turnê de um grupo jamaicano na Inglaterra. Com um reggae instrumental inspirado no filme: Return Of Django, Upsetters se apresentou durante seis semanas em casas de shows.

E foi nessa que Lee Perry e Bob Marley se cruzaram, já se conheciam do ska, ambos trabalharam com Coxsone no Studio One. Mas Os Wailers (Bob Marley, Peter Tosh e Bunny Wailer) brigaram com o Coxsone e ficaram com o Lee Perry como o produtor da banda. Resolveram se juntar Wailers + Upsetters e produziram uma quantidade enorme de clássicos (Small Axe, Duppy Conqueror, Kaya, Put it on), mudando a história e o rumo do reggae. Bob teve o sucesso alcançado e Perry ficou conhecido com um dos grandes produtores da Jamaica.

O grande momento acabou por volta do ano de 1971. Apesar disso Perry ainda trabalhou com Marley esporadicamente ao longo dos anos, como na gravação do importante "Jah Live" e na concepção do álbum "Rastaman Vibration", além de outras produções como "I know a Place". Os Wailers ficaram com os irmãos Barret, e assinaram um contrato com a Island em 1972. Os outros músicos seguiram seu caminho e Lee Perry ficou com o nome Upsetter, chamando novos instrumentistas para seu próximo projeto.


Lee 'Scratch' Perry construiu um estúdio nos fundos de sua casa chamado Black Ark. O local virou uma usina musical com produções inovadoras à frente do seu tempo. A Island Records assinou com Perry um contrato de distribuição, e seu estilo acabou chamando a atenção de figuras como Paul McCartney. O estúdio era freqüentado por muitas pessoas até que um dia ele expulsou todos os estranhos à paulada e assim abandonou aos poucos a produção do famoso Black Ark. Dizem até que ele mesmo colocou fogo, mas a família nega.


Em 1987 trabalhou com o produtor inglês Adrian Sherwood e a banda Dub Syndicate e lançou o clássico Time Boom X De Devil Dead considerado uma obra-prima. Decidiu morar na Suíça com sua esposa e nesses últimos 15 anos, a carreira de Perry decolou. Faz show em muitos países quase sempre com Mad Professor com quem gravou muitos discos.


Com 71 anos, nascido no interior da Jamaica, o grande mestre é atração principal do Abril Pro Rock hoje no Via Funchal em São Paulo. E você vai perder essa ? Corra!!! Ainda tem ingressos!!

domingo, 15 de abril de 2007

em busca do sol


Programão. Ontem no final de tarde fui fazer uma das coisas que mais gosto nessa vida. Ver, admirar e viver o pôr do sol. E por incrível que pareça ontem foi aqueles dias que pegamos trânsito e saímos correndo entre os carros olhando apenas para a esquerda, porque o sol...ahhhhhhh o sol tava uma bola de fogo ... muito laranja entre os prédios. Uma visão meio bizarra e ao mesmo tempo linda. Mesmo com aquela faixa de poluição. Chegamos. Sentamos entre todos os cachorros, crianças e amigos. A praça do pôr do sol estava lotada e gelada. E esse momento é único. Parar de fazer tudo para admirar uma das belezas naturais mais lindas. Aquele arrepio gostoso, aquela sensação de que você está vivendo e aplaudindo um grande espetáculo. Pena que aqui nessa cidade as pessoas não param para ver. Sinto falta disso, sabia ? Todo dia era quase a mesma coisa, dava 17h eu já me preparava para resolver de onde eu veria o pôr do sol e com quem. Jericoacoara é assim. A cidade pára só para aplaudir mais um espetáculo da natureza. E lá tem tantas opções de locais para assistir com as dunas, o morro do Serrote, a Pedra Furada, o caminho de volta do Preá para Jeri e o melhor lugar é claro: no Naturalmente. Pelo menos para mim. Sentava no deck, pedia meu suco de melancia com limão e assistia o sol afundar no mar.

sexta-feira, 13 de abril de 2007

foto:Alexandre Schneider/UOL

Ingresso na mão... entramos, o show do Velvet Revolver já tava rolando e de longe pude ver a cartola de Slash com seu cigarro na boca básico. Muito bom, mas eu não imaginava o que o próximo show seria tão incrível, aquele de te deixar sem palavras por alguns instantes. Aerosmith entrou no palco às 22h50 com todas as energias possíveis e que presença de palco. E que som contagiante que não conseguia parar de dançar. Então de repente, tudo parou, quer dizer, só eu e minha mente. Olho ao redor... coisa de paulista. Pessoas de braços cruzados parados olhando o palco. Coisa de paulista que tem essa mania de analisar o som, o show... oh coisa chata... é só se soltar, deixar a alma livre e você vê que de repente você e a música já são uma coisa só, o teu jeito de dançar já é o reflexo do som que entra pelos ouvidos. Olho ao redor novamente e percebo que estou já em outro patamar, as pessoas que me cercam (amigos) estão todos há muito tempo no reflexo, cada um do seu jeito, uma pulando o mais alto possível, o outro como se tivesse sapateando, um no vai e vem com as costas e o sorriso aparece nos rostos. O show foi do caralho e agradeci muito por ter passado aquela noite lá, eu e as 62 mil pessoas certeza.

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Virada Cultural 2007



Olha só, a 3ª Virada Cultural de São Paulo já está com os dias marcados e com toda a programação pronta. O número de atrações é grande: cerca de 350 e os locais dos shows: 65. As datas são 5 e 6 de maio e é aqui a minha crítica!!!! Nos mesmos dias que acontece o skol beats???? Assim não dá!!! Outra, faltou um palco na praça da paz do parque ibirapuera!!!

Mas tudo bem, segue a programação abaixo:


Palco Praça Da Sé

18h - Alceu Valença (Espelho Cristalino 1977)

21h - Andrew Tosh (Jamaica)

0h - Nação Zumbi (Da Lama ao Caos 1993)

3h - Racionais MCs e convidados



Palco Boulevard São João/Anhangabaú


18h - Aguiar e Banda Performática

20h - O Teatro Mágico

22h - Sergio Dias

0h - Clube do Balanço convida Erasmo Carlos

2h - Grooveria Eletroacústica convida Ed Motta

4h - Gerson King Combo

6h - Skowa e a Máfia (La Famiglia 1989)

8h - Karnak 10h - Pato Fu

12h - Premeditando o breque

14h - Língua de Trapo (Disco Azul 1982)

16h - Moraes Moreira e Armandinho (Cara e Coração 1977)

18h - Zélia Duncan


Palco Vieira de Carvalho


18h - Os Cantores de Ébano

19h45 - Evaldo Gouveia 21h30 - Gafieira Brasil

23h15 - Ângela Maria

01h - Cauby Peixoto

2h45 - Fernando Ferrer (Cuba)

4h30 - Samba de Rainha

6h15 - Yara Marques (marchinhas)

8h - Traditional Jazz Band

9h45 - São Paulo homenageia Antonio Rago

11h30 - Ademilde Fonseca

13h15 - Doris Monteiro

15h - Tito Madi (Balanço Zona Sul 1966)

16h45 - Orquestra Tabajara


Palco Barão de Itapetininga


18h - Percy Weiss

19h45 - Tutti Frutti

21h30 - Serguei

23h15 - A Patrulha do Espaço

1h - Made in Brazil

2h45 - A Chave do Sol

4h30 - Golpe de Estado

6h15 - Beatles 4ever (Magical Mystery Tour 1967)

8h - Rogério Skylab

9h45 - Cólera (Pela Paz em Todo o Mundo 1986)

11h30 - Ratos de Porão

13h15 - Garotos Podres (Mais podres do que nunca 1985)

15h - Os Inocentes

16h45 - Camisa de Vênus


Palco de Dança Anhangabaú
18h - Escola Municipal de Bailado -“Les Sylphides”

19h - Cia de Dança Ivaldo Bertazzo -“Milágrimas”

20h - Cia de Dança de São José dos Campos (FCCR) - ”Suíte Don Quixote” (R.Shei)

21h - Ballet Stagium “Dança Chico Buarque” (Gidali/Otero)

22h30 - Cia Omstrab (Fernando Lee)

24h - Balé da Cidade de São Paulo - “Divinéia “ (Jorge Garcia)

1h - Grupo Raça - “Tango sobre Dois Olhares” (Roseli Rodrigues)

2h - Discípulos do Ritmo/ Frank Ejara e Convidados -Funk Fanáticos e Quemical Funk

3h45 - Djembedon - Fanta Konate e Peti Mamandi

7h15 - Moçambique de São Benedito de Cunha

8h30 - Índios Pankararu - “TORÉ”

9h15 - Pastoril “Grupo Ó de Casa”

10h - “Entranças“ - Grupo Balangandança

11h40 - “Os Favoritos da Catira”

13h15 - “Alma Portuguesa - Tudo isto é fado” (João Roberto de Souza)

15h15 - “Os Meninos do Morumbi“

17h - Moçambique da Nova Gameleira”

17h30 - “Congo Feminino da CABANA”


Praça Ramos

24h30 - “Corpo Incrustado II” - Célia Gouvêa

12h30 - “Corpo Incrustado II” - Célia Gouvêa

Teatro Municipal

18h - Raul de Souza (Sweet Lucy 1977)

21h - João Donato (A Bad Donato 1970)

0h - João Bosco (Centésima Apresentação 1983)

3h - Jards Macalé (Farinha do Desprezo 1972)

6h - Central Scrutinizer Band (Overnight Sensation 1973/Frank Zappa)

9h - Germano Mathias (Ginga no Asfalto 1962)

12h - Sérgio Ricardo (Deus e o Diabo na Terra do Sol 1963)

15h - Zimbo Trio e Fabiana Cozza (O Fino do Fino 1965/Elis Regina e Zimbo Trio)

18h - Paulo Moura (Radamés 1959)


Piano Na Praça D. José Gaspar

18h - Nelson Ayres

20h - Debora Gurgel

22h - Amilton Godoy

24h - Leo Mitrulis

2h - Guilherme Ribeiro

4h - Christianne Neves

6h - Giba Estebez

8h - Andre Marques

10h - Nelson Bergamini

12h - Michel Freidenson

14h - Mario Boffa Jr

16h - Laercio de Freitas


Calçadões - XV de Novembro

Pista 1

18h - dj Carlos d Justo

20h - dj Dabolina

22h - dj George Actv

00h - dj Maxwell

2h - dj Kammy

4h - dj Ramilson Maia

6h - dj Snoop

8h - dj Camilo Rocha

10h - dj Mara Bruiser

12h - dj Mau Mau

14h - dj Felipe Venancio

16h - dj Andy


Pista 2

18h - Barizon

20h - Tati Sanches

22h - Corejoy LIVE

23h - Jokke Ilsoe (DINAMARCA)

1h - Shamanix

2h30 - Demonizz

3h30 - Duophonix

4h30 - Fabio Leal

6h30 - People

8h - Teen Sluts LIVE (MÉXICO)

9h - Rodrigo Leal

11h - Broken Toy LIVE (ÁFRICA DO SUL)

12h - Vidigal

14h - Visual Paradoxx LIVE (ISRAEL)

15h - Skulptor LIVE

16h - Gui Milani

18h - Propulse LIVE

19h - True to Nature LIVE (DINAMARCA)


Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, Largo do Paissandu


Missa conga - 11 horas
Terno de Congo 13 de Maio de Goiânia - GO
Banda de Congo de Ibiraçu - ES
Moçambique da Nova Gameleira - MG
Congo Feminino da Cabana - MG
Moçambique de São Benedito de Cunha - SP


Teatro e Circo na Praça da República

18h - Cia. Teatral Controvadores - Num meio dia de fim de primavera

19h30 - Cia. Troue Serapiões - O rapaz que apanhou das moças por não saber namorar

21h - Clube da Sabotagem - A melhor fatia ou o que Doroti quer

22h30 - Grupo Experimental de Teatro - Aquele que diz sim e aquele que diz não

0h - A Fornalha - A Praga

1h30 - Grupo Alma - O Reveillon de 77 - O Apólogo do Pato Selvagem

3h30 - Teatro da Diversidade - Vinicius, uma homenagem a mulher

5h - Grupo Quebra - Cabeça - A Armadilha 6h30 - Serial Cômicos - A Farsa do Boi

8h - Cia. Tetral a Vaca Tossiu - Contos de Ferver o Mar Rei Valentim

9h30 - Desencontrarios - O Ursinho que não Queria Dormir

12h30 - Cia. Du Xuxu - Circo do Xuxu

14h - Inventa - Desinventa

15h30 - La Mínima - Reprise

17h - Acrbático Fratelli - Circorreria


Intervenções Volantes pelo Centro

Russo Jazz Band
Dobrados Desvairados - Lívio Tragtemberg
Pandurados na Cidade - ARES - Ateliê de Performance
Monociclo - Rodrigo Racy/Cicolando
TV Maluca/Risopatrulha - Rocokóz
Banda Palhaçal - Circo e Cia A Folia Pede Passagem - Trup Trolhas
Guarda de Trânsito de Pessoas - Kerson Formis
O Fuscalhaço - Grupo Manifesta de Arte Cômica
Furufunfum Móvel -Furunfunfum
Teatro de Marionetes - Rafael Leidens
Auto-mútuo-conhecimento - Tânia Mello Neiva e Tatiana Tardioli
Alexandre Roit - Quixote
Pat e Lincoln -Bicicletas
Ivo 60 -intervenções
Fabio Phantom
Arkanus
Vinixsour Ghost
Al Santsu
Leeloosionist
Mágico Doug
Lui Rick
Mágico -Oz
Fogança - Abacirco


Palcos Cardeais


Guaianazes - Praça de Eventos - zona leste

21h - Rene Sobral

23h - Grupo Redenção

1h - Arlindo Cruz

3h - Leci Brandão Pedreira - Sete Campos - zona sul

10h - É de Cantar e de Brincar - Cia. Do Miolo

12h - Ao Cubo

14h - Dudu Lima

16h - Cordel do Fogo Encantado

18h - Farufyno Parada de Taipas - Campo Do City Jaraguá - zona oeste

10h - Histórias do Japão - Cia. Provisório- Definitivo

12h - Trilhas e Raízes

14h - Roto Roots

16h - Edu Ribeiro

18h - Expressão Regueira Parque da Juventude - zona norte

10h - Canópolis- Patrulha Canguru

12h - Arruda Brasil

14h - Luiz Carlos Batera convida ‘Black Rio’ Original

16h - Rappin’Hood

18h - Almir Guineto


Teatro nos Parques


Parque do Povo - Teatro Vento Forte

14h - As 4 chaves

16h - A Centopéia e o Cavaleiro


Parque Raul Seixas

15h - A Princesa Africana e a Cobra Leão - Grupo Mão na Luva


Parque Guarapiranga

15h - Perfeição - quando a tempestade nasce das luzes -manicômicos


Parque Jardim Felicidade

15h - É Nois na Chita -Namakaca


Parque Santo Dias

15h - Circo Navegador


CEU’s


Alvarenga

19h - Jorge Mautner (aula show)

16h - Duofel Aricanduva

17h - Naná Vasconcelos (aula show)

17h50 - Espetáculo: O fantasma em cena


Butantã

18h - Espetáculo: Zé da vaca

17h30 - Chico César


Campo Limpo

18h - Geraldo Azevedo

11h - Espetáculo: Idéia de jerico

14h - Espetáculo: O soldadinho de chumbo

16h - Banda vocal Persepton


Casa Blanca

19h - Davi e Moraes Moreira

14h - Espetáculo: Um dia especial


Cidade Dutra

16h - Espetáculo: Dita Onça e Cabra Rita

15h - Maurício Pereira

17h50 - Theo de Barros e Ricardo Barros


Inácio Monteiro

19h - Alaíde Costa 11h - Espetáculo: O Encantado Circo Estrela


Jambeiro

17h - Edgard Scandurra


Meninos

18h - Fernanda Porto

10h - Espetáculo: A menina que descobriu a noite


Navegantes

18h - Gabriel Moura

10h - Espetáculo: Simão e o Boi Pintadinho

16h - Tetê Espíndola (aula show)

17h50 - Espetáculo: A Peleja de Deus e do Tinhoso Pru modi Cipriano


Pq Sao Carlos

18h - Espetáculo: Gandhi

11h - Espetáculo: Cidade Azul

Tarde hip hop

17h50 - Danilo Caymmi


Pq Veredas

18h - Tom Zé

15h - Espetáculo: O catador de lixo


Paz

18h - Cida Moreira

15h - Adilson Godoy (Trios brasileiros)


Pera Marmelo

20h - Cidadão Instigado

16h - Chico Pinheiro


Perus

18h - Jane Duboc (aula show)

15h - Espetáculo: Portinari Pé de Mulato


Rosa da China

18h - Eduardo Agni, Flavio Venturini e Mônica Salmaso

14h - Espetáculo: Terreiro de Folia


São Mateus

18h - Thaíde

10h - Juca Chaves


São Rafael

18h - Gafieira São Paulo

10h - Espetáculo: Levadas da Breca

16h - Espetáculo: A Festa dos Pescadores


Três Lagos

18h - Zé Geraldo e No Stopa

14h - Espetáculo: Boi do Mato

17h - Espetáculo: Precisa- se de um mané


Vila Atlântica

22h - Nana Vasconcelos (aula show)

17h - Espetáculo: Brasil de Cabelos Brancos


Vila Curuca

18h - Luiz Vagner

15h - Espetáculo: Tarde de Palhaçadas

terça-feira, 10 de abril de 2007


Como é que posso sentir a presença de uma pessoa que está muito longe de mim permanecer horas ao meu lado? Como? É o que pergunto! Uma presença forte e ao mesmo tempo tão delicada. Gostosa de sentir, com uma leve e esmagadora saudade?


Só posso agradecer mais uma vez por ter lembrado de nós. Mesmo longe nos reuniu. Nos fez refletir, rir, beber, brindar, saunar (se é que me entendem...) e mais uma vez abrimos a porta do universo...nos encontramos entre tantos planetas e tantas estrelas. Estávamos lá entre os cosmos. E ao mesmo tempo sentados num banco do jardim.


Conseguiu... para variar. Tentamos o contato, porém você estava ocupado e incomunicável diante de tanta areia. E nós transbordávamos idéias, sonhos, realizações e lembranças. A viagem foi muito boa. Valeu!

E você não me venha com perguntas .... um dia eu te conto.

segunda-feira, 9 de abril de 2007


Quem está atrás de um filme bom, procure pelo cheiro... compensa.

O filme O Cheiro do Ralo de Heitor Dhalia é incrível, tanto pela história como pela atuação de Selton Mello que vivencia Lourenço. Um cara frio, viciado no cheiro e apaixonado pela a bunda da garçonete.

Reparem na trilha sonora feita por Apollo 9!!!

sexta-feira, 6 de abril de 2007

O empreendedorismo nas escolas

A educação visa que tipo de formação? Que pessoas queremos formar? Bons cidadãos ou escravos do tempo, da tecnologia e do capital? Queremos formar profissionais sérios e comprometidos apenas no sentido técnico ou também com ética?

O ensino deveria formar cidadão capaz de renunciar ao seu egoísmo em prol de um bem comum mais pleno e vital, capaz de fazer do conhecimento um serviço, e não um mecanismo de dominação e exploração. Hoje no mundo globalizado torna-se cada vez mais importante uma ação educacional que forme o individuo do mundo, sem perder suas raízes culturais. A globalização, se for fundamentada no diálogo, na solidariedade e na participação de todos os segmentos da sociedade, pode ser uma alavanca magnífica para a paz e o crescimento dos povos.

Desde 2002, algumas escolas adotaram uma disciplina chamada pedagogia empreendedora, que tem como objetivo principal disseminar uma visão empreendedora nos estudantes. O empreendedorismo entra nas escolas para tentar relembrar que os alunos não são apenas alunos e sim cidadãos. Fernando Dolabela professor da Fundação Dom Cabral e criador da metodologia Pedagogia Empreendedora acredita que a criança deve ser vista pela escola como cidadã. “O empreendedorismo não é um tema escolar, porque a escola vê o ser humano não como um centro, mas como uma ferramenta”, comenta Dolabela.

O empreendedorismo na escola não ensina somente os estudantes a abrir uma empresa depois que saírem da universidade, ele alimenta a criatividade, a atitude e a motivação do cidadão. “O Empreendedorismo não é uma técnica, não é um conhecimento, ele é uma atitude, uma postura”, afirma a palestrante comportamental Leila Navarro. Ele mostra que a pessoa deve pensar no bem da sociedade e não apenas nele próprio. O tema aqui no Brasil é trabalhado diferentemente de outros países. Segundo Dolabela o que serve para o Canadá certamente não se aplica no Brasil por claras diferenças sociais. A proposta aqui no Brasil deve ser no desenvolvimento e na eliminação da pobreza e da exclusão. “Empreendedorismo é o processo de enriquecimento comunitário. Nós não focamos no indivíduo, focamos no crescimento comunitário, porque se você foca apenas no indivíduo, você cria uma exclusão, você elimina a pessoa”, afirma professor Fernando Dolabela.

A educação empreendedora é necessária para qualquer nação que deseja se desenvolver, através dela atingimos o desenvolvimento humano, social e econômico. Sua proposta é relembrar, despertar o empreendedor que existe em todo individuo, mas que se encontra aprisionado pelo próprio modo de viver.

O tema pode ser trabalhado com crianças a partir de quatro anos e segundo a Leila Navarro qualquer professor pode dar aula de empreendedorismo se eles tiverem isso na vida deles, se tiverem postura de empreendedor. Existem metodologias para tornar professores capacitados para dar aula desse tema. Fernando Dolabela dá a dica: “Devemos preparar os professores para que eles entrem nas aulas e comuniquem, transmitam e criem o empreendedorismo para os alunos”. Leila Navarro acredita que é fundamental investir no professor, porque ele ensina a criança e a criança ensinará os pais.

Segundo os dados do professor Fernando Dolabela, a pedagogia empreendedora já foi implementada em 121 cidades (todas as escolas da rede pública municipal) envolvendo cerca de 2.000 escolas, 10.000 professores e 400.000 alunos. No ano passado a disciplina foi adotada por todas as escolas do SESI-ES.

Um exemplo interessante quando falamos de cidadania é o Colégio Opet localizado no bairro Bom Retiro em Curitiba. Uma Cidade Mirim foi construída no pátio da escola. A cidade tem ruas, placas de sinalização, semáforos, casas, câmara municipal, ouvidoria, rádio, correio, centro cultural, oficina de reciclagem, horta, arena, casa da família, câmara dos vereadores, posto de saúde e bancos. “Esse projeto visa despertar nos alunos o interesse pela comunidade da qual fazem parte, sendo futuros geradores de mudanças e transformadores da realidade social, formando lideranças que farão diferença na sociedade”, comenta a coordenadora do projeto Andréa Beatrice Costa.

Cada escola adota sua forma de ensinar empreendedorismo e cidadania, mas Fernando Dolabela acredita em um método que tem duas perguntas: Qual é o teu sonho? e O que você vai fazer para transformar o seu sonho em realidade? “A primeira pergunta tem três objetivos: transformar o aluno em protagonista da própria vida; desenvolver a auto-estima do aluno e transferir um poder ao estudante que está longe dele mesmo”, explica Dolabela. Já a segunda pergunta mostra ao aluno que só ele pode criar as estratégias e os caminhos para realizar o sonho. E Leila Navarro garante que as pessoas empreendedoras são mais felizes porque elas empreendem os próprios sonhos, têm iniciativas, persistência, força e capacidade para materializar seus objetivos.

Segundo o filósofo grego Platão que viveu nos anos 427 a 347 a.C, o ideal é formar o individuo participante e atuante em uma comunidade. É necessário educar o homem em todas as suas dimensões e não somente na dimensão intelectual.

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Saudade ...


Aqui vai a dica de um grupo de hip hop muito bom. Junky Clan é formado por quatro MCs: Osama, Índio, Xarlis e Ortiz e pelo DJ Mol (Risca, risca, risca). Em idas e vindas o grupo começou em 1997. Deram um tempo, voltaram em 2003 e no ano seguinte lançaram o primeiro CD Em Um Abrupto Regresso Ao Primitivo. Em 2005 lançaram o segundo e o melhor disco Holística Mística Crônica Rimada.

O som é rap, mas sempre com a intenção de se criar bases diferentes, fundindo o reggae, o dub, o funk, até música clássica. As letras tratam do misticismo, política, teoria científica - direto das baladas e viagens que o Clan costumava fazer. Atualmente a banda está parada, que bom que pelo menos restou o CD para eu matar a saudade!!!
Escute o CD Holística Mística Crônica Rimada:


terça-feira, 3 de abril de 2007

Abril é o mês dos shows




Preparem seus bolsos!!!

Neste mês acontecem shows incríveis!!!

Anotem:

Dias 4 e 11 Zé Cafofinho no Studio SP

Depois do boom de novas bandas que surgiram com o Manguebeat nos anos 90, Zé Cafofinho surge sintetizando jazz, ritmos latinos e nordestinos numa mistura suingada no seu primeiro álbum solo independente Zé Cafofinho - um pé na meia, outro de fora. O lançamento do CD acontece nas próximas quarta-feiras, dias 4 e 11 de abril no Studio SP na Vila Madalena.

Serviço
Local: Studio SP
Endereço: Rua Inácio Pereira da Rocha, 170 - Vila Madalena
Data: 04/04 e 11/04
Horário: 23h
Preço: R$ 15,00
R$ 10,00 na lista (
studiosp@studiosp.org)
Informações:11 3817.5425

Mais?
www.myspace.com/zecafofinho


Dia 7 Monjolo no Studio SP

Serviço
Local: Studio SP
Endereço: Rua Inácio Pereira da Rocha, 170 - Vila Madalena
Data: 07/04
Horário: 22h
Preço: R$ 20,00
R$ 15,00 na lista (
studiosp@studiosp.org)
Informações:11 3817.5425

Mais?
www.myspace.com/monjolo


Dias 14 e 21 Eddie no Studio SP

Serviço
Local: Studio SP
Endereço: Rua Inácio Pereira da Rocha, 170 - Vila Madalena
Data: 14/04 e 21/04
Horário: 22h
Preço: R$ 20,00
R$ 15,00 na lista (
studiosp@studiosp.org)
Informações:11 3817.5425

Mais?
http://www.myspace.com/bandaeddie


Dia 17 Abril Pro Rock no Via Funchal

Há 15 anos, todo mês de abril acontece em Recife o Abril Pro Rock. Para comemorar tanto sucesso e muita música, o Abril Pro Rock (para nossa enooooorme sorte) vem para São Paulo e Rio de Janeiro. A atração principal é Lee “Scratch” Perry, tocam também as bandas Los Alamos e The Film.

Serviço
Local: Via Funchal
Endereço: Rua Funchal, 65, Vila Olímpia
Data: 17/04
Horário: 21h
Preço: Pista 80,00
Mezanino 100,00
Camarote 140,00



Dias 20 e 21 Nação Zumbi no Sesc Pompéia

Serviço
Local: Sesc Pompéia - Choperia.
Data: 20 e 21/04
Horário: 21h
Preço: R$ 25,00; R$ 19,00 (usuário matriculado). R$ 10,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado e dependentes). R$ 12,50 (acima de 60 anos e estudante com carteirinha).


Mais?

www.nacaozumbi.com.br


Dia 24 Volver no Sesc Pompéia

Serviço
Local: Sesc Pompéia - Choperia.
Data: 24/04
Horário: 21h
Preço: Grátis

Mais? www.volver.com.br


Dia 28 Turbo Trio no Studio SP

Turbo Trio é formado por Bnegão, Alexandre Basa e Tejo Damasceno (integrante do Instituto). O trio mistura bases de ragga com funk. Já se apresentaram na França, Holanda, Portugal e na Espanha.

Serviço
Local: Studio SP
Endereço: Rua Inácio Pereira da Rocha, 170 - Vila Madalena
Data: 28/04
Horário: 22h
Preço: R$ 15,00
R$ 10,00 na lista (
studiosp@studiosp.org)
Informações:11 3817.5425

Mais?
www.myspace.com/turbotrio



Dia 28 Jethro Tull no Credicard Hall

Jethro Tull desembarca no Brasil com a seguinte formação: Ian Anderson (gaita, violão, guitarra, flauta, mandolin e vocais), Martin Barre (guitarra e flauta), Doane Perry (bateria), Andrew Giddings (teclado) e Jonathan Noyce (baixo).

Serviço
Local: Credicard Hall
Data: 28/04
Horário: 22h
Preço: R$ 80,00 a 240,00


Dia 28 Fabiana Cozza no Sesc Pompéia


Fabiana é filha de Oswaldo Santos, puxador da escola de samba Camisa Verde e Branco.

Serviço
Local: Sesc Pompéia - Choperia.
Data: 28/04
Horário: 21h
Preço: R$ 15,00; R$ 11,00 (usuário matriculado). R$ 7,50 (trabalhador no comércio e serviços matriculado e dependentes). R$ 5,00 (acima de 60 anos e estudante com carteirinha).

Mais?

www.fabianacozza.com.br

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Um domingo na Paulista

O semáforo fechou. Ela fixou o olhar no vermelho do farol. Esperou calmamente os minutos até que o semáforo abrisse. Então, caminhou até o outro lado da rua. Virou-se e ficou parada na calçada olhando para o outro lado da avenida. Permaneceu muito tempo ali. Como se não precisasse de mais tempo naquele dia. Agora o que importava era apenas a imagem que via do outro. Seu homem andando para um futuro oposto do seu. Então sentou no chão. Abriu a bolsa e desligou o celular. Chorou. Já tinha saudade. Sentia vontade. Mas não podia mais sentir... Deitada na calçada chamava a atenção de todos.... naquele dia estava com sua saia branca até os joelhos e sua regata laranja... não se importava com a sujeira do chão e nem com as lágrimas que escorriam de seus olhos. Levantou e correu.... mas dessa vez não esperou e nem olhou para o semáforo. Correu entre os carros e as buzinas. Parou quando chegou ao outro lado da avenida. Respirou e chorou. Tentou ver pela última vez Ricardo, mas diante de tantas pessoas na calçada, não encontrou. Resolveu andar para o lado oposto, por mais que sua casa ficasse na outra direção, isso já não importava mais. Pensava como seria sua vida de agora em diante.

Marina entrou na galeria e sentou no primeiro banco que encontrou vazio. Tentou limpar um pouco da sujeira que estava na saia branca. Abriu a bolsa e pegou todos os objetos que a lembrariam do passado. Colocou um a um no banco formando uma fileira. Puxou um pouco para direita a lixeira e num instante empurrou tudo para dentro do lixo. Olhou para o celular, abriu e tirou o chip. Aproveitou o momento para jogar o chip na lixeira. Caminhou até a terceira loja da galeria, entrou e comprou um chip pré pago. Já não sabia mais os números de telefone de cor, mas o que interessava nesse momento era apenas o número de Thiago, seu amante. Discou....

- Alô ?
- Thi, sou eu..... Marina
- Que número é esse ?
- Meu novo celular.
- Mudou é ?
- Escuta, sou apenas sua agora. Quero te encontrar...
- Que bom escutar isso mulher. Mas olhe só, tô com a Pri agora. Ela está tomando banho, acho que só poderei te ver amanhã.
- Nããããooooooooooooooooo. Quero hoje Thi, não to mais com Ricardo. Acabou! Acabou!
- Vc contou p/ ele ?
- Não, né ? Acabou porque tinha que acabar. Agora podemos viver juntos.
- Minha florzinha, sabe que você é tudo p/ mim né ? Mas namoro a Pri, eu amo ela. Não posso deixá-la nunca.
- E por mim ??? Sente o quê ???????
- Paixão, para não ter que dizer outra coisa...
- paixão ??
- Isso Geraldo, pode deixar, levo a pasta e os documentos amanhã para você no escritório sem falta. Imagina!!! Sem problema nenhum me ligar em pleno domingo. Até amanhã Geraldo.
- Thi, não desliga!

Marina olhou para o celular ainda alguns minutos. Não tinha mais ninguém. Estava sem Ricardo e sem Thiago. Respirou fundo. Sentiu vontade de chorar, mas achou melhor segurar dessa vez.