Resta carinho, eu sei.
E isso não me causa nada, por incrível que pareça.
Previsível. Isso você sempre foi.
Posso aqui cantar a bola de como será o resto de seus dias.
Mas tenho coisas mais importante para fazer.
A questão é que depois de tudo, queria te agradecer.
E não vou justificar o por quê.
Você sabe.
Se pudesse, te levaria para a montanha mais alta do mundo e te deixaria ali sozinho durante 30 minutos olhando a vista e sentindo o vento gelado.
Deixaria você em puro silêncio, prestando atenção somente no som da natureza, e você repararia na vida que existe ali, na calma em que as coisas acontecem.
Talvez você entenderia que viemos dali, da natureza, e se viemos dali, como podemos modificar tanto a nossa vida, como conseguimos dar atenção a tantos problemas inexistentes.
E ai, numa breve e curta respiração, tenho certeza que você também prestaria atenção na sua respiração, coisa que nunca parou para sentir.
E depois de tudo isso, eu sei, como você também, que choraria, e muito.
Só depois de tudo isso, eu me aproximaria e te perguntaria: o que acha da sua vida?
Sei que me olharia durante cinco minutos e não conseguiria responder, ou então, preferiria não responder.
Depois íamos permanecer durante duas horas olhando ao nosso redor.
Eu levantaria e estenderia minha mão, você aceitaria, me abraçaria e me diria obrigado.
E então, íamos descendo pelo caminho, você voltaria, olharia pela ultima vez aquela vista, me abraçaria outra vez e diria: obrigado mesmo, obrigado por me trazer aqui.