terça-feira, 25 de novembro de 2008

Por aí

Tenho tanta coisa pra contar que realmente não sei se começo por sexta, por segunda, por sábado ou por domingo. Se começo pela tarde de algum dia desses, ou se começo por alguma madrugada num pub numa temperatura agradável de 2 graus. Foi demais. Então, por onde mesmo eu começo? Se na sexta eu tive uma despedida simples, do jeito que deveria ser, dizendo até breve brother, um dia a gente se tromba por ai. É que na verdade todo mundo vai trombar quase todo mundo. É só continuar sempre no rolê, não interessa em qual paralela. É sempre na paralela. O dia que tiver que pegar a transversal, a gente vira a direita. Os trixistas. Conheci eles por Keke. Eles são guias turísticos em trixis. Táxi com 2 lugares para o passageiro. Ele pedala e te leva por ai nas ruas de Barcelona. Até onde vc quer ir e do jeito que vc quer ir. Às vezes só uma viagem, como se fosse mesmo um taxi, às vezes nuns rolezinhos acompanhados de aulas de histórias sobre Barcelona. E essas histórias nem os livros contam. Às vezes é só carona. E o melhor, o trixi não polui a cidade. Turismo,táxi, barato e sem poluição. Projeto muito inteligente e que dá muito certo. Passei algumas noites, tardes, dias acompanhada de keke e os trixistas. Keke namora o Joselito, um deles. Amigão de Txiste. Já falei algumas vezes deles no blog. Semana passada eles foram para França testar os trixis lá. Por incrível que pareça, sempre me senti em casa com eles. Eles sempre lembravam a galera do kitesurf da minha irmã. A grande diferença é que eles se locamovem de trixi e os outros de kite. Sin dudas, os echaré de menos.

Ou começo falando de sábado? Aqueles dias que vc vê certos lugares e entende por aquele som é assim. Londres respira música. Transborda arte e moda. Tá na cara de qualquer um, é muita personalidade. Muita. Londres é um teco do mundo batido no liquidificador. E mais um pouco. Tá tudo ali junto ou separado, tanto faz, mas tá. Tipo Camden Town na feira Camden Loch, o pico é música, é arte, é feira, são as boinas, são chapéus, são os tennis, são as barraquinhas de comida. Vale lembrar: cada uma de seu país. Vai um chinês, italiano, espanhol, americano, mexicano, árabe, português, japonês, francês, marroquino, indiano ou tailandês? Falando em indiano e tailandês, Londres também respira um ar indiano e tailandês e por isso ai é o melhor pico para comer. E quando vc respira esse ar, vc vê ali do lado, o porque de Asian Dub Foundation. Depois passa naquele pub e vê a explicação por London Calling do The Clash existir. Vê ali naquela esquina do lado do cara sentado na escadinha porque a Amy Winehouse é ela. Entende o New Yong Pony Club, imagina o Rolling Stones, vê de mais perto o Strokes e escuta por ai o no novo cd do CSS. O bairro dos punks na década de 80. Queria ta lá p/ ver. E foi ai também que me apaixonei perdidamente sem pensar nos graffittes do Banksy. Desejei ter todos aqueles pôsteres na sala da minha casa. Virei fã. Jimmy. Namorado da Patty minha melhor amiga que mora há 10 anos na Europa. Mora há 3 anos em Londres, já viveu 4 anos na Suíça e 3 anos em Portugal. Agora ela mora com Jimmy numa casinha apaixonante no meio do bairro Maida Vale em Londres. Jimmy é guatemalteco e viveu na Suíça durante muito tempo. Em outros tempos viveu na Guatelmala e também morou em Berlim. Entende legal sobre graffite. E num desses roles me contou sobre Banksy e seus grafiitfes e nos deparamos com um bem ali do lado num muro qualquer. A menina que empurra a sujeira da rua para atrás da parede. Muito bom. E no meio da feira, pude entender melhor a aula de Jimmy, por ali estava cheio de pôsteres de Banksy. Um mais político e apaixonante que o outro. A menininha segurando um míssel como se fosse um urso de pelúcia, ou aquele que o soldado revista uma menininha de quase 4 anos. E assim vai. Impressionante.
E é impressionante de como Londres é legal, de como é acolhedor com o sol, de como nublado às vezes parece sombrio, às vezes de filme romântico, às vezes de quebradada. É muito doido. Todo mundo. Roles pela East London na Brick Lane onde vive a galera alternativa do cinema. Ali tem a feirinha Sunday Up Market na Old Trumanbrewery que é imperdível. Sentamos num bar/café, todo mundo junto, todo mundo na sua. 4h30 das tarde o sol já se pôs. Por isso a sensação da balada é sempre longa. Olha no relógio e ainda são 7 da noite. Muitas noites terminaram da sala da casa da patty com garrafas de vinho, escutando a mistura do ipod dos três. Muito som novo. E meu deus. É surreal a minha amizade com a Patty. Não tem o que dizer. Mal sabe ela, o quanto me fez bem passar esses três dias ouvindo e lembrando de muitas coisas. Ela me trombou sábado de manhã na estação de trem. Chegou mais tarde porque uma menina tinha se suicidado na frente do metrô. Ela me explica: Acontece isso quase todos os dias! Ai você consegue entender o motivo da nova estação de metrô ser anti-suicídio. Em volta do trilho do trem é inteira de vidro com portas que abrem quando as portas do metrô abrem. Não tem como se jogar e se matar.

E o vento lá fora tava muito gelado. Quase nevou. Quase. Do sábado p/ domingo, de madruga tava menos de zero, mas só choveu lá pelas 7 da manhã e de manhã já estava 1 grau. No rolê pelo centro, voltou o sol e obviamente que esse momento que me deparei com o Tate Modern e a ponte. E o role seguiu por South Bank pela Londoneye e Big Ben. Daí vai West End na Covent Garden, Seven dials, Trafalgar Squase, Soho. E o que é o Soho? Não dá p/ dizer. Comi por ali num restaurante chamado Busalba Eathai. Um tailandês. Nota mil. Tudo isso acompanhada pelo casal mais tranqüilo, engraçado e apaixonados Patty e Jimmy. Tem horas que o papo é em inglês, espanhol ou mesmo português. Umas tirações de sarro em francês e alemão. Feito um p/ outro. É nítido. Deixei Londres correndo, p/ variar. Ela sempre me manda correr. E eu corro, porque normalmente é o que me resta e que sempre me salva. Sai correndo junto com ela pela estação de trêm para não perder o trem e muito menos o vôo. Cheguei em Barca com a sensação de quem chega em casa. Joguei as malas no quarto e desci por ai. Fui dar um role clássico na madruga ouvindo The Clash.





5 comentários:

Gigia disse...

que idiotas!!!!!! saudadesssssss

Luís Pereira disse...

Quanta cultura hein Marisita ... Invejo-te!

Kel disse...

Até eu fiquei triste na despedida dos trixistas. Até eu queria ter ido nesse rolê (agora que li, claro, porque a idéia do frio...vc já sabe). É tudo muito (que nem o disco do Caetano). E agora mais: é muito para se esquecer.
Beijos

karina disse...

E ae Marí, deve ter sido muito louca sua vaigem,vc deveria postar algumas fotos da india tb. Poxa a maioria dos nomes de bairros aí de Londres são iguais daqui da minha cidade.

Anônimo disse...

Mariii!! Amei tb amiga! 'E incrivel mesmo como 'e bom nos duas juntas! Tb me fez mto bem, ate agora nao parei de sorrir. E agora entao, lendo seu blog!!
Fiquei morrendo de medo que vc nao fosse chegar a tempo no aeroporto...CORRE!!
Amei amiga! Nao vejo a hora do nosso proximo encontro. E lembre-se, se quiser aprender ingles agora que domina o espanhol, tem sempre uma casinha em Londres de portas abertas p/ vc. Ja pensou? Vc morando comigo e o Jimmy uns meses?
Te amo muitooo!!! To morrendo de saudades ja.
Beijao