domingo, 15 de agosto de 2010

Saudade, barco, melhores amigos.

A saudade dói, isso todo mundo sabe. Mas ela dói mais ainda, quando você sabe que jamais vai viver aquilo de novo. O desejo de ver vocês pela última vez. Porque quem realmente me conhece, sabe que não consigo querer apenas um. Mas dessa vez, fui longe. Melhores amigos. Isso sim, se chama saudade, e essa saudade dói mais que qualquer outra.

Dói pelos convites que não aceitei. Se fosse hoje, teria entrado naquele barco. Em todas as vezes que você me chamou. E me arrependo de não ter sido louca a mais, quando você me chamou do barco, eu tentei de longe de te dizer, que estava indo embora. Foi nessa hora, que meu mundo parou. Minha mente borbulhou, porque tinha alguém me convencendo que era só um pulo que tinha que dar, e nadar ate você, subir no barco e pedir para me levar o mais longe possível, para eu perder o vôo e não conseguir mais voltar. Porque na verdade, essa vida me bastava. Que eu podia sim, acreditar em tudo que leu nas minhas mãos. Porque eu podia ter colocado um peso a mais em todas as palavras que você aprendeu em português. Porque seus olhares, quando baixava seus óculos escuros, dizia muito mais do que os olhares dele. Porque se eu não podia ter os dois, eu não queria nenhum. Mas hoje, sinto falta da nossa realidade vivida ali. E que seu fosse um pouquinho mais esperta, eu teria escolhido só você. Apesar do outro me enlouquecer, só de passar na minha frente.

Que na última noite, eu tentei te achar, porque estava disposta. Mas ela terminou de um jeito inesperado. Aqueles finais, que a gente enterra na areia para esquecer. Eu pensei em gritar, mas você já tava longe. No dia seguinte, não desci na mesma hora. Demorei para decidir que precisava ir pela ultima vez na praia. Então fui ate o píer, porque sabia que ali você me reconheceria, e a maior prova, foi você me olhando e mandando beijos enquanto fazia wake. Tentei gritar o mais alto que eu precisava ir embora, que alguém tinha matado a minha coragem de pular e nadar até você. E que eu ia ficar com essa imagem do píer pra sempre, e que isso ia se chamar saudade e isso ia doer.

2 comentários:

jonaya disse...

Tudo é ao mesmo tempo agora. Ainda dá tempo de se jogar no mar.

Thais Abrahão disse...

Corajosa saudade...