segunda-feira, 31 de maio de 2010

Essa é pra você!

Sentada na poltrona de leitura ao lado de um abajur, eu ainda espero...

Você.

Para olhar nos meus olhos, encher o pulmão de ar e de coragem, e perguntar se é verdade.

Porque eu sei que quando me olha e conversa comigo, você tem vontade de saber, mas ainda não tem coragem.

De saber que um dia todo mundo é feito de idiota, pelo menos uma vez na vida.

A questão é por quanto tempo você que ser feito de idiota.

Tic. Tac.

A mentira que foge da verdade, enquanto a verdade dorme.

E eu continuo a sua espera, mesmo que seja tarde.

Porque no fim, eu já tinha avisado.

Que ninguém ia gostar do roteiro modificado.

Porque ninguém gosta de ser usado para truques,

Ainda mais, quando os truques são descobertos.

Mas não se esqueça:

A mentira foge da verdade, enquanto a verdade tira um cochilo.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

O que ela não disse

Na dúvida a gente começa pelo fim.
Era o nosso último dia, exatamente na hora que o sol se pôs. Não existia a possibilidade de mais um A, até porque não existia o motivo de uma comunicação.
Simplesmente porque era o fim.
Os olhares nem se cruzaram pela última vez, até porque não tinha volta e nem sequer despedida.
É doloroso, mas é o jeito.
Porque assim, não haveria a possibilidade de se jogar no abismo, cheio de amor irreal.
Porque tudo é falso, até mesmo essas palavras escritas, que queriam escrever o contrário.
Porque o começo não teve nada disso.
Mas a gente quis começar pelo final.
A escolha errada, que não teve bis.
Porque eu não quis.
Diante da cegueira: o início,
Que espera você escrever...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

D.i.z

Se fosse fácil, ninguém perguntaria por quê?
E diante de tantos por quês, a gente responde só alguns.
Os outros não vem de explicações por palavras e sim por atitudes.
Frase batida nesse blog.
Se Mar.í diz alguma coisa, certeza é que diz para os loucos.
Não sei se procura por um ou por vários.
O tempo acabou.
Não é busca.
Foi só um jogo de xadrez.
Esperei o xeque-mate,
porque eu não queria ganhar o jogo,
mas nem jogo teve.
Arregou, optou pelo gamão.
Pena, tinha lugar no carro.
Mas ainda estamos sem a chave,
porque a chave só virá depois.
No contra-mão do tempo,
descobrimos assim,
em segundos,
que temos o mesmo sonho,
e isso quer dizer,
que estamos mais perto do que podemos acreditar.
Se um dia estive perdida,
posso encher meu peito e dizer que não estou mais.
Porque a alma enriquesse todos os dias,
o coração bate sem culpa
e a mente quando deitada no travesseiro descansa.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Barcelona, outubro de 2008 + São Paulo, maio de 2010 = tempo inexistente

No vácuo desse tempo que não existe, existe saudade. Saudade de dias que andávamos pelas ruas de Barcelona em pleno outono, e você me apresentava a cada amigo seu que esbarrávamos, sempre com palavras doces, dizendo que eu era a sua brasileira. E depois daquele dia, que me levou até a boca do metrô do Passeig de Colom, no qual viajamos sem sair do lugar para o Marrocos e nos deparamos com a pilula vermelha e com a pílula azul, tudo ali fez sentido, apesar de nunca ter te dito isso. Alí, as suas palavras entraram pelos meus ouvidos e ficaram guardadas dentro do meu corpo, como as sua letras de músicas.

Depois, como de costume, me puxou para o Raval, e ficamos ali horas e horas andando pelas ruas, você me traduzia tudo de catalão para o espanhol e eu de português para o catalão. Viramos a esquerda, e você me empurrou para um bar, no qual tinha um borracho falando mal do Zapatero. Sentamos na mesa com ataques de risos, pedimos duas cañas para o garçom, um porro feito na mão. Olhou nos meus olhos e me explicou que as paisagens mudam sim em cada estação, e se elas mudam, por que o homem não mudaria? E foi alí, que mais uma vez, tudo se encaixou em seu devido lugar, mas eu não quis acreditar, quis pagar pra ver e você como sempre, me esperou.

Me esperou até na surpresa do meu aniversário, e eu sem saber, não fui para o Underground. Mudei de planos, e você ali, sentado em frente a barra me esperando. Depois nos encontramos na praça num frio que brindamos com vinho Rioja (o meu favorito). Brindamos a vida, aos planos, a distância que poderia ser rápida ou não. Brindamos ao encontro, ao underground e ao sangue espanhol. Brindamos ao tempo e as mudanças. E finalmente ao MACBA.

Não sei se ainda me espera, porque talvez eu também não te espere. Mas no vácuo do tempo inexistente, existe a saudade de alguém que me tratava como rainha, diferente dos outros loucos que me rodeiam. Se pudéssemos escolher por cinco minutos um lugar e uma pessoa, nesse exato momento, estaríamos no MACBA vendo a vida passar.

terça-feira, 11 de maio de 2010

El Mercadillo Arte invade a Serralheria

Imagine uma variedade de estilos reunidos num mesmo lugar e que a cada mês ocupa um espaço diferente e circula por diferentes pontos da cidade. Acrescente a isso toda a riqueza dos costumes espanhóis mesclados à realidade e o dinamismo da cultura urbana. O El Mercadillo é isso: um ambiente agregador de artistas independentes interagindo com o momento, demonstrando sua arte e capacidade criativa. Uma mistura de tendências, uma feira de rua tipicamente castelhana que chega aos espaços paulistanos. El Mercadillo Arte acontece no sábado, dia 29 de maio, no espaço A Serralheria, na Pompéia.


Além de ser um ambiente criativo, o El Mercadillo é uma ação de comércio coletivo e colaborativo, que permite uma abertura de conhecimento mútuo para novas parcerias, idéias e alianças, visando sempre a ebulição e valorização dos artistas de ateliês. Quem vai ao El Mercadillo tem a oportunidade de entrar em contato com trabalhos originais e exclusivos, feitos por pessoas que apreciam diferentes formas de manifestações artísticas, sejam elas ligadas a moda, gastronomia, arte, música e decoração.

El Mercadillo na Serralheria oferece desfile interativo, projeção de fotografia, performaces, VDJ, DJ, fotógrafo, além de bolsas, roupas, sapatos, customers, acessórios e artigos de decoração. A Serralheria é um espaço voltado ao acontecimento, à criação e aos bons encontros. Buscam a pesquisa e a experimentação em diferentes formas de expressão: música, vídeo, performance, artes gráficas e gastronomia. Depois das 22h, a feira abre espaço para a baladinha comandada pelo DJ da casa.


Participantes

Moda Masculina por Bandu . Moda Feminina por Es.love.nia . Acessorios por Théâtre e por Julia Montanarini . Prata por Plata Wasi del Pachamama . Bolsas por L'estil del Carrer . Arte em vidro por Ventura Design e Julia Violeta . Decoração por MixMosaico . Custumização por Ana Benavente . Gastronomia por Las Flamencuras . Performaces por Miguel Alonso y Ana Cristina MaZargão

SERVIÇO

Local: A Serralheria

Endereço: Rua Guaicurus, 857, Pompéia

Data: 29/05 - sábado

Horário: 16h / 22h baladinha

Preço: R$ 5,00 de entrada

Informações: www.elmercadillosp.blogspot.com

quinta-feira, 6 de maio de 2010

De um lado, ela. E do outro lado, ela.

De um lado, ela, sozinha, estendida novamente no chão. O choro que não cansa de chorar. A paixão que ninguém acredita que ela leva tão a sério. As crenças, o colar, a vela, as promessas. Mais uma vez, não deu. Mais uma vez, ela não quer ouvir, nem ver. Ela só quer que o tempo passe e que um dia, o grito saia do pulmão, passe pelo coração, depois pela garganta e finalmente pela boca. Um amor eterno e difícil de se explicar. Só sabe quem nasceu preto e branco.

Do outro lado, ela, sozinha, com os braços estendidos para o universo. O desejo que não cansa de sonhar. A paixão que ninguém acredita que ela leva tão a sério. Os sonhos, os desejos, a vontade e as metas. Dessa vez, deu. A sorte não bateu em sua porta. Foi tudo conquistado com as mangas arregaçadas. Ela quer mais. Faz planos para uma conquista objetiva: o mundo. Ela só quer que o tempo passe e que um dia, o grito saia do pulmão, passe pelo coração, depois pela garganta e finalmente pela boca. O sabor de saber que não vende mais sua alma e nem fere mais o coração. Só sabe que sonhos existem para se tornarem realidade!