quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Gracias!!

Depois de um ano, a resposta bateu na minha cara. Apesar do susto, depois veio a leveza, o alívio e o agradecimento. Naquele dia em Barcelona, só uma pessoa estava presente e até ela ficou chocada com o grito. O grito não foi tão alto assim, mas foi verdadeiro. Só que nem eu e nem ela estávamos preparadas para enfrentar o desejo. Até porque, ele era maior que meu próprio corpo, era maior que meus sonhos e era maior que a minha própria vida.

Durante alguns meses, eu fiquei pensando quem realmente tinha gritado aquele dia sentada no banquinho da praça em frente da minha casa. Quem foi que pediu olhando para o céu de Barcelona naquela tarde? O meu EU? O meu coração? A minha consciência? E lembro que tinha prometido pra mim mesmo que o dia que eu conseguisse responder isso teria certeza que o ciclo da evolução temporária que tinha ido buscar na Espanha, estaria fechado. Hoje, eu sei. Aquele dia olhando para o céu de Barcelona foi o meu sexto sentido quem gritou.

E isso explica o motivo do meu agradecimento diário. E assim será todas as manhãs, a leveza, o alívio e o agradecimento.

sábado, 26 de setembro de 2009

Somente isso para dizer:




En el mundo habrá un lugar
para cada despertar
un jardín de pan y de poesía

Porque puestos a soñar

fácil es imaginar
esta humanidad en harmonía

Vibra mi mente al pensar

en la posibilidad
de encontrar un rumbo diferente

Para abrir de par en par

los cuadernos del amor
del gauchaje y de toda la gente

Qué bueno che, qué lindo es

reírnos como hermanos
Porqué esperar para cambiar
de murga y de compás

Gotan Project

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

O colecionador

Diria que é melhor você sentar, porque hoje tenho uma história para contar. “Pra começar, vai acabar, eu vou dizer, vai acabar, vai machucar, vai clarear a cabeça”. Podia começar pelo final dizendo que você simplesmente perdeu, como todas às vezes. Que quando acontece de fato, não existe DÚVIDA, não existe BRIGA e nem desentendimento. A pimenta no amor não está ai. Difícil de entender? Então vamos por partes.

Começamos pelo cenário: o inferno. Ele é vermelho como de costume, mas não é tão quente assim, tem dias em que a chuva domina e o vento espanta qualquer tipo de loucura tratada numa clínica. As coisas são simples, lembra? Além disso, no inferno existe música de um jeito que você nunca ouviu e nem imaginou. A música é vista de outro ângulo. Os quadros também. Atrás deles ainda existe a costura. Existem cores e estampas. Existe alegria. Existe vida. Quem foi que disse que o inferno é ruim? Prestes de chegar ao seu fim, já me bate saudade. Mas é a vida, né? Afinal, pra tudo na vida existe um prazo de validade, por mais que você acredite que será eterno, um dia tudo acaba.

O personagem no inferno é só um. Um colecionador de borboletas, que anda por ai em busca de espécies raras. As amarelas de bolinhas pretas ainda são as mais apreciadas. E com a redinha na mão, ele acabou encontrando outro tesouro por ai. A última aquisição foi um potinho de paz. Daqueles que você tem a chance de repor sempre na fonte. E quando subiu o último vale atrás de uma roxa, descobriu que não é só mais um colecionador de borboletas, agora ele coleciona momentos. E assim, se viciou na sua própria profissão. Jurou que não voltaria mais para a cidade. Amigos reclamaram, mas quando o vêm por ai atrás de momentos, juram que ele reflete e transborda cores e sentimentos. Aprendeu com o borbulho da mente a transbordar.

O tempo ainda é o presente. Porque de nada interessa o passado e o futuro. Da visão de cima, o inferno e o colecionador estão presos dentro de uma caixa. E você me perguntaria: Se está preso, onde estaria a sua liberdade? Eu responderia: nas asas, no ar, no som, no coração, na mente, no carinho, na nova história que estou adorando escrever.
Agora, olhe para o espelho.... se o reflexo conversar com você, saiba que está tudo bem. Mas se por um acaso, o reflexo te enfrentar ou começar a chorar, procure a sua vida o mais rápido possível.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

A lágrima que nao escorre

Sentada na cadeira bebendo uma cerveja, ele ainda quer entender. Quer entender o que não tem nexo, o que nunca foi explicado e que jamais terá um fim. Mas mesmo assim, ele disfarça. Segura o choro como se fosse uma criança de cinco anos. Segura porque nem ele quer admitir que gostaria de chorar por você.

Desespero de querer te acordar. Ele ainda sente isso e se depara com duas estátuas em sua frente... elas não sentem, porque sabem que você já morreu... que vive ainda só para os cegos, que acreditam nos seus sonhos.

Mas você nunca teve sonhos, nem amor, nem amigo, nem mesmo uma conversa profunda sobre seu assunto preferido, porque tão pouco preferiu, tão pouco escolheu, tão pouco decidiu. Foi levado, assim, por caráter de outros, foi se baseando na personalidade de quem te apetecesse.

Não sonha, não realiza, não ama, não chora, não vive...apenas morre todos os dias quando deita em sua cama. E mesmo assim, ele ainda engole o choro. Pede socorro, e a gente mais uma vez, não ajuda. O mundo de ponta cabeça só pra você tentar provar algo, mas tão pouco você prova, porque tão pouco é capaz de fazer. Ele me olha e chora sem jeito.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Caçando borboletas...

Tem dias que o destino arromba a porta de sua casa e te olha na cara. E ai, você tem duas saídas: ou você paga pra ver ou você paga pra correr.

Preciso dizer que saída que escolhi?

Então siga os pontos... Sem dúvidas, eles te levarão para a resposta mais pura!

O vento remete a uma cena de filme...

Então siga os pontos e veja que existe alguma coisa além...

Cósmico?

Talvez! Porque o tempo não existe! E quando existe, já foi...

terça-feira, 8 de setembro de 2009

O Bonde e os muros inexistentes

Se eu pedisse para o bonde parar, ia ser culpa do universo. Porque isso, automaticamente me lembraria daquele mesmo dia, em que eu pedia para o bonde parar em Barcelona no ano passado. Em direção ao Tibidado, eu tinha a certeza que não tinha mais a certeza de nada. E que se tudo então era uma incerteza, que eu descesse daquele bonde naquele instante.

Há ou não lógica?

Os muros não existem, os grafittis desgrudam dos muros inexistentes e flutuam pelo ar. Eu pedi tanto para não graffitar ali. Mas eu insisti, né? Eu sei. Fui assim, descendo a rua vazia, pulando a possa d’água, e tentando ver o coelho na Lua. O bonde. Setembro. Lua cheia. Lembrança. Novo. Reencontro, percebeu? Tudo quase da mesma maneira. Os mesmos tempos. Os mesmos ventos talvez, que me fazem querer parar o bonde.

E ai, quando acordo, já estou sentada ao lado da janela, olhando o horizonte passar. O balanço do bonde se torna leve, a sensação agrada, e quando vejo já deixei o bonde me levar.

Só não venha me perguntar o que vem depois disso. Porque eu também já não sei dizer.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Amsterdam, setembro de 2008

A foto, o momento e a história vivida.
Rodeada de bons amigos, de boas cervejas e de ideias inéditas,
a imagem mostra o início da transformação...