Precisando de um abraço, Barcelona me abraçou forte. Prendeu até meu ar, então também abracei. Fiquei assim uns dez minutos até começar a sussurar em seus ouvidos. Barcelona precisava ouvir. E ao invés de falar, segurou minha mão e me levou em cinco lugares diferentes nesses quatro dias. Um por vez. O primeiro foi Montjuic. Ela sabia que era forte e grande e só Montjuic para me acolher como me acolheu. Depois, sabiamente me levou até Bogatell, passei a tarde inteira olhando para o mar com a boca aberta. Bogatell sempre foi um lago e bem nesse dia rolavam altas ondas. É estranho olhar para o horizonte e não imaginar a África. Chegando em casa, me aconselhou a entrar no jardim da Univesidad de Barcelona. Um lugar calmo, zen, verde e bem no quintal de casa. No dia seguinte, me arrastou até a Catedral Santa Maria del Mar. A grandiosa construída pelo povo me ouviu calmamente com intervalos de prantos. Fiquei alí, jogada, sentada, tentando entender o que eu fazia mesmo dentro de uma igreja. Engoli o choro e encontrei a paz. O último lugar foi necessário pegarmos um trem. Ela dizia que eu precisava conhecer a Universidad Autonoma de Barcelona. Quando entrei, fiquei de cara. Imaginem a USP e agora tire tantas ruas para os carros e adicione caminhos para apenas pessoas. Olho para Barcelona com um olhar de agradecimento, é bom tentar curar sua tristeza em lugares como esses. E novamente sussurei nos seus ouvidos...baixinho...
Um comentário:
Outro dia perguntei para mim mesmo o que me trouxe até aqui. Claro que eu sabia, mas é sempre bom confirmar que demorei, sim, mas que aprendi a andar com as minhas próprias pernas. Sozinha.
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