domingo, 28 de dezembro de 2008
Costume
É só evolução.
Sinceramente tanto você como eu deveríamos sentir medo.
O que passa, o que acontece, já não é evolução.
Chamo isso de dúvidas.
Dúvidas que procuram a resolução.
A resolução que me sufoca;
Que me acorda do meu eterno sonho vivido.
Talvez todos esses resultados fossem “evolução”.
Peço desculpas... sinceras.
Por ter me apressado no início do poema com a conclusão.
É costume!
É costume que tento perder.
Não tenha medo!!
Não ache que possa ler isto apenas uma vez...
Leia quantas vezes forem necessárias.
Porque aqui passo uma mensagem...
Um pouco clara...
Apenas para entendedores de “mari’.
Não posso ser mais clara.
Desculpe mais uma vez.
Por ser quem você não espera.
Você neste poema é você!
Você que está lendo isto agora.
Oi?
Tudo bem?
Peço desculpas pela terceira e última vez.
Mari 25/01/03
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Aprendiz
É aquela velha história: existe vida lá fora. A sensação de sair de casa e não saber como será meu dia ainda existe e ainda me apaixona. Me sinto totalmente livre, livre de conceitos, livre de notícias, livre de fofocas, livre do passado, livre do futuro... jogada no mundo. Mas sinto falta do kms percorridos por mim em Barcelona. Literalmente keep walking. Além disso, sinto uma saudade enorme deles passando pela minha rua de skates. Era só sentar no banquinho da pracinha e admirar, um mais estiloso que o outro e aqui em Sampa eles são quase todos iguais.
Pra quem achou pela quarta vez que tinha chegado no topo da evolução, perdeu a escada novamente. Agora é de degrau em degrau. Algum dia desses, não lembro direito quem, deixou escapar pela boca dele, que quem vai a busca de sua evolução, caminha o resto de sua vida, porque a evolução simplesmente não tem fim.
Enquanto o mundo gira, finalmente chegou o natal. E o natal pra mim é o dia totalmente de paz e de boas energias. Amo muito passar o natal aqui em casa e esse ano família reunida again!!!
Espero que todo mundo ganhe nesse natal um bocado de paz e um bocado de amor e que na virada ganhe um bocado de idéias e um bocado de coragem para o próximo ano!!!
Gracias!!!
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
As companheiras de crime
Elas estão na frente da Catedral Santa Maria Del Mar. Esperam sem nenhuma paciência a outra mulher sair da igreja. A morena fuma um cigarro atrás do outro e a loira come compulsivamente chicletes de melancia. Elas não conversam, apenas olham a cada minuto o relógio. O tempo corre e a mulher não sai. Até que a loira joga o pacote de chicletes no chão e entra na igreja. A morena acende outro cigarro e começa a andar de um lado para o outro. A loira aparece com a outra morena pelas as escadarias da igreja. A outra morena desce devagar segurando uma pá e uma rosa. A morena fumante abraça fortemente a outra morena e a loira. Só uma chora. A mesma que arremessa a rosa longe. As duas entregam as novas pistolas para ela. Mal sabia que a sua nova paixão era atirar. As três sobem em suas motos e disparam os três tiros. O crime começou semana passada. Mais de 30 tiros foram disparados por elas. Os feridos ainda não se identificaram. E ainda não há rastros do local do crime.
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
Welcome
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Sorry! Sem título!
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Encontros...
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Não sei ainda se está na hora de enterrar ou de regar
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
Cheguei
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Hasta...
Entendi que quanto mais a gente tenta saber, menos a gente sabe. Quem foi que disse que 1 hora tem 60 minutos? Quem foi que disse que o sol amanhece às 6 da manhã e não às 11h? Quem foi que disse que o ano tem 12 meses e cada mês tem 30 ou 31 dias e que só fevereiro tem 28? Alguém pode me explicar por que fevereiro tem 28 dias? E não 15? Ah e aproveita e me explica também se a expressão chata de galocha é porque a menina chata usava uma galocha. Voltando ao tempo, lembro quando ele disse que tinha congelado o tempo. Os relógios não funcionavam e as pessoas enlouqueceram. Porque não sabiam que horas tinham que almoçar e muito menos parar de trabalhar. Não sabiam se já estava na hora de buscar os filhos na escola ou se já estava na hora da aula de tennis. O relógio marca o momento da sua vontade inexistente, e existente só em alguns momentos. Difícil explicar, mas é mais ou menos isso. E já refletiu como o mundo seria se já existisse o teletransporte? Quase me perdi pensando nisso outro dia. As pessoas durariam 5 segundos ou 5 anos em cada cena. A troca cultural seria enorme e não existiria ordem. Eu só sei que se existisse, eu estaria dando um rolê pelo mundo acompanhada de muita gente.
Voltando para o não saber, vim pra cá querendo descobrir mais sobre mim. Sei agora de algumas coisas. E diria que às vezes é normal você não saber o que quer, mas é essencial saber daquilo que você não quer. E eu não quero muuuuuuuitas coisas. Por isso, não me perguntem se eu vou voltar para uma assessoria de imprensa, para uma redação, para um escritório fechado com algumas janelas. Podem ter certeza que eu estarei do outro lado da janela.
Obrigada: Marcelo, Tati, Deia, Keke, Antonio, Toh, Fê, Tuany, Bruna, Beto, Tathi, Japa, Kelson, German, Paco, Joselito, Txisti, Mestre do Magos, Jordi, Pablo, Raul, Chileno, Nami, Duda, Luis, Mari, Bruno, Fernandez, Nichola, Alex, Boris, Manu, André, Mano, Pit, Cas, Mario, Victor, Guadí. Essas foram algumas pessoas que me deram momentos em que pude chegar aonde realmente eu queria.
A última imagem, a última foto de Barça no ano de 2008 para mim. Me arrependo profundamente de não ter transformado o cartão postal em cartas carinhosas para os brothers. Isso já é outro papo.
sábado, 29 de novembro de 2008
Ensaio das últimas cenas
As despedidas começaram já faz algum tempo. Tem gente que prefere não me ver, não quer dizer tchau e nem até logo. Tem gente que não fala nada, só me abraça. Tem gente que jura de pé junto que ano que vem estarei aqui. Tem gente que só me olha e aperta minha mão. O argentino quase uruguaio não me conhece direito, mas ele só me abraça quando me vê sorrindo. Ontem me abraçou pedindo para eu sorrir. Hoje abracei o MACBA por dentro. E diante de tanto amor por um museu, ele me regalou a tarde. Assisti Freak Orlando de Ulrike Ottinger. E desculpe. Vocês terão que assistir. É impossível descrever a tamanha loucura.
Chegou à hora. A volta deveria ser mais fácil que a ida. Mas não é o caso. A volta guarda mistérios. Todos relacionados a mim mesma. Mais uma mudança pra fechar o ano. Depois de 2 verões, 2 outonos e 1 primavera. Cadê o inverno? Viramos a página. É a hora de verão. Os carneiros já não são mais nuvens. Viraram gotas. Caíram por ai. Nasceram novamente. Como tudo deve ser, ou não, vai saber. Chegou à hora. A hora de voltar pra casa. Levo comigo o meu único tesouro. E de um pote de interrogações virei um livro de contos. Contos que serão contados para aqueles que quiserem ouvir e que tiverem tempo para ouvir. A gente se tromba por ai, em qualquer esquina, em qualquer bar. Coloquem as cervejas na geladeira, eu to chegando...
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Font Romeu - França





- Uns 19 anos!
E lá fomos nós para Font Romeu, sul da França. Temperatura agradável de – 5 graus. O caminho talvez mais bonito que já vi. A viagem pelos Pirineus cheios de neve com sol. Casa na montanha. A vista incrível. Guerra básica na neve, muito vinho e muito raclete. A placa na estrada: Snowkite. Cocei meus dedos. De madrugada nevou, mas estávamos dormindo. Acordamos cedinho para admirar a neve em todos os cantos da cidade. E ai, é assim, simples, a gente só pode sorrir!
terça-feira, 25 de novembro de 2008
Por aí
Ou começo falando de sábado? Aqueles dias que vc vê certos lugares e entende por aquele som é assim. Londres respira música. Transborda arte e moda. Tá na cara de qualquer um, é muita personalidade. Muita. Londres é um teco do mundo batido no liquidificador. E mais um pouco. Tá tudo ali junto ou separado, tanto faz, mas tá. Tipo Camden Town na feira Camden Loch, o pico é música, é arte, é feira, são as boinas, são chapéus, são os tennis, são as barraquinhas de comida. Vale lembrar: cada uma de seu país. Vai um chinês, italiano, espanhol, americano, mexicano, árabe, português, japonês, francês, marroquino, indiano ou tailandês? Falando em indiano e tailandês, Londres também respira um ar indiano e tailandês e por isso ai é o melhor pico para comer. E quando vc respira esse ar, vc vê ali do lado, o porque de Asian Dub Foundation. Depois passa naquele pub e vê a explicação por London Calling do The Clash existir. Vê ali naquela esquina do lado do cara sentado na escadinha porque a Amy Winehouse é ela. Entende o New Yong Pony Club, imagina o Rolling Stones, vê de mais perto o Strokes e escuta por ai o no novo cd do CSS. O bairro dos punks na década de 80. Queria ta lá p/ ver. E foi ai também que me apaixonei perdidamente sem pensar nos graffittes do Banksy. Desejei ter todos aqueles pôsteres na sala da minha casa. Virei fã. Jimmy. Namorado da Patty minha melhor amiga que mora há 10 anos na Europa. Mora há 3 anos em Londres, já viveu 4 anos na Suíça e 3 anos em Portugal. Agora ela mora com Jimmy numa casinha apaixonante no meio do bairro Maida Vale em Londres. Jimmy é guatemalteco e viveu na Suíça durante muito tempo. Em outros tempos viveu na Guatelmala e também morou em Berlim. Entende legal sobre graffite. E num desses roles me contou sobre Banksy e seus grafiitfes e nos deparamos com um bem ali do lado num muro qualquer. A menina que empurra a sujeira da rua para atrás da parede. Muito bom. E no meio da feira, pude entender melhor a aula de Jimmy, por ali estava cheio de pôsteres de Banksy. Um mais político e apaixonante que o outro. A menininha segurando um míssel como se fosse um urso de pelúcia, ou aquele que o soldado revista uma menininha de quase 4 anos. E assim vai. Impressionante.
E o vento lá fora tava muito gelado. Quase nevou. Quase. Do sábado p/ domingo, de madruga tava menos de zero, mas só choveu lá pelas 7 da manhã e de manhã já estava 1 grau. No rolê pelo centro, voltou o sol e obviamente que esse momento que me deparei com o Tate Modern e a ponte. E o role seguiu por South Bank pela Londoneye e Big Ben. Daí vai West End na Covent Garden, Seven dials, Trafalgar Squase, Soho. E o que é o Soho? Não dá p/ dizer. Comi por ali num restaurante chamado Busalba Eathai. Um tailandês. Nota mil. Tudo isso acompanhada pelo casal mais tranqüilo, engraçado e apaixonados Patty e Jimmy. Tem horas que o papo é em inglês, espanhol ou mesmo português. Umas tirações de sarro em francês e alemão. Feito um p/ outro. É nítido. Deixei Londres correndo, p/ variar. Ela sempre me manda correr. E eu corro, porque normalmente é o que me resta e que sempre me salva. Sai correndo junto com ela pela estação de trêm para não perder o trem e muito menos o vôo. Cheguei em Barca com a sensação de quem chega em casa. Joguei as malas no quarto e desci por ai. Fui dar um role clássico na madruga ouvindo The Clash.



quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Pra onde ele aponta mesmo?

Voltando. Os trixistas falam que não. Ele não aponta as Américas porque as Américas não estão daquele lado e sim para trás. Mas se Colom apontasse para trás, ele apontaria para as Ramblas, dando as costas para o Mar. Tem gente que fala que ele aponta o caminho da saída do navio para as Américas, outros dizem que ele aponta Gênova, sua cidade natal. E esses dias andando por ai com a Fefe, ela me contou sua outra versão, Colom aponta para a Índia, onde ele realmente queria chegar. E ela me pergunta: Será que todo mundo precisa ir para a Índia para conseguir o que quer? E nesses dias de Índia, descobri que Colom aponta o pôr-do-sol.
terça-feira, 18 de novembro de 2008
A porta aberta e a minha Índia
Enquanto eu admirava a lua crescente no sábado do dia 8 de novembro, ele sentou do meu lado e começou a falar tudo que eu precisava escutar. Eu não sabia quem ele era e muito menos ele sabia quem eu era. Mesmo assim me convenceu a ficar 8 dias sem contato com celular, internet e televisão. 8 dias vividos intensamente, sem pensar em nada que não fosse aqui. Contatos apenas reais, visuais e pessoais. Índia. Ele sabia e eu também. Era preciso lavar a minha alma. E nesses dias apenas 3 coisas podiam me acompanhar durante meus rolês: um caderninho, uma caneta e a uma máquina fotográfica.
Hoje, por incrível que pareça sou outra pessoa depois desses 8 dias, além disso tenho 50 páginas escritas no caderninho e 250 fotos. Momentos para serem guardados. Conheci muita gente, vi Barcelona com outros olhos, respirei outros ares, senti coisas nunca sentidas, corpo e alma no mesmo lugar. Vi a lua cheia mais linda de toda minha vida, um pôr-do sol inesquecível, um passeio de trixi engraçadíssimo, admirei um jazz de frente pra praia, um folk na frente da catedral gótica e três argentinos tocando fudidamente chorinho que depois misturaram com tango. E num simples toque de retiro espiritual, passou. E consegui entender que não é o Raval. É o MACBA mesmo que mexe comigo, que me inspira e que me acolheu diversas noites em Barcelona. É ele. Meu museu predileto. Antes do MAM. Sinto em dizer isso. Mas já é a pura verdade. O MAM já foi minhas tardes acompanhadas de roles pelo Ibira. Já foi minhas manhãs acompanhadas de caminhadas pensativas. Aquela sensação que ainda é de manhã e antes de qualquer movimento brusco, eu tô dando um role pelo parque. No MAM já vi muitos filmes, muitas exposições, muitas palestras, muitas descobertas, já me assustei, já me apaixonei por algum quadro e já quis abraçá-lo.
Picasso tomava breja ali do lado. Num pico bem louco, ali no Gótico, perto da Catedral. Uma rua de pouca luz, arquitetura medieval, um ar totalmente gótico. Na mesma época do Guadí, do Miró e do Salvador Dalí. Vixe! Muita loucura junta. Bogatell, Arco do Triunfo, Barceloneta, Porto Olímpico, Gótico, Born, Raval, Santa Maria Del Mar, Base dos Trixistas, Porto Velho, Rambla, Passeig de Grácia, Portal de Angel, Praça do Sol, Gracia, Praça da Revolução, Jaime I, Via Laetana, escadarias do Correio, Passeig de Colom, Montjuic, Plaza España, Arena, as fontes, cidade olímpica, Pálcio de Montjuic, Castelo de Montjuic, Park Guell, La Pedrera, Fórum, Nova Içaria, Sagrada Família, Parc Ciutadella, Casa Batló, Palau da Música Catalana, Palau Guell, Labirinto, Mercat Sant Antoni, Rambla do Raval, Diagonal, Maria Cubi, Underground, Pachá, Bikini, Opium Mar, Shoko, Otto, Universal, Moog, Sant Juan, City Hall, Be Cool, Camp Noiu, Catedral Gótica, Sarriá, Mar Bella, Champegneria, Roxy, Peixe Dourado. Barcelona: Única.
Mas não se esqueçam da única certeza disso tudo: deixem a porta sempre aberta. Se precisar fechá-la, mantenham então a janela aberta, por mais frio que esteja lá fora. O contato com o universo é essencial.
domingo, 9 de novembro de 2008
Fui pra Índia
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
Meu PUB de Barcelona
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Pasa, pasa, pasa...
3 de novembro. Um dos dias mais estranho que já vivi. Entre palavras jogadas no ar, sentimentos multiplicados, sorrisos e choros. Bate tudo no liquidificador. E depois experimente. Me afasto. De todos. Hoje não é um dia de conversas. Não estou pronta para ouvir. “Todo es mentira en este mundo”. Não atende, não escute, não acredite, não escreva, não pense. “I say no, no, no, no”. Beba e dance. Confesso. A melhor droga para mim é o eletrônico. Você sente, reflete, pensa e esquece. Num dia só, apertei o stop para isso, aquilo e isso daqui. O play para isto daqui, isso ali e mais isso. E o pause para isto. Rebobinar só mesmo na mente. E diante de tantos botões, só pode vir a explosão. As certezas que estavam comigo voaram. Confiança. De quem mesmo? “A veces la vida es una pizarra mal escrita”. 27 dias que me restam. Estou chegando para mudar a vida de quem quiser.
Numa praça às duas da manhã atrás de cometas en cielo, ele me fala:
- Mariiiiiiiii você está voando. E quando você voa já não existe mais o contato com aqueles que apenas caminham. Você não vê? Quando você voa mari, você só pode encontrar um pássaro, porque só ele voará contigo.
Você precisa de conselhos para viver??? Então anota ai: “Conselho é uma forma de nostalgia. Dar conselho é uma forma de resgatar o passado da lata de lixo, limpá-lo, esconder as partes feias e reciclá-lo por preço maior do que realmente vale.”
E a pergunta que não quer calar é:
Quem foi que falou??? Quem foi que pediu olhando para o céu de Barcelona naquela tarde na pracinha? O meu EU? O meu coração? A minha consciência? E o dia que eu conseguir responder isso, terei certeza que o ciclo da evolução temporária que vim buscar, será fechado.
A outra droga é o espelho da balada. Às vezes sumo da pista e corro até o banheiro. E lá fico. Olhando no olho. São duas. Eu e meu reflexo. E te juro por tudo que é mais sagrado, elas trocam idéia.
O fato é que se existem pessoas que me chamam de estrela, há uma coincidência aqui. Estrela chama estrela. E se você tem uma estrela tatuada no seu cotovelo, o que isso realmente quer dizer?
Quando a galera daqui pergunta da minha religião, respondo: a minha. E qual é a sua religião? Respondo: Faço somente aquilo com os outros, o que eu gostaria que fizessem comigo. “Tudo vai e volta”
Desconecte-se. Viver fuçando a vida dos outros em orkut é perda de tempo, de vida. A realidade ainda não é virtual.
"Para verme mejor cierra los ojos
Para encontrarme mejor perderme
Para tenerme cerca suelta la cuerda
Que yo estoy aquí como está la niebla"
sábado, 1 de novembro de 2008
La hora de las brujas
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Veeeeeeeeeeeeeeeeeeem
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
La SaLa RoJa
Saudade Esquecida
Eu tinha saudade.
Eu tinha saudade,
E não sabia.
Era isso o que me consumia.
Eu simplesmente não sabia,
O que me faltava era tão pouco.
Bastava apenas estar do lado,
Dizer algumas coisas,
Escutar algumas outras,
E sorrir do jeito que só nós sorrimos.
Eu tinha saudade.
Isso eu deveria saber.
Que era só a saudade,
Só a saudade que me faltava.
Só a saudade que me traz um bem,
A saudade que quero viver quase todos os dias.
A saudade que queria que muita gente conhecesse
E ao mesmo tempo, ninguém...
Basta nós!
Basta nós,
Nós que tínhamos saudade,
Saudade esquecida,
Saudade enriquecida.
Eu tenho saudade,
E gosto de té-la.
Agora eu sei,
Sei que não me falta,
Mas me falta de vez em quando.
Mari 09/06/02
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
O senhor e a Guerra Civil Espanhola
- Você é aquele menina jovem que estava sentada naquele banco! Fala ele apontando para frente.
- Sim, sou eu.
Ele olha para o banco vazio, arruma a boina e deixa o jornal de lado.
- Você tem cara de italiana!
- Haha! Que raro! Minha mãe é italiana!
- Acertei! diz ele com um sorriso de avó.
- Não. Eu sou brasileira! Minha mãe é italiana e meu pai espanhol.
- Teu pai é espanhol????
- Sim, de Zaragoza!
- Ah, ele é maño.
- Si!
- Os maños são assim: pessoas muito boas, mas tem uma cabeça turrona!
- É, eu sei.
- Você mora com seus pais?
- No Brasil sim, aqui não. Moro sozinha.
- E o que você faz em Barcelona?
- Vim dar um tempo, pensar na minha vida.
- E já pensou?
- Demais.
- O tempo que mais pensei na minha vida foi na guerra civil espanhola. Tinha 17 anos. Você sabia que aqui foi a primeira cidade espanhola atingida pelas bombas?
- Sei, tem até as marcas das bombas numa igreja perto de uma antiga escola, não?
- Isso! Lá foram as primeiras bombas. Eu morava ali do lado. Minha mãe estava comigo e com meus 2 irmãos mais novos. Aquele dia, meu pai que era republicano, acordou cedo e disse a minha mãe que maus ventos estavam chegando. E por isso pediu a minha mãe que ninguém fosse para escola naquele dia. Saiu de casa para ir até a casa do tio Jordi, que tinha um rádio e todo os amigos do meu pai e do meu tio, que eram também republicanos iam todos os dias lá para escutar as notícias. Foi bem nesse tempo, que os aviões começaram a soltar as bombas. A minha mãe já estava preparada com todos os colchões de nossas camas ali bem perto de nós na sala. Quando escutamos a primeira bomba, mamãe nos colocou embaixo de 4 colchões. Assim, se a parede caísse, não nos machucaria.
- A minha avó também fez isso!!!!!! A minha tia já me contou isso várias vezes.
- Mas em Zaragoza?
- Não sei direito. Porque meu pai morou aqui dois antes de ir para o Brasil. Se bem que meu pai não era nascido na guerra. Deve ter sido em Zaragoza.
- Você consegue imaginar isso daqui há tempos atrás cheio de gente se matando?
- Não. Deve ter sido muito triste.
- E foi. Porque a Espanha foi um palco da guerra. Porque Franco pediu ajuda para Alemanha e para Itália. E os republicanos aos russos. Imagina a baderna que virou a Espanha. Todo mundo aqui lutando. Muita gente morreu, mais de 1 milhão de pessoas!!! E dentro delas, meus dois melhores amigos.
- ahhhhhhhhh
- É nena, não precisa chorar e nem ficar triste. Já passou.
- Desculpe. Não me contive. É que imaginei eu perdendo meus dois melhores amigos numa guerra aos 18 anos. Acho que eu teria morrido junto.
- Você não morreria!
- Acho que sim!!!
- Não nena. Você faria como eu. Lutaria por eles. Lutaria para um país melhor. Lutaria para acabar com a vida daqueles hijos de puta malditos!
- E seus pais e seus irmãos?
- A minha família ficou bem. Passamos fome, ficamos pobres. Não podíamos nem falar catalão na rua. Sabia disso?
- Sabia! Eu admiro os catalaes por isso. Vocês passaram por tempos muito tristes e resistiram!
- Claro! Hay que luchar siempre! Até agora eu luto com essa bengala maldita.
- hahahahahaa
- Você ri né? Sinto saudade de andar por ai só com minhas pernas. E agora isso. O mundo de novo em crise. Onde vamos parar?
- Eu é que te pergunto!
- Eu já não sei mais nada. As pessoas todas estão loucas. Olha o cabelo dessa nova geração!!!
- É um pouco moderno demais. Falo eu
- Moderno? Isso é ridículo!!!
- hahahaha
Ele se levanta e se despede. Beija minha mão. Diz que tenho a idade de sua neta. Vai andando tortamente com sua bengala em direção a calle Diputacio. E eu fico olhando para os prédios, pensando que não deve existir coisa pior do que passar por uma guerra, mas que às vezes, depois que ela passa, coisas boas surgem. Há diferenças entre um povo que passou por uma guerra daquele que nunca imaginou que possa ter existido uma. E isso você só percebe quando vive num país pós-guerra.
Mude-se
Um ano de esperanças, de casamentos, de filhos nascendo, de encontros desencontrados. Parece até que perdemos a hora. Está tudo de ponta cabeça e são poucos que plantam bananeira e caminham pelas ruas que estão sem semáforos. Sinalizar o que? Se já estamos sem ordens, sem sinais e sem direção. O ano que apontava soluções, cordões e mudanças para uma vida melhor, surpreendeu a todos. Quem disse que esse era o recado? Quem disse que passar por mudanças é fácil e leve? A cada mudança um coração partido, um bolso sem dinheiro, uma cerveja pela metade abandonada numa barra qualquer de um bar.
Se Einstein estivesse vivo nos diria que até o Universo mudou, que as estrelas moveram-se de lugar, por mais que estejam mortas. A lua, podem observar, fica no máximo fica 2 dias cheia. E entre tantas pessoas indo e vindo, e entre tantas bolsas subindo e caindo e entre tantas tentativas de registrar o momento numa câmera, eu posso dizer que mudanças são sempre bem-vindas. E que 2009 seja o ano de concretizações de boas idéias, porque ai só faltarão 3 anos para a limpeza total do universo, o calendário Maia.
Aviso aos navegantes desse mundo...
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Desabafo, anjo e el niño de pijamas
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
"Cantamos lo que somos y lo que se ha cantado, se ha dejado"
Quando eu estou conversando com você, eu estou de fato te provocando. Quando eu escrevo, eu te provoco. Quando eu bebo uma cerveja com você, eu estou te provocando. Quando te olho, eu simplesmente te provoco. Quando eu corro, quando te beijo, quando te abraço, quando eu danço, quando eu choro, quando eu sorrio, eu te provoco. E a música quando soa em meus ouvidos, é ela que me provoca. Deu para entender? É mais simples do que parece. Corta!
terça-feira, 21 de outubro de 2008
De Barcelona à Jeri

domingo, 19 de outubro de 2008
O mundo infinito
Sentada numa cadeira em volta de 15 pessoas, sou a mais nova e a única de fora da Espanha. Todos se apresentam e confessam que não conseguem terminar um conto, uma história. Querem saber porque um livro é tão bom e outro tão é chato. Eles têm tantas perguntas, que me assusto. Eles me olham... e eu não tenho perguntas, só tenho mesmo é falta de inspiração para meu livro.
Por que escrevemos? Foi a primeira pergunta que ele fez. E enquanto todos iam dizendo tudo que vinha na cabeça, eu fiquei minutos pensando. E eu só tinha uma resposta: Porque necessito! Porque necessito desabafar!! Mas a resposta correta não é essa. Escrevemos porque temos algo a dizer para alguém (leitor). Isso me fez lembrar da minha primeira aula de jornalismo. E isso me irritou. Maldito ciclo. Mas ai, ele me acordou: A literatura é um mundo infinito. Puta que pariu, a literatura é um mundo infinito na qual você caminha sem percepção de encontrar uma saída. Depois dessa conclusão, dei um passo à frente e falei para mim mesma: Bem-vinda ao mundo infinito Mari!
A literatura se divide em duas partes: superficial e profunda. Nunca tinha parado para pensar nisso e muito menos antes de começar a escrever. Sim, porque se você tem na cabeça a superficial e a profunda antes de escrever, você tem o que você quiser, um relato, uma poesia, uma narrativa, uma criativa, um romance, uma análise até. Foi aí que olhei para frente e vi o menino Lucas e o Urso me olhando. Eu sabia o que eles faziam ali. Eles queriam saber se eu tinha a superficial e a profunda. Tive vergonha. Desviei o olhar e comecei a pensar. Estou escrevendo um livro infantil. Meus personagens têm tanta vida que os vejo às vezes andando comigo por Barcelona. Pode ser um papo de louca, mas se um dia você criou personagens, garanto, eles tem mais vida que você possa imaginar. Eu tenho personagens vivos e nunca me preocupei com a superficial e a profunda. Analisei durante um tempo e olhei para eles novamente e só pude dizer: UFA! E eles sentados no chão no meio da sala se abraçaram e deitaram. Estavam mais aliviados que eu. Sem saber, eu tinha e tenho a superficial e a profunda! Olhei de novo para os dois, estavam ali no chão trocando altas idéias. Pedi para que saíssem. Sim, sou ciumenta. Não quero que ninguém dali conheça os dois assim tão rápido. Eles saem tristes. Volto a prestar a atenção na aula. As comparações já passaram por Cem Anos de Solidão e por incrível que pareça os contos infantis estavam por ali, agora falávamos do Patinho Feio e da Chapeuzinho Vermelho.
Fim. Saio de lá e vou direto na Casa Portuguesa. Algo me diz que os dois estavam lá. Dito e feito. Seca para comer um Pastel de Belém, o menino Lucas me avisa que não tem mais nenhum dos 30 pasteis de Belém, porque estão todos no estômago do Urso. Acho que é só nessas horas que você tem vontade de que seus personagens não sejam tão vivos assim....
sábado, 18 de outubro de 2008
Quinta visita





quinta-feira, 16 de outubro de 2008
No a los 1.680 despidos en Nissan, sí a un plan industrial
domingo, 12 de outubro de 2008
O tempo escorre pelas minhas mãos
O tempo escorre pelas minhas mãos. É hora de apertar o play novamente, mesmo que tudo ainda não esteja concluído. A vida é assim. Lugares que poderiam ser do presente, se tornam futuro, porque afinal não dá para fazer tudo num tempo determinado, é melhor às vezes deixar para frente. Assim, Egito e Índia novamente serão futuro.
Mas existem lugares que você necessita que seja simplesmente o teu presente, assim como Londres, Figueires, Madrid, Sul da Espanha, Sul da França, Sala Apolo, Razzmatazz, Otto, Roxy e o Labirinto. Talvez mais alguns por ai, que agora já não consigo lembrar.
Quando você pensa na tecla stop dá vontade de sair correndo atrás de uma pipa que ainda voa pelo céu, mas que daqui alguns minutos vai cair no chão. Depois do pause, o stop e depois, o play e assim por diante. Só não vale rebobinar. Porque simplesmente já foi.
Ah, e para aqueles que me julgaram quando apertei o pause, só posso dizer que precisa ter muita coragem de apertar, de seguir e de não se perder. É necessário saber a hora que deve-se voltar. É, não é para qualquer um, mas mesmo assim é o único conselho que posso dar. Apertem o pause, é necessário.
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Quando você abre a porta...
- Declame!
E eu comecei bem devagar a declamar aquilo que conseguia lembrar:
- Bom, bom, bom!! Esse é o barulho inicial e continuo da Pós-Modernidade.
Olhei para ele e falei baixinho: - Eu disse Pós-Modernidade, a quebra de todos os conceitos da modernidade, arte que revolucionou a realidade.
Ele sorriu e completou: - Xiuuuuuu! Agora homens e mulheres estão trancados em seus apartamentos. Assistem a realidade pela televisão ou Internet!
Olhei para o céu e gritei: - Estão todos conectados na atualidade, porém estão trancados em suas jaulas!!!
E ele gritou mais alto: - Individualismo!!!
Eu justifiquei: - Isto é conseqüência do rompimento e do esquecimento de conceitos revolucionários.
E ele concluiu devagarzinho: - Porém somos mais que Pós-Modernos. (Espero eu)Porque somos Uni. Porque somos Versos. Porque pertencemos ao Universo.
Eu apenas sorri e disse: - Seremos causa para depois sermos efeitos. Misturam-se as realidades. E Einstein mostrou a Teoria da Relatividade.
Ele tossiu. Já está velho demais e mesmo assim falou a mesma frase que já afirmou mais de 300 mil vezes: - Dependemos de algo para sermos o que somos.
Mais um tapinha nas costas.
Abri os olhos aliviada. Fazia tempo que não tinha conversas sobre o universo com as pessoas. Quando fui agradecer, ele já não estava mais lá. Olhei para o céu, já estava de noite e vi como de costume, as estrelas moverem-se de lugar e isso só acontece, quando nós nos encontramos perdidamente entre o universo. E ai, eu simplesmente só fechei a porta.
Tentei tirar fotos da cidade do nunca, mas a bateria da máquina acabou bem ali. E foi ai que entendi.
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Apresento à vocês El Raval





A Rambla do Raval...

O melhor lugar para comer um kebab


terça-feira, 7 de outubro de 2008
Flutue e seja bem-vindo...
Hoje na balada do chefe, o cara no palco pergunta tem brasileiro ai? Eu grito: sim, tem Corinthians!!! Ele ri e fala: em todas as partes do mundo. Sim, Corinthians é foda. Mas tenho que admitir que trai o timão. Depois de 25 anos vestindo a camisa do Corinthians e da seleção Brasileira, vesti a do Barça. Estranho. Mas é impressionante como o time mudou depois da troca do técnico.
Às vezes você não quer sair, mas ai te invitam a uma copa, ou a várias. Hoje foi assim: copas e copas. Morri na pista. Dancei, dancei, dancei acompanhada da Keke, do Joselito, do Txiste, da Tati, do Marcelo, da Déia, da Érika e do Toh. Érika é uma garotinha carioca, flamenguista que adoro. Ela olha para mim e repete toda vez: Aqui é parceria. Flamengo com Corinthians, São Paulo e Rio. O Toh já é daqueles irmãozinhos que a gente adota por ai. Menininho, jogador de futebol, mulherengo e já um pouco evoluído. Já passou por muitas durante seus 3 anos fora do país. Joselito e Txiste são companhias para dançar até morrer. Um de Mallorca e namorado da Kele, outro de Pamplona com veia do País Vasco, talvez um dos caras mais doidos que já conheci na minha vida. Os dois são trixistas. É estranho, ou, já é normal fazer umas baladas dessas em plena segunda-feira. Barcelona é assim, todo dia é dia de festa. Basta você querer acordar ou dormir. Você escolhe sempre. Ninguém decide por você. A sensação de liberdade é absurda. Volto a pé para casa à cinco da manhã de boa. Sem olhar para trás., porque simplesmente nada acontece.
Sento no banquinho. Meu coração pulsa. Só por uma razão: Me sinto calatã. Perdoname Brasil. Sou brasileira até morrer, mas esse povo só me faz apaixonar. Para aqueles que falam mal.... falta um pouco de evolução. Eu vim em busca disso e sinto que cada dia que passa, estou mais perto de agarrá-la definitivamente. Mercy. Mercy.
É melhor pular e sair descabelada da balada... porque diria eu que quem dança, seus males espantam.
Porque no final de tudo, quando você tira o pré da frente do conceito, você entende o que é evolução. O despertador toca novamente, mas dessa vez prefiro dormir...
sábado, 4 de outubro de 2008
Tim tim um brinde pra mim
A última balada dos meus 25 anos foi ao som de hip hop, regada a vodka e cava que se resultou num book de fotos. Família Bikini reunida. E meu último dia foi ao encontro do encontro. O bairro de Grácia com certeza aparecerá aqui quase na mesma intensidade que o Raval. É nele que está a minha escola. Um cantinho de escritores repleto de livros. Sai de lá com a certeza que o menino Lucas viverá em outros mundos, em mentes de pessoas distintas. Parei na Casa Portuguesa para tomar um café e comer um pastel de Belém. A virada foi regada mais uma vez com vodka em volta de amigos num papo cabeça. Quando acordei, eles mais uma vez, me seqüestraram para comer no meu primeiro dia de 26 anos as melhores patatas bravas de Barcelona.
Simplesmente obrigada!





sexta-feira, 3 de outubro de 2008
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Raval, Zapatero, Outono
Montjuic, Praia, Universidade e Catedral
domingo, 28 de setembro de 2008
Perdão você
Cores imagens
Cores imagens
Cores
Originais
As flores demais
As cores e mais amores
Cores imagens
Cores imagens
Cores imagens
Cores
Originais
As flores demais
As cores e mais amores
Não me ensina a morrer
Que eu não quero
Há diferença abstinente
No prosseguir da gente
Sei que a tendência
Anda nas frestas
No decidir da mente
É como se perder de Deus
E eu não quero
Eu não quero me perder
Eu não quero te perder
Perdao você
Eu não quero me perder
Eu não quero te perder
Perdao você"
Marisa Monte
sábado, 27 de setembro de 2008
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Uma cidade romântica, louca e cheia de regras




