sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Foi quando ele abriu a porta branca com alças douradas e se deparou com um campo verde enorme, cheio de flores coloridas. O céu era roxo e o sol rosa. Lucas ficou durante três minutos olhando para tudo aquilo. Estava pasmo. Jamais tinha visto um céu roxo e um sol rosa... Tomou coragem e entrou. Tomava um pouco de cuidado para andar, tinha que desviar de um monte de animais que estavam deitados, quase dormindo. Avistou um lugar vazio e resolveu deitar também, mas de barriga para cima, queria admirar esse céu estranhamente bonito roxo. O menino esticou-se, colocou seus braços de apoio na cabeça e começou a rir, estava feliz. Foi quando viu uma sombra sobrevoando seu corpo. Era uma borboleta gigante preta com asas laranjas e com rosto de um menino. Lucas ficou branco. Estava com um pouco de medo.

- Posso me sentar? - perguntou a borboleta
- Não sabia que borboletas sentavam e muito menos falavam. - retrucou Lucas
- Eu falo, sento, como, brinco! - Qual é teu nome? - perguntou a borboleta
- Lucas e vc?
- Fred!
- Nunca vi borboletas desse tamanho e com rostos de crianças!!
- O meu sonho era original. - comenta a borboleta
- Que sonho?
- Ué, de virar para sempre uma borboleta!
- Pra sempre? - pergunta ansioso o menino
- É!!! Não é demais?
- Acho que não. Por que eu gostaria de ser uma borboleta?
- Para ter asas!!
- Eu poderia então ser um pássaro!!!
- Poderia, mas borboleta é bem mais legal!
- E a sua mãe? Tem asas? – pergunta o menino
- Não. responde a borboleta
- E de que adianta poder voar sem sua mãe?
- Mas minha mãe não mora aqui.
- Não? pergunta aflito Lucas
- Não. Ninguém da minha família mora aqui.
- Acho que vc não é feliz então. – comenta o menino
- E vc? Faz o que aqui? – pergunta a borboleta
- Vim realizar o meu sonho. - fala baixinho o menino
- E qual é o seu sonho?
- Só posso falar para o Imperador!
- Ah é verdade! - comenta a borboleta
- Esse país é muito estranho. É um país que realiza todos os sonhos e é cheio de regras. Faça isso, não faça aquilo. Não passe dessa risca. Não cheire as flores. - Por que não posso cheirar as flores? - pergunta o menino
- Também não sei.

Os dois ficam em silêncio olhando para o horizonte repleto de montanhas. O lugar era tão bonito e colorido que transmitia uma paz jamais sentida pelo menino.


- Flor tem cheiro? - pergunta a borboleta
- Obvio!!! - Vc nasceu aqui? – pergunta o menino
- Eu hein? De onde vc veio Lucas? É obvio que não nasci aqui, ninguém nasceu aqui.
- Por que?
- Isso eu também não sei te responder.
- Vc nunca sabe de nada borboleta maldita!
- Eu não sou maldita!
- Eu sei que não, falei da boca p/ fora.
- Como se fala da boca p/ fora?
- Ah, deixa isso p/ lá. Isso aqui é de verdade? Há quanto tempo vc está aqui?
- Bastante.
- Tá, mas quantos anos?
- Não sei dizer.
- Como não? Eu demorei um ano e cinco meses para chegar até aqui.
- E isso quer dizer o que? pergunta a borboleta.
- Um ano e cinco meses - responde o menino já um pouco irritado.
- Não sei quanto isso significa.

2 comentários:

Contreras disse...

Mari, a história do Lucas tá animal!! Vou querer uma cópia pra ler pro Theo, ele vai pirar!

Tô curtindo que quebra todos os padrões de tempo/espaço, muito bom! tbem sou da opinião que tempo e espaço não existem, quero ir pro país do sonho tbem!!

Parabéns, beijo!

Mari disse...

Faaaaaaaaaaaaaala David!! Que bom q vc gostou. Leia p/ ele, veja o que ele acha. Adorei teu blog novo.
beijos