Até onde vai o seu amor?
O meu não passa dessa esquina.
Quero ler suas próximas poesias,
quero ver se elas continuam rimando dor com amor.
Não gosto de poesias que rimam,
Nem das que seguem regras.
Tão pouco gosto de pessoas que admiram só um movimento literário ou artístico.
Não suporto ver pessoas que discutem política numa mesa de bar e depois jogam papel no chão.
Não suporto, e se não suporto, me dê licença, eu preciso passar. Quem foi que disse que alguém um dia poderia ser um portão na minha vida? Eu pulo. Você sabe muito bem disso. Eu já pulei, pulo e pularei. Porque a vida meu bem, é curta. Se você tem medo, abaixe suas armas e se conforme com aquilo que te resta.
E se te conforta, saiba que de restos sempre viverá.
Tudo se resume num copo de cerveja com canudo. Quem conhece, espera que o copo seja da Zizia, o único ser até então, que bebe cerveja no canudo. O copo na mesa não era dela e sim de um sujeito que me respondeu assim:
- De Recife? Sou não, minha nega, sou de Olinda.
A figura é percussionista da Orquestra Contemporânea de Olinda e nos levou até um bar onde Da Lua, Toca Ogan e mais dois pernambucanos tocavam samba. Não tenho palavras pelo som, pelo achado, pelas conversas e pela ciranda dançada. Mais uma vez obrigada.
Dezembro está dando as caras e meus dias estão escorrendo. Eu olho para a rede e a rede me olha. A esquina, a casa, as pessoas, o parque. Tudo de novo. Eu não aprendi e talvez nem queira aprender a me despedir.