E é baseado nessa crença que essa nossa reflexão vai se pautar; buscando compreender um pouco mais da geopolítica do mundo atual.
O Oriente Médio é hoje a região do mundo com maior número de conflitos e pelo visto essa realidade parece não estar no fim. Recentemente, o governo Bush declarou que caso o Irã não suspender seu programa de enriquecimento de urânio poderá ocorrer a III Guerra Mundial.
Observe o mapa abaixo:
Mapa: Geopolítica do Oriente Médio
Além da localização do Oriente Médio, vemos os conflitos atuais e áreas potencialmente conflituosas.
Vale considerar que a concentração de conflitos no Golfo Pérsico e em Israel se destaca por motivos diferentes e relacionados, que não vamos explorar nesse texto.
As estatísticas mostram que o Golfo Pérsico abriga cerca de 60% do petróleo mundial e, esse dado por si só, já torna a região como sendo de grande interesse das grandes potências mundiais, principalmente do Império norte-americano.
O cartograma abaixo mostra a proximidade existente entre os pontos de ataque dos EUA na ocupação do Iraque (um dos países do Oriente Médio), os poços de petróleo, as regiões controladas por instituições norte-americanas junto com a proibição de Síria e Irã de usar seu espaço aéreo.
Será que o Iraque hoje vive uma realidade melhor que na época de Saddam Hussein?
O petróleo é um combustível fóssil, não renovável e que já teve o seu fim decretado inúmeras vezes... Agora se fala em um novo potencial, o Golfo da Guiné, próximo a Libéria e Nigéria, na África.
Mesmo assim a quantidade descoberta parece não ser suficiente para gerar energia a tantas máquinas. Só esse ano a China produziu 8.000.000 de carros, se equiparando com os números de EUA e Japão. O que fica claro é que o ritmo de prospecção de petróleo não acompanha o ritmo de produção e inovação tecnológica das potências mundiais e a transição dessa matriz energética já está sendo planejada.
Bobeira é achar que ficaremos sem energia!
Engraçado que até o Brasil ganhou destaque com esse papo todo, de repente fomos reconhecidos como sendo um país com total condição de produzir Etanol a partir da cana-de-açúcar.
Em um primeiro acordo Brasil-EUA fica estabelecido que 2% do Etanol brasileiro substituiria a gasolina de ambos os países (o objetivo é chegar aos 15%).
Temos que considerar que para o objetivo ser alcançado será usado cerca de 20 milhões de hectares. Ocuparemos a Amazônia com a cana-de-acúcar para o Etanol.
O fato é que o Etanol não supre as necessidades mundiais em curto prazo e para superar em longo prazo a devastação ambiental seria catastrófica, em tempos de AQUECIMENTO GLOBAL.
Qual seria o combustível capaz de substituir o PETRÓLEO e dar apoio ao ETANOL em curto e longo prazo?
Parece que a resposta é o URÂNIO!
Atualmente os maiores produtores de URÂNIO são: Canadá e Austrália, mas o Cazaquistão já tem um projeto de assumir a liderança da produção de URÂNIO até 2010. (leia o link)
Esse cenário indica que: o Golfo da Guiné, a Amazônia no Brasil e o Cazaquistão assumem papéis fundamentais na corrida energética. Sai na frente o Cazaquistão, pois tem a fonte energética do futuro e com isso se torna o lugar mais observado do planeta.
Um conflito no Cazaquistão parece ser só uma questão de tempo. A maioria dos países que se localizam em suas proximidades já sofreu ataques norte-americanos e foram dominados em nome da “democracia”, como: Kuait, Iraque, Afeganistão, Paquistão. (Não esqueça das recentes ameaças do governo Bush ao Irã).
Sem dúvidas, parece que os diferentes temas hoje estão cada vez mais relacionados, criando uma rede de conexões e desafiando os diferentes sujeitos a desvendá-los.