segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Des - pe - dida!

Nuns dias desses, eu andava pelas ruas de Barcelona me despedindo. Eu sabia que ia voltar, mas não entendia como viveria sem aquilo a partir de cinco dias. Eu não sabia como era volta e muito menos imaginava o quanto difícil mesmo, era se despedir. Perdi as contas quantas vezes fui ao Macba tentar viver o último momento, de quantas vezes desci na pracinha da minha casa para sentar no banquinho para admirar o que acontecia ali, de quantas desculpas inventei para passar só mais uma vez na La Pedrera. Os últimos olhares com Pablo, Keke, Tuany e Marcelo. Era o fim de uma vida e inicio de outra. Alguém apertando o play sem ao menos saber se você estava pronto. Na real, você nunca está pronto.

Até onde vai o seu amor?
O meu não passa dessa esquina.
Quero ler suas próximas poesias,
quero ver se elas continuam rimando dor com amor.
Não gosto de poesias que rimam,
Nem das que seguem regras.
Tão pouco gosto de pessoas que admiram só um movimento literário ou artístico.
Não suporto ver pessoas que discutem política numa mesa de bar e depois jogam papel no chão.

Não suporto, e se não suporto, me dê licença, eu preciso passar. Quem foi que disse que alguém um dia poderia ser um portão na minha vida? Eu pulo. Você sabe muito bem disso. Eu já pulei, pulo e pularei. Porque a vida meu bem, é curta. Se você tem medo, abaixe suas armas e se conforme com aquilo que te resta.

E se te conforta, saiba que de restos sempre viverá.

Tudo se resume num copo de cerveja com canudo. Quem conhece, espera que o copo seja da Zizia, o único ser até então, que bebe cerveja no canudo. O copo na mesa não era dela e sim de um sujeito que me respondeu assim:

- De Recife? Sou não, minha nega, sou de Olinda.

A figura é percussionista da Orquestra Contemporânea de Olinda e nos levou até um bar onde Da Lua, Toca Ogan e mais dois pernambucanos tocavam samba. Não tenho palavras pelo som, pelo achado, pelas conversas e pela ciranda dançada. Mais uma vez obrigada.

Dezembro está dando as caras e meus dias estão escorrendo. Eu olho para a rede e a rede me olha. A esquina, a casa, as pessoas, o parque. Tudo de novo. Eu não aprendi e talvez nem queira aprender a me despedir.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

N a e s p e r a d o m o m e n t o d o p u l o

Se eu pedisse para o bonde parar, ia ser no minimo estranho. De novo.
Por que tudo se repete em tempo real?
O bonde.
O caminho.
A certeza de que já não tem mais certeza de nada.
O sexto sentido esquecido. Não esquece, porque dói. Porque sexto sentido sempre dói.

Não encostei ninguém na parede para olhar olho no olho, estufar o peito e perguntar: e ai?
Tão pouco liguei,
tão pouco esperei.
Foi. É. Será.
Simples?
Não.
Não é nada simples. É complexo demais.

Te convenci? Se tudo então, é uma incerteza, que eu desça do bonde nesse instante.

Há ou não lógica?

Claro que não.

Vou desistir de caçar borboletas e ir atrás da porra do planeta que desalinhou o universo. Isola! Boca fechada não engole mosquito. Por que será que eu não aprendo isso? Falando muito com vicio da tecla enter. Aiiiiii, se eu tivesse gravado. Tava tudo ali, não tava? Mas ta gravado na mente, do lado direito e com isso, o perdão surgiu lentamente, sem ao menos eu perceber. O choque e depois o alivio. “Saindo as palavras por uma porta e a vida por outra”. A vida se fez de louca e a loucura tem cura, ahh se tem.

Na espera de um show do mundo livre s/a naqueles lugarzinhos pequenininhos, bem aconhegante, com pouca gente e com cerveja de garrafa.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Eu não quero ver o seu olhar esbarrando no meu com sentimento de perdão. Porque ainda não sei se já assistiu ao espetáculo com o roteiro modificado. Não sei se gostou ou se odiou. Disse uma vez por ai, que não tinha mais nada para dizer, mas nesses dias, as coisas mudaram e a tentativa da aproximação, me incomodou. O mundo a tanto tempo de ponta cabeça, e você com esse atraso de visão. O roteiro original sempre esteve ali, ao lado do espetáculo. É um direito de qualquer cidadão ler a verdade. Nem todos querem ler. E isso é também um direito.

Alguém saberia me dizer que planeta que entrou em transe com Vênus? A posição com Libra, Lua e a Terra está um pouco desalinhada. Há faíscas onde nunca existiu... está quase em erupção. O frevo tocava alto no salão, todos de mãos dadas fazendo uma roda maior que o próprio espaço. As flores no chão, as velas nas paredes e eles no palco. Quem tocava o trompete?

Eis a questão.

Quem foi que disse que é melhor ficar com uma pergunta do que com uma resposta? Deve ter sido o mesmo louco que disse que toda mulher deve tomar hormônios todo o mês.

O muro não existe mais. Nem os graffitis invisíveis. Também não há mais jardim. Arranquei flor por flor e com machadadas quebrei o muro. Não há território, só um espaço vago. Por enquanto, permaneço deitada vendo as estrelas andarem pelo céu. A vida está em constante mudança.

O sofá tem que mudar de lugar,
a parede tem que mudar de cor,
temos que mudar de ideias,
de conceitos,
de sonhos,
de casas,
de baladas,
de amores,
de fracassos,
de erros
e de acertos.

Me assustam aqueles que não mudam,
porque se não mudam,
estão mortos.

Esqueci de brindar novembro e não quero esperar dezembro chegar. O céu anuncia que é mês de caimento das máscaras. A mentira escorre pela escada. Palavra serve apenas para criar falsas promessas. Porque palavras sobram na boca de qualquer um, mas atitude está quase em extinção!

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Fui pra Índia - parte II

Dessa vez, a noite não tinha uma lua amarelada e enorme, tão pouco um céu que borbulhava estrelas.... Numa noite de encontros e desencontros, o corpo suado, quente, ao som de ragga.... Tive que partir outra vez, perdoname.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

REW

E de repente faltou ar... daquele jeito que jamais achei que faltaria de novo. Confesso que achei que estava preparada, e percebi que quero tudo de volta. Tudo aquilo que te dei, tudo aquilo que sonhei, tudo aquilo que vivi. Se pudesse eu rebobinava a fita e colocava play bem no comecinho, e quando chegasse ao fim, rebobinaria de novo. E faria isso até meu dedo doer, até meus ouvidos cansarem, até eu cair no sono. Se duvidar, acredite, fiz mil cópias da fita original. Ainda não espalhei pela cidade, ainda não divulguei para todas as revistas, ainda não gritei pelas ruas. O muro comprova. Não existe mais a frase, só a imagem.

Em Giros

Hoje eu percebi que o mundo gira mais do que eu pensava que girava.
Gira de acordo com a situação,
Gira ao contrário de sua visão,
Gira com alguma complexa razão,
Gira para sempre girar.

Gira porque vivemos em segundos,
Gira porque estamos presos a retalhos...
A retratos...
Retratos de nossos sonhos,
Completamente visualizados e expostos a esse mundo
Que te pertence
E a mim também.

Porque somos cobaias do mundo.
Porque acreditamos em algum fim,
Mesmo não sabendo o que vem depois do fim.

E talvez por isso,
Nos encontramos onde estamos:
Parados no tempo!
Estacionados em nossos pensamentos.
Porque tudo é feito de momentos.
Somos reflexos de nossos sentimentos.

A hora?
Não existe...
Acontece.

Mari 16/01/03

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Por las escaleras...




No momento de loucura, a escada.
Um degrau
Por
Vez.

É a vez
da
Des
ci
da.

Os pés
no chão.

A borboleta
na rede.

A consciência
da tecla
pause
apertada
invisivelmente.

Ninguém
precisa
saber.

O xadrez.

O plano
pula
o muro.

E cai
do
outro
lado
na
espera.

A caça
por
borboletas
pretas
ou
amarelas,
tanto faz.

O que importa
são as bolinhas brancas.

O muro,
a borboleta,
o xadrez,
tanto faz.

É a vez
da
Des
ci
da.

Um degrau
Por
Vez.

Os pés
no chão.


Mari 05/11/09

Imagens

Vejo o infinito,
Estou além de meus sonhos,
Estou de fato,
Criando...

O vento me faz lembrar do barulho quase esquecido.

Estou indo...
Caminho para o infinito.
Estou pedindo.....
Apenas eu...
O infinito é só meu!

Preciso colher meus sonhos.
Preciso de um bocado de silêncio.

Se eu pudesse escolher,
Não voltaria tão cedo....
Permaneceria aqui, apenas para me decidir
Preciso progredir no espaço da imaginação concreta.

Busco sentidos
Busco um equilíbrio
Para sorrir e para chorar nos segundos certos.

Quero andar lentamente e corretamente como as nuvens.
Quero ver e viver as novas imagens.

Mari

Farol de Santa Marta, 13 de janeiro de 2003.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

A Vontade - Bruno Morais!

"A Vontade” foi a música escolhida por Bruno Morais para o seu primeiro clipe. Como aconteceu em toda a concepção do disco 'A Vontade Superstar', Bruno reúne neste vídeo artistas de segmentos e linguagens distintas. “A Vontade” traz, por exemplo, no naipe de metais o músico paulista Bocato ao lado de Tony Chang, arranjador do coletivo neozelandez Fat Freddy´s Drop, que o cantor conheceu na Red Bull Music Academy em Seattle nos Estados Unidos.

Protagonizado pelo bailarino Jorge García que improvisa a coreografia misturando passos de dança contemporânea a movimentos de Le Pakour e musicais classicos hollywoodianos pelas ruas do centro de São Paulo, o clipe é dirigido por Rodrigo Grota e Pedro Molinos, com figurino de Silvana Moura.

A fotografia de Pedro Molinos é inteiramente em preto e branco em alto contraste garantindo atemporalidade às cenas. E que faz clara referência a César Vilela, diretor de arte do Elenco, selo que lançou os mais importantes discos de bossa nova nos anos 60.

Mais?