Vou começar assim: já são mais que meia noite, a janela está aberta e lá fora chove. Uma chuva que acolhe e que não dá vontade de sair. Mas sei lá porque eu tava de rolê por ai com uma das companheras. E nosso rolê foi bem sussa, cheio de risada e papos trocados. Quando cheguei em casa, me senti em casa duas vezes. A primeira porque a essa hora da noite eu tenho esse tempo só pra mim. Sem falar com ninguém. Aquele ritual: acende um incenso, umas velinhas, liga um som, deita na rede e pega um papel e uma caneta. Pra ser bem sincera acendo ainda algum dos abajures que tenho. Eu sempre tenho uns 3 abajures espalhados pelo quarto, nesse daqui e no de Barça. Eles fazem a combinação perfeita com algumas velas. Ai tá pronto o meu canto. Só o meu canto: perfeito para escrever. Hoje eu entendi duas coisas que eu ouvi e no dia não tinha entendido. E sei lá porque essas duas coisas escutadas por pessoas diferentes em tempos distintos, se juntaram e hoje formam uma coisa só.
Vou tentar começar de novo: Quando eu passo pela sala e escuto meu pai tocando violão e cantando algum bolero, tango, Roberto Carlos ou Tim Maia isso apaga qualquer outro sentimento que estou sentindo no momento, é como isso já bastasse meu dia. Meu pai tocando violão e cantando me lembra totalmente a minha infância. Ele ali naquele cantinho da sala de leitura. A varanda fechada. Isso supre minha saudade de dar um rolê por ai a pé e sentar numa escadaria de uma igreja ou mesmo na escadaria do Correio e ficar de boa, vendo a vida passar... guardando todos os meus personagens na mente. Andar mais um pouco e cair no Porto Velho, virar a esquerda e cair na praia, depois subir pelo Born, atravessar o Gótico e antes de subir p/ casa, cortar caminho pelo Raval.
A ultima tentativa, prometo: Um dia acordei sem conseguir beber água. Tinha um vazio dentro de mim que era maior que o meu próprio corpo. Parecia que tinha tomado uma dose elevada de anfetamina. E o vazio doía. A paz interior bateu a asas e voou. Decidi então ir direto para o templo Zu Lai. Nunca tinha ido, sempre tinha tido vontade, mas faltou oportunidade. O dia estava daqueles sem nenhuma nuvem. Fui com minhas primas pra lá e quando entrei, tranqüilizei. Não sei se a minha paz inteiror tinha voltado, mas eu tava em paz... daquelas que te embrulha feito pacote de presente. Fiz aqueles rituais acende incenso, faz um pedido, bate o sino, faz um pedido, entra no templo, faz um pedido. O pedido era o mesmo: paz interior, pelo amor de Deus. I need this. Meio que estado de abstinência de paz. Daí, maldita hora ou bendita, que resolvi pegar a sorte de hoje, ou melhor, pensamentos do Buda. Peguei o primeiro, li, achei que não tinha nada a ver comigo, li de novo e devolvi. Resolvi pegar o segundo, li, achei que não tinha nada a ver comigo, mesmo falando quase a mesma coisa e devolvi. Peguei o terceiro, li, achei novamente que não tinha nada a ver comigo e guardei comigo. Sentei na escada e fiquei lendo, mostrei para minhas primas e também não entenderam. Desencanei, guardei novamente no bolso e fui dar um role pelo jardim.
Antes disso, não lembro quantos meses, mas recordo que era outono em Barcelona, eu andava com a Keke pela calle Enric Granados falando sem parar sobre amigos meus. Ela me olhou, parou a bike e falou: Por que você quer sempre arrumar a vida dos outros? Aquilo foi forte pra mim e sinceramente eu tinha entendido 50% do que podia ser compreendido. Eu só ia entender os outros 50% quando eu realmente voltasse para o Brasil. E quando voltei, mergulhei de cabeça. Me deparei com muitos amigos, pessoas conhecidas e desconhecidas que estavam numa vibe totalmente oposta da minha. O tesão que tenho hoje na minha vida, eu o via apagado em quase todas as vidas dessas pessoas. Uma galera que esqueceu que a felicidade e a paz existem sim, que a vida é simples e linda e que ela é muito curta. E o melhor, ela é feita de momentos únicos. E esses momentos únicos são fantásticos. Quando isso vai acontecer de novo do mesmo jeito? Nunca!!! Passou, já foi. Se sorriu ou se chorou, não importa, foi. E com tudo isso na minha mente eu fui vomitando, fui falando sem parar, fui chacoalhando todo mundo, fui palpitando se era pela direita ou pela esquerda que eles deveriam ir na própria estrada. Eu quis mostrar pra todo mundo como era o máximo o meu jeito de viver. Na verdade eu só queria que todo mundo tivesse feliz, sorrindo a toa e que as coisas tivessem fluindo. Eu queria que todo mundo deixasse a janela ou a porta aberta p/ continuar em contato com o universo.
E ai tudo se encaixou perfeitamente, as mensagens do Buda me diziam que eu tinha que parar de ser arrogante, tinha que ser mais humilde. E eu fui tão arrogante com as pessoas, que fiquei arrogante com a minha própria vida. E só hoje a minha paz interior resolveu voltar para a toca. Ela voltou quando juntei tudo, coloquei no liquidificador, depois bebi e lembrei que cada um é cada um e ponto final.
Vou tentar começar de novo: Quando eu passo pela sala e escuto meu pai tocando violão e cantando algum bolero, tango, Roberto Carlos ou Tim Maia isso apaga qualquer outro sentimento que estou sentindo no momento, é como isso já bastasse meu dia. Meu pai tocando violão e cantando me lembra totalmente a minha infância. Ele ali naquele cantinho da sala de leitura. A varanda fechada. Isso supre minha saudade de dar um rolê por ai a pé e sentar numa escadaria de uma igreja ou mesmo na escadaria do Correio e ficar de boa, vendo a vida passar... guardando todos os meus personagens na mente. Andar mais um pouco e cair no Porto Velho, virar a esquerda e cair na praia, depois subir pelo Born, atravessar o Gótico e antes de subir p/ casa, cortar caminho pelo Raval.
A ultima tentativa, prometo: Um dia acordei sem conseguir beber água. Tinha um vazio dentro de mim que era maior que o meu próprio corpo. Parecia que tinha tomado uma dose elevada de anfetamina. E o vazio doía. A paz interior bateu a asas e voou. Decidi então ir direto para o templo Zu Lai. Nunca tinha ido, sempre tinha tido vontade, mas faltou oportunidade. O dia estava daqueles sem nenhuma nuvem. Fui com minhas primas pra lá e quando entrei, tranqüilizei. Não sei se a minha paz inteiror tinha voltado, mas eu tava em paz... daquelas que te embrulha feito pacote de presente. Fiz aqueles rituais acende incenso, faz um pedido, bate o sino, faz um pedido, entra no templo, faz um pedido. O pedido era o mesmo: paz interior, pelo amor de Deus. I need this. Meio que estado de abstinência de paz. Daí, maldita hora ou bendita, que resolvi pegar a sorte de hoje, ou melhor, pensamentos do Buda. Peguei o primeiro, li, achei que não tinha nada a ver comigo, li de novo e devolvi. Resolvi pegar o segundo, li, achei que não tinha nada a ver comigo, mesmo falando quase a mesma coisa e devolvi. Peguei o terceiro, li, achei novamente que não tinha nada a ver comigo e guardei comigo. Sentei na escada e fiquei lendo, mostrei para minhas primas e também não entenderam. Desencanei, guardei novamente no bolso e fui dar um role pelo jardim.
Antes disso, não lembro quantos meses, mas recordo que era outono em Barcelona, eu andava com a Keke pela calle Enric Granados falando sem parar sobre amigos meus. Ela me olhou, parou a bike e falou: Por que você quer sempre arrumar a vida dos outros? Aquilo foi forte pra mim e sinceramente eu tinha entendido 50% do que podia ser compreendido. Eu só ia entender os outros 50% quando eu realmente voltasse para o Brasil. E quando voltei, mergulhei de cabeça. Me deparei com muitos amigos, pessoas conhecidas e desconhecidas que estavam numa vibe totalmente oposta da minha. O tesão que tenho hoje na minha vida, eu o via apagado em quase todas as vidas dessas pessoas. Uma galera que esqueceu que a felicidade e a paz existem sim, que a vida é simples e linda e que ela é muito curta. E o melhor, ela é feita de momentos únicos. E esses momentos únicos são fantásticos. Quando isso vai acontecer de novo do mesmo jeito? Nunca!!! Passou, já foi. Se sorriu ou se chorou, não importa, foi. E com tudo isso na minha mente eu fui vomitando, fui falando sem parar, fui chacoalhando todo mundo, fui palpitando se era pela direita ou pela esquerda que eles deveriam ir na própria estrada. Eu quis mostrar pra todo mundo como era o máximo o meu jeito de viver. Na verdade eu só queria que todo mundo tivesse feliz, sorrindo a toa e que as coisas tivessem fluindo. Eu queria que todo mundo deixasse a janela ou a porta aberta p/ continuar em contato com o universo.
E ai tudo se encaixou perfeitamente, as mensagens do Buda me diziam que eu tinha que parar de ser arrogante, tinha que ser mais humilde. E eu fui tão arrogante com as pessoas, que fiquei arrogante com a minha própria vida. E só hoje a minha paz interior resolveu voltar para a toca. Ela voltou quando juntei tudo, coloquei no liquidificador, depois bebi e lembrei que cada um é cada um e ponto final.
6 comentários:
Sem dúvida maricota, vc voltou nitidamente melhor de Barcelona!!!
te amo sempre!!!
putz...ja falamos bastante sobre isso tudo né...primeiro so tenho a dizer que, seja la qual for a mari, sempre amei e sempre vou amar...pq ela nao é capaz de mudar de lado, de ser a raquel...seja la qual for a mari sempre será do lado ruth, do lado bom...irmas muito diferentes, e ao mesmo tempo com muitas caracteristicas em comum...somos assim...a empatia, que eu creio ser uma de minhas caracteristicas, nunca foi o forte da minha irmanita...aquela vontade de querer se colocar no lugar da pessoa antes de opinar...para ela a contundência em querer "impor" o seu ponto de vista e sua opinião pesavam mais do que tentar compreender o outro lado...pq ela queria, sempre quis e sempre vai querer o melhor para as pessoas que ama...e esse era seu jeito de demonstrar isso...muitas de nossas brigas e discussoes foram por isso...mas agora percebeu que as vezes o que ela pensa que é melhor não é necessariamente o melhor...cada um é cada um e ponto, é isso...e cada um tem sua visão de sua propria vida, que nem sempre é a correta, mas isso só pertence a ele...só a propria pessoa pode decidir se quer ou nao mudar e qual caminho quer seguir...vc é uma mulher cada vez mais sensacional, apaixonante, encantadora, inconfundível, insubstituível...amo-te
Oi trouxa,
ahrm, amei seu texto, alias, amo todos...
O cara anonimo ai de cima ja disse mtas coisas fantasticas sobre vc, zizi assina embaixo, ahrmmm
te amo idiota
bjokas
ahrmmmmmmmmmmmm
Halad!!! Fico tao, mas tao feliz de saber que pelo menos algo que disse te surtiu efeito...(sei que nao foi só isso, mas isso foi importante também). A sua vida é mais importa da que de qq outra pessoa, mesmo seus pais, seu amor, tudo. E é por ela que vc tem que lutar. Antes de mais nada porque o que te chama é teu instinto de sobrevivência.
Que a paz esteja contigo daqui para frente. E que se algo te perturbar, descarrega aqui que eu te dou colo.
Beijos e saudades enormes...vc nem imagina...
É keke. Confesso que foi difícil escutar isso de vc, mas acho q isso vem dos signos, vc ariana ao quadrado. Mas depois de um tempo eu entendi perfeitamente.
E irmã naquele dia eu descobri que vc faz mta falta quando estamos com a gabi!!!
seja humilde com a vida!!
rs
beijo, beijo
querida, que lindo esse texto! dá uma esperança, vontade de sempre ser melhor nessa vida, mais feliz e tranquila...
que bom que o ser humano tem sempre a possibilidade de aprender, né?
vamos nos encontrar. Fiquei sabendo que vc voltou de Barça ótima, feliz da vida!beijos e boa sorte!
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