O filme é do caralho. Falta só mostrar que existem também os traficantes mega ricos que estão bem longe das favelas. Eu lembro de quanto foi falado antes de sair nos cinemas e depois que saiu. Já tava no limite, ou já tinha passado, não lembro. E aqui, eu diria a polêmica que causou aqui, já me irritou o suficiente. Agora eu sou curta e pouco radical.
Eu tinha acabado de beber minha breja no festival, estava observando, flipando e curtindo um som que não faria falta se eu não estivesse curtindo e nisso se apresenta um casal colombiano.
Eu tinha acabado de beber minha breja no festival, estava observando, flipando e curtindo um som que não faria falta se eu não estivesse curtindo e nisso se apresenta um casal colombiano.
- ahhhhh você é do Brasil? – pergunta o namorado.
- Sim - com um sorriso que daria para mostrar meus cizos como diria o Gui. Adoro falar que sou do Brasil.
- Nossa! Vimos Tropa de Elite!!! Muito bom!!!!
- É excelente mesmo e é tudo verdade também. – já querendo eliminar qualquer pergunta.
- Que verdade? – pergunta ele.
- O que passa no filme é tudo verdade, existe.
- A polícia mata assim mesmo quando sobe a favela? – ele novamente.
- Mata! - afirmo
- E qual é a solução?
- não tem solução! digo.
- como?
- O Brasil não tem solução! Grito.
- Você não pode dizer isto! O Brasil está crescendo economicamente, um monte de país está investindo nele. – fala a namorada do sujeito com um tom um pouco intolerante.
- De onde você é mesmo? – pergunto ironicamente
- Da Colômbia! – responde ela
- Ah! A economia está crescendo mesmo, mas isso não acaba com o tráfico de drogas.– comento eu
- A solução é acabar com o tráfico. Há solução! – fala ela.
- Para acabar com o tráfico de drogas, precisamos primeiro dar boa educação, dar saúde e comida para o povo. Depois disso é que podemos liberar as drogas. – explico eu.
- E com as ajudas sociais nas favelas? – pergunta o namorado
- Você viu o filme? – pergunto
- Vi!
- Então? Não viu o que acontece quando a classe social média/alta tenta ajudar?
- Vi!
- Então, não é tão fácil assim. Não adianta um cara que não tem noção das coisas e de como funciona uma favela, querer colocar seu ponto de vista para depois dormir bem em sua cama. Há bem mais do que isso. – explico novamente
- Mas e as ajudas sociais do estado?
- hahaahahahahahhaahahahaha – tenho um ataque de risos bem gostoso.
- Você sabe como funciona a política do Brasil? O cara sobe no poder e ajuda ele. Só ele. Quem sabe os amigos, os familiares, mas antes de tudo é ele. O povo é esquecido. – explico mais uma vez.
- Mas não pode ser assim. Isso tem que mudar! As pessoas tem que fazer algo pela favela. – fala ele indignado
- Claro, tem que mudar. Sabe que o que você faz? Monta um plano de uma ajuda social e depois entra na favela e aplica!!!! – aconselho com tapinhas nas costas.
O que me deixa irritada? É que eu não fico dando palpite para os espanhóis de como acabar com a crise econômica do seu pais, nem falando para os italianos que eles tem o Berlusconi no poder e nem sugerindo como a Colômbia podia ser melhor.
Um comentário:
Na verdade esse casal puxou um assunto que te toca num momento inapropriado e pode ter uma pequena mostra de como dona Mari é facilmente irritável. Mas tb, pô, show é lugar de falar de coisas assim, tão sérias e tão nossas? Eu já tinha logo mandado eles montarem um plano para acabar com as Farcs antes de se preocupar com o que se passa fora do país deles. E tá falado!
Beijoca.
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