terça-feira, 2 de setembro de 2008

O poço, o jardim e o tempo

Acendeu? A vela tá acesa, isso quer dizer: start. Vocês iam gostar. Garanto. O pico é assim: aberto, na frente e ao lado de um grandioso e moderno poço de cultura. Grita às vezes, e às vezes soa paz. É. É interessante. Na levada do som que soa. Se é que me entende. Ali está rodeado de pessoas fazendo aquilo que bem querem. É seu, é aberto, são de todos acompanhados obviamente, pelo tal grandioso e moderno poço de cultura. As portas estavam abertas, por isso acho eu, que existia a mistura. Do meu lado um cara de Marrocos, o outro da Nova Zelândia, aquele ali de Londres, essas três da Suecia, aqueles dois espanhóis, ela também espanhola, uns brasileiros aqui e eu. Fora claro, aqueles que passam com as cervezas o bier que são os paquistaneses, os indianos e também os marroquinos.

E depois querem que eu fale? Eu só posso observar, observar, observar. Daí eu penso: vcs são todos meus personagens... Depois da interrogação, eu respondo claramente para um bom entendedor ou não: eu só sou jornalista, só olho, observo e faço perguntas... Para depois só escrever. Já penso que é loucura. Help me, pensei rapidamente e óbvio que esse pensamento gerou em diversos outros. Exatamente quando ocorre quando você vê uma pomba, inconscientemente você de lembra de mil coisas relacionadas à pomba. A que me vem agora na cabeça, por exemplo, é que eu odeio pombas. Por mim eu sumia com todas elas. Enfim. Isso era alguma aula perdida por ai de filosofia, que por falta de memória não sei dizer o filosofo que falava isso. Se alguém lembrar, please me recorde. Porque já esqueci até o que eu queria escrever.


Help me. Isso já me lembra essa, essa, e aquelas amigas minhas. Uma em cada canto hoje. Uma mensagem no celular bastaria para um entendimento completo sem muito esforço. Mas se eu dizer help me aqui, ninguém vai entender o quero dizer. Bate saudade... da nossa língua, do jeito de ser. Mas é demais viver o que ninguém vai entender, ou vai, vai saber, é tanta mescla. As italianas e os italianos levam o troféu sem dúvida do povo europeu mais gente fina e mais engraçado. E um instante é fácil de dizer se eles são do norte ou do sul. Os do norte são bem italianos, mas são mais quietos, na deles. Os do Sul são espalhafatosos, sempre falando alto e fazendo gestos com as mãos que dá p/ ver de longe. O MACBA vicia. Sim, o MACBA e não o MAPA. Por isso, não fazia sentido: Museu de Arte Contemporâneo de Barcelona. Dã. Mas ainda não dá para entender direito o que um catalão ou uma catalã falam rapidamente com esse leve sotaque. Enfim, ele vicia. Não sei dizer ainda se é pela presença do poço ou se é o que é. Eu sempre gostei de ficar perto de museus. E isso também me lembra amigas e amigos. Ai um deles me confirma:


- Estamos indo ali na casa do hdjwb dkcnd, vamos ae?
- O que tem lá? = pergunta a sueca
- Um bando de intelectuais. – responde o marroquino
Ela torce a cara. Ele continua:
- Intelectuais porque são todos personagens, vc precisa ver!
Ela distorce a cara e traga seu cigarro.
- Todos nós somos personagens. Ainda não percebeu?
- Não – responde ela soltando a fumaça.


Obrigada, marroquino. É óbvio que somos personagens e vocês são meus só por alguns instantes. Instantes virtuais.
Recebi um email com a seguinte frase:

“Abrimos todas as portas e as janelas do quarto
nosso lugar é infinito, é jardim em expansão..”


Isso quer dizer que O Quarto das Cinzas mudou de nome e agora chama O Jardim das Horas. E isso me levou a escutar a nova música do grupo e escrever no blog. E depois de tudo recebi outro email de um amigão falando:


Um espaço é uma porção de tempo capturado"


Tá, confesso: eu estou no jardim em expansão, mesmo sabendo que é uma porção de um tempo capturado.


Um mês para o inferno astral. Mas de inferno não terá nada. Só será astral e o universo só agradecerá, é mais menos assim que você se sente quando teu brother, irmão mais que iddiota e blábláblá vem te visitar em menos de 15 dias. Que venha a quarta visita, porque somos todos, como diz o Txiste, um bando de subnormales. Pode apagar... eu só estou de passagem.

2 comentários:

Cinema de Invenção disse...

debaixo em cima do segundo andar cético careta meio esquerda direita dessa buesta em portunhol claro por instantes suspendo os pés do chão rumo aos mares nunca dante s navegado s do céu museu futuro de ex-extranhos extrangeiros que aparecem de frente pra mari, menina meio "ufa!" meio baudelaire e sinto que estou nio lugar errado. mari, seus textos à impressionismo são fundamentais, menos porém que sua amizade sincera e eterna. bjos.

Anônimo disse...

Olha, confesso que este foi um dos seus melhores textos, parabéns. Loas à parte, meu jardim está sempre em expansão, assim como o seu. Só me pergunto se ainda terá mais mundo para onde ele quer se expandir...E o meu tempo capturado está juntinho com o seu. Isso me deixa feliz.
Beijos