Foda-se o jornalismo.

Depois de alguns anos convivendo com a prática do jornalismo é normal vermos certas desistências por ai. O negócio é sujo. Há os que se salvam, mas garanto, são poucos. De que adianta tentar mostrar para todos que estão esquecendo do objetivo do jornalismo? Cansei. Essa é a palavra certa. Estou literalmente de boa. Jornalistas, assessores de imprensa, quase todos com egos maiores do que seu próprio corpo. Perderam-se, esqueceram dos conceitos simples. Foda-se. Já não me importo mais, pelo menos por enquanto. Sei que existe sempre a hora certa de parar, e eu parei. Se fiz a coisa certa? Te garanto, estou muito mais feliz. O negócio aqui é rápido e completamente radical. Não gostou, levanta a mão. Joga tudo alto e sai correndo. Qual é mesmo o tesão da vida? Eu sei que o meu não é ficar trabalhando dentro de quatro paredes. E muito menos receber ordens. Ah, mas você precisa, não existe outra maneira, precisa ganhar dinheiro, se sustentar e blá, blá, blá. Foda-se. Precisamos apertar o pause de vez em quando. E sou daquela opinião que quem não arrisca, não petisca. Então se você está cansado da sua vida, do teu trabalho, infeliz, "Tome uma atitude então, reaja com coragem". Foi provado esses dias por cientistas espanhóis que faz mal para o corpo do ser humano trabalhar mais que oito horas por dia. Resultado nítido: repare na quantidade de idosos no país.

Esse país que não pára de barrar brasileiros no aeroporto de Madrid. Lá vai uma dica: pegue um vôo que pare primeiro em Lisboa ou Paris e depois aterrisse em Barcelona. A entrada por lá é mais tranqüila, por enquanto ninguém foi barrado. O problema pode ser eleição, muitos imigrantes ilegais no país, muitas prostitutas brasileiras. Foda-se. Viva o Zapatero que vai legalizar todos os imigrantes ilegais no país. Danou-se Mariano Rajoy que dizia que a Espanha era pequena demais para os dois povos. Ontem no aeroporto de Fortaleza um espanhol cabeludo foi barrado. Destino? Jericoacoara passar três meses sem comprovante de hotel/pousada. Coitado não vai conhecer um pico lindo. Pensando bem, já tem muito gringo lá. Volta para o avião!

Troco de canal. Faz duas semanas que escuto a palavra recorde. Pena que é sempre ligada ao trânsito de São Paulo. Impressionante que não é mais preciso chover, cair uma carreta na marginal ou manifestações na Paulista. O negócio está crítico. 800 carros novos por dia. E sempre uma pessoa por carro. O metrô ainda tenta se alinhar ao túnel certo, tantos centímetros para cá, tantos centímetros para lá. Uma cidade com 11 milhões de habitantes sem transporte público suficiente e de boa qualidade. Pára tudo. Está tudo errado. Aperta o pause. Respira. Ou não, talvez nem seja melhor respirar. Somos cobaias do nosso próprio ar.

Enfim, o bom de estar de férias para dar uma pensada na vida é que sobra muito tempo para ver seus amigos. Esse prazer ninguém me tira. A cada encontro, cada risada, cada batidinha nas costas, cada drink, cada olhar é uma injeção na veia de paz. Sem amigos a gente não vive, pelo menos eu. Alguns aqui em Sampa, outros espalhados pelo mundo. Não importa, a comunicação é quase a mesma. Dá a mesma sensação. Agradeço todos os dias pelos amigos que tenho.

Eu venho lutando pela paz algumas semanas, mas tem gente induzida pela raiva mor que não dá trégua. Fica ai, batendo no peito dizendo que carrega uma espada. Por isso logo aviso, aqui quem escreve é Mariana Kung Fu, procuro pela paz, mas se quiser guerra, foda-se, enfie a tua espada no seu ...

Mais? Foda-se