quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Corre, Mari, Corre!

Não queria deixar isso registrado, confesso. Mas é mais forte que eu. Porque quando a gente escreve, acontece. E talvez, não quero que aconteça. Por isso não queria deixar registrado. Mas, como eu disse, é mais forte que eu.


De trás, eu vejo, o que eu não gostaria de ver. Porque apesar de não ser meu ainda, já existe no virtual. E isso, não quer dizer, que seja por meio de tecnologias. É o virtual que existe desde os homens da caverna. O virtual é construído puramente no imaginário, das nossas mentes. Como eu disse, já existe no virtual.


Então, no meio do gelo, eu pergunto: eu deveria assistir ou deveria intervir?


A dor escorre pelos ouvidos, o coração congelou e o pulmão ainda pede por um ar mais puro.


Na dúvida corri, como uma criança que corre em direção ao colo da mãe. No meio de uma noite gelada, sozinha na rua, parei e o mundo continuou girando.


Porque o mundo gira independente da sua dor.


Voltei ao passado desse mesmo ano, andei pelas ruas em plena madrugada na espera do impossível.


E depois de tantas páginas viradas, tem sempre alguém que te manda um sinal e advinha o que eu fiz? Passei reto. Pra chegar em casa depois sem ar e perguntar a mim mesma: porque mesmo você fez isso?

3 comentários:

Anônimo disse...

Fazia tempo que não lia um texto tão bom seu! Não sei o que aconteceu essa noite, mas imagino você pelas ruas de São Paulo andando, andando...

eusonhoedai disse...

Ai que delícia, Mari! Que seja bem-vinda a liberdade. Apesar da dor...
O mais difícil da confissão você tem de sobra: coragem. Portanto beba na própria fonte. A partir dela, faça de sua confissão uma escolha e não a falta dela.
Você é sim a dona das suas vontades!Pelo menos é assim que brilha nos meus olhos.
Amei essa confissão, além de reconhecê-la plenamente.
Espera...
Bj grande com saudades.

Mari disse...

É só esperar! =) saudadeeee!