segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Sapos, o Novo e o Tempo

Eu sei que você ainda lê meu blog. Sei também que minhas palavras te confortam, e que por isso, você talvez durma melhor em sua cama. Desconfio que muitas vezes você olha para o telefone e engole a vontade de escutar minha voz. E que você nunca imaginou que eu, um dia, seria tão radical. Mas acontece que meu estômago não suporta virar um brejo para colecionar sapos, tem dias, que a gente precisa vomitá-los. Desculpe, se por algum momento, você escutou aquilo que não queria ouvir.

Desde o dia em que você partiu, eu esperava a próxima poesia no seu blog. Esperava também a próxima imagem sua tocando gaita ou sax. Com a música você não parou, talvez porque respire isso, mas desde o dia em que você foi embora, junto foram seus textos. Quero ver quem vai te inspirar daquele jeito. Quero ver você abrir as caixinhas e não encontrar o que deveria. Quero ver você transbordar paz e não ter os potinhos para preencher. Resolvi apagar os links do computador e da minha memória, não quero mais ler, não quero mais ouvir. Não quero mais saber. Nunca gostei de ser jornalista, mas sou. Sem você saber, eu já sei. O sexto sentido bateu antes na minha porta e enquanto você está indo, infelizmente, eu já estou voltando.

O novo vicia, sabia? Te envolve que nem o cheiro de um perfume e depois já não quer mais parar de sentir o cheiro. Só passa, quando acorda. Quando lembra que não é preciso ser dependente, nem de alguém e nem de algo. Parece complicado, mas é mais simples que parece. A fraqueza não existe, ela é criada apenas pela mente. E a mente também vicia. Quase um ciclo, que provavelmente se você está sóbrio, não gira, para!

Depois de um tempo, passa. Parece que a mente perde força, coloca as lembranças debaixo do tapete e sem querer, alguém aspira. Depois de um tempo, você entende que a gaveta de defeitos tem sempre que ficar aberta e que se a vida afasta alguém, é porque simplesmente ela não cabe no seu futuro.

O mais difícil é assistir Diário de uma Paixão e perceber que aos 27 anos, nunca amei ninguém na minha vida.

Um comentário:

Kel disse...

Vejo as coisas da minha maneira e, confesso, para mim mesma é a melhor de todas...rs...Nao acho que existe um amor, existem vários amores, assim como existem milhoes de formas de amar. Talvez vc tenha amado de algumas maneiras que, a julgar por um filme ou pelo relacionamento de gente próxima, nao pareça "amor". Nao sei...desde o dia em que a gente nasce a gente se apaixona por alguém. Mas no final o que sempre fica é o grande amor que sentimos por nós mesmas. Muitos outros amores para ti, bonita!