segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Cadê a placa?

Alguém pode me dizer se é para a direita ou para a esquerda?
Alguém pode acender a luz?
Alguém pode me garantir que a vida vai ser mais suave?

Tem dias que me cansa em ser forte.
Tem dias que odeio quem não é forte.

Há um buraco no meio peito,
e não sei dizer o por quê,
nem quando surgiu,
nem quando cresceu,
só sei que doeu.

A nova fase de luvinhas,
me leva para o outro lado do mundo,
colorido,
leve,
distante de tudo e todos.

É só hoje, juro.
Que tá tudo assim cinza,
sem cor,
sem alegria,
sem vontade,
sem arte,
coração adormecido.

domingo, 27 de novembro de 2011

J.a.n.e.l.a

Da janela aberta, entra o mundo.
A música dessa vez não é jazz, nem samba, nem bossanova.
A chuva anunciou uma nova era.
Quem pediu tantas mudanças, bebeu mais uma vez da fonte.
E mudanças, convenhamos, são doloridas.
Se cansou de sofrer, pode ir se acostumando, porque a vida está começando.
Porque todo dia começa uma nova vida,
que dura 24 horas.
Queria uma de 48 horas para ver se dá algum barato.
Quais eram os planos?
Você lembra?
Porque eu me esqueci,
fiquei atordoada de amor e de dor...
corri pelo gramado em busca das flores perfeitas,
atravessei o lago com a esperança que elas poderiam estar do outro lado,
mas não estavam.
Alguém chegou antes de mim.
É a única desculpa que posso te dar,
se você ainda puder me perdoar.
E da janela aberta,
entra o mundo,
que um dia construimos juntos,
na mesa de jantar,
numa noite qualquer,
de uma vida de 24 horas.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

ventou e levou o que restou...

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Passou na mente um segundo atrás

então me dê sua a mão e me leve para bem longe, onde a estrada tenha placas e cheguemos algum lugar que tudo faça sentido. Já faz um tempo em que a alegria se mistura com a tristeza, e que meus discursos vão contra minhas crenças. Será que o amor faz sentido? Porque meu coração bate a cada dia por alguém e logo depois não bate por ninguém. amores falsos, que enganam a minha mente e, deixar enganar a si próprio tem me cansado. Nem todo mundo que ama é feliz, vestem máscaras para chegar mais perto do conforto. Não é desse amor que preciso. Não é isso que alimenta a alma, ou é? Viver de enganos alimenta a fantasia do mundo irreal. Ou vivo num mundo real ou as pessoas são de mentiras. Será que você lê isso daqui? E será que se você lê, você ri alto, ou chora escondido? Ultimamente tem invadido meus sonhos, e sei que alguma coisa aconteceu com você, apesar de não ter notícias. Mandei cartas para sua casa, mas ou as cartas eram falsas ou seu endereço mudou. Já não consigo mais me lembrar do que é real. A música toca como nunca tocou, os assuntos são outros, vivemos em outros mundos. As pessoas continuam a rondar e eu já não sei se elas me cansaram ou se viciei nelas. O tempo congelou, os ponteiros pararam na parede. A chuva foi anunciada, mas não choveu. Disseram que foi o vento que a levou para bem longe, na falta dela, chegaram as borboletas, disseram que isso acontece quando chega a primavera, mas tampouco chegou. Paramos no inverno, lembra? E do inverno nos aquecemos naquele tapete branco sujo de vinho tinto. A cor do seu sangue velho, ficou marcada no meu rosto, seu coração chorou e o meu não. A rocha rachou, as pétalas das flores caíram, mas nada fez sentido, porque quando algo faz sentido parece bobo. E o amor não é bobo, né? Disseram outro dia na rua, que o amor estava a caminho, mas ele também não chegou. Disseram que ele bateu na porta, não tinha ninguém e não quis esperar, estava atrasado. Então, fico aqui pensando, amor não bate na porta, arromba. Mas me disseram que isso se chama paixão. E que a paixão sempre está de viagem. O amor não, o amor vem devagar e permanece. Então porque ele estava com pressa? Fatos que não fazem sentindo, mas o violão acompanha a voz, que acompanha a bateria, que acompanha o baixo, que acompanha a guitarra. Faltou o sax. Disseram que ele não acompanha, ele incrementa o som. Difícil dizer já que você não está aqui para explicar. Do outro lado do mundo, ele também já não sente mais falta, disse outro dia que achou um amor, um amor doce, parecido com meu, mas não era o meu. Faz de conta. Faz de conta que é, faz de conta que serve, faz de conta que está tudo bem. Até quando vão se esconder atrás de máscaras? A gente escreve a história que quer, só precisa ter cuidado para a história não ser um conto. Nem tudo começa com era uma vez e nem tudo termina com um final feliz. Alguém um dia me contou isso, só não lembro quem.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Pela janela do carro, numa dessas noites bem frias, eu pensei:

Às vezes tudo faz sentido,
mas tem dias que ando no sentido contrário.

Sei lá porque,
um dia desses,
te entreguei meu coração,
sem você pedir,
e sem eu perceber.

A música pra mim faz todo o sentido.
é instrumento para alma se libertar,
e como podemos libertar juntos
em sons distintos?

hoje eu entendo,
quase tudo que não entendia quando tinha 25 anos.
a mudança era radical,
por isso tanta agressividade,
a vida foi me arrancando tudo aquilo
que me prendia,
tudo aquilo que não teria mais sentido,
foi brusco,
doeu,
mas hoje eu entendo.

Talvez vocês não entendam,
porque se trancaram em caixas fechadas.
e a vida acontece lá fora,
na esquina de qualquer avenida.

domingo, 14 de agosto de 2011

Embora Parte I



Correu pelas escadas, passou pelo portão e desceu a rua, sozinha, embaixo de chuva. Não sabia que esse seria um caminho sem volta, e se soubesse, jamais teria descido. Não tinha mais volta. Seu cabelo molhado, seu tênis encharcado e sua mente cheia de pensamentos, ideias e revoluções.


Precisava andar muito mais,

precisava se molhar muito mais,

precisava sentar e chorar,

porque seu choro estava entalado,

porque seu choro doía.


Da rua, ela via o que já tinha deixado para trás.

Uma vida inteira, cheia de história, de momentos, de sentimentos.

Muitos amigos, pessoas queridas, tempos que ficariam apenas na memória.

Bastou.

A vida tinha lhe bastado.

Tudo fez sentido, tudo se encaixou perfeitamente, se acomodou, deitou no sofá, assistiu TV e gostou.


A vida passava pela janela e isso não incomodova.

A trilha sonora era a mesma e isso também não incomodava.

Aprendeu então, a apenas falar da vida dos outros, porque a sua já não era mais realidade, já tinha até perdido os sonhos, então se tornou a melhor crítica dos sonhos dos outros.

A vida por sinal, era a vida dos outros e assim acreditou que tinha chegado no topo do conhecimento. Esqueceu das novidades e acreditou.


Porque a vida é feita daquilo que você acredita.


No que você acredita?


Ela acreditou e desacreditou. Lembrou das novidades. Ficou sem ar. Abriu a janela, sentiu a vida passando pela janela e isso incomodou. E então, sem mais, tudo incomodou.


Levantou do sofá, abriu a porta e foi embora para nunca mais voltar.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Tristeza Parte II

Tenho saudade,
maior do que vc possa imaginar.
Hoje eu chorei de novo,
porque a dor está atravessando meu peito,
e eu ainda prefiro chorar sozinha.

Está tudo bem,
só sinto saudades suas,
de você entrando por aquela porta segurando a raquete de tênis,
e falando que ganhou todas as partidas,
de você tocando boleros e tangos no violão,
de você abrindo o vinho e me explicando de onde vinha,
de você sentar na minha frente e pronunciar o nome do cara que eu estava gostando,
(até hoje eu não sei como você descobria os nomes deles)
de vc ficar na janela olhando para ver quem era o cara que ia sair comigo,
de vc arrasando na pista com a minha mãe,
de vc dançando comigo e depois, sempre depois, começávamos a dançar flamenco.

Cada dia que passa é como se a árvore fosse perdendo, folha por folha.
E que seu eu pudesse escolher, pegaria essa doença por você,
Porque sei que ia conseguir dar o gato na mente.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Insônia parte I

é verdade.
às vezes eu preciso escrever para depois dormir.
a lua na janela lembra aquilo que não vivi.
a história escrita, com fotos, pronta para virar um livro.
mas prefere um livro ou fatos?

eu prefiro perguntas,
daquelas que eu mesma faço e
demoro seis meses para responder.

E tem vezes, que depois de seis meses,
nem prefiro responder,
prefiro passar para a próxima.

a de hoje me tira o sono.
me tira o ar,
e deixa a minha mente numa brancura.
não há nada,
mesmo vasculhando,
a mente está paralizada.
só não me pergunte por quê,
eu também não sei dizer.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Dúvidas parte II

às vezes a vida te leva para os opostos,
e pode ser assim numa tarde gelada,
bem ali no fim do mapa de São Paulo.

E às vezes você não sabe exatamente o por que de estar ali.
Porque a única razão tão óbvia,
continua sendo óbvia demais para acreditar.

O ser humano é sem dúvida uma dúvida constante em minha mente.

Uns tem muito e reclamam muito.
Outros tem pouco, e tem pouco tempo para reclamar.

E você reclama de quê?

Não me venha com críticas se elas não vierem acompanhadas de soluções.

Peço desculpas se eu nunca mais te liguei.
Ligo apenas para aqueles que também querem abraçar o mundo.
Porque todo dia quando eu acordo,
eu desaprendo,
para aprender.

Porque todo dia quando vou dormir, tenho certeza de duas coisas
do amor,
e que a revolução está chegando.

Porque eu continuo sonhando,
vivendo o hoje,
e espalhando o que é de belo por ai.

E se mesmo assim,
você não sonhar,
e achar que sonhos não te levam a lugar nenhum,
não me acorde.
Só nao esqueça que somos a poeira das estrelas.
Vamos explodir a qualquer momento e
voltar para o universo.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Dúvidas parte I

A última chamada.

A última ligação.

É pegar ou largar.

Depois de meses, a lágrima.

A rocha rachou.

É porque de flor virou pedra.

E ontem alguém avisou.

E entendi.

É pegar ou largar.

Se for, é para simplesmente purificar.

Se ficar, é para simplesmente virar novamente a rocha, bem mais dura.

Quem é você?

A falta do espelho.

Aquele que dizia coisas às 4 da manhã de uma balada qualquer.

Se foi buscar, porque achou que já tinha entendido tudo?

Porque achou que aquilo bastou?

Se você é uma constante mudança?

domingo, 26 de junho de 2011

espalhar amor parte I

Eu não sei quem eu me tornei depois de novembro do ano passado.
Sei que foi para uma pessoa melhor,
mas não consigo entender meus próprios sentimentos,
uma volta nostálgica dos anos 70,
que me faz acreditar num amor maior que o universo,
e de que realmente a revolução vai acontecer.
Isso fez com que eu me afastasse de muitos amigos,
e me aproximasse de outros.

Já não tenho paciência para escutar palavras que não agregam o ser humano e o planeta terra.
Talvez eu tenha virado a pessoa mais chata do mundo,
talvez eu tenha virado a pessoa mais sonhadora do mundo,
mas eu não estou sozinha,
eu não sei o que acontece aqui dentro,
eu só quero abraçar a pachamama,
e espalhar todo amor que existe aqui dentro.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

tristeza parte I

Um dia eu tive a certeza,
que jamais choraria por homem algum,
que minhas lágrimas só sairiam de meus olhos por felicidade,
porque acredito que vim para esse mundo,
apenas para espalhar alegria.

E assim, virei uma rocha,
daquelas bem duras,
que mesmo se for atirada em outra parede,
ficaria intácta.

E foi assim que chorei muito mais por projetos lindos que vi,
por palavras bonitas que escutei,
por músicas ouvidas,
por abraços gostosos de receber.

A rocha ficou muito mais sentimental,
e foi deixando lágrimas por quase todos lugares que passou
quando escutou, ouviu e sentiu coisas bonitas.
Chorou algumas vezes por injustiças desse mundo,
por crueldade dos homens.

Mas estava certa de que jamais choraria por algum homem.
Até que a vida vem e te dá uma machadada na cabeça,
e me faz chorar todos os dias pelo homem que mais amo nessa vida.

Peço desculpas pra quem me lê,
mas é que a dor é maior que o universo.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Na subida da rua Augusta.

às vezes eu lembro das marchas trocadas,
do silêncio guardado propositalmente,
do sentimento de alívio de saber que tudo aquilo não ocorreria de novo dentro de uns dias.

às vezes eu lembro,
às vezes eu me culpo.

às vezes eu entendo que amei,
às vezes eu vejo que te amei,
às vezes eu percebo que me amei.

às vezes eu não entendo,
às vezes eu lembro,
às vezes, quase bem às vezes, eu tento esquecer.

e sei lá por quê,
às vezes eu tento querer,
às vezes igual,
outras vezes diferente.

mas só quando esqueço,
é que realmente,
às vezes eu lembro, não só com a memória,
mas com o coração mesmo,
das marchas trocadas,
do silêncio guardado,
do sentimento de alívio de saber que tudo teria um tempo pra saber se valia
ou não,
a pena.

e quando lembro das marchas trocadas do carro na subida da augusta às 3h30 da manhã,
é que entendo que já era o fim
ou início
da loucura.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Lá do alto, as coisas são mais simples

Resta carinho, eu sei.

E isso não me causa nada, por incrível que pareça.

Previsível. Isso você sempre foi.

Posso aqui cantar a bola de como será o resto de seus dias.

Mas tenho coisas mais importante para fazer.

A questão é que depois de tudo, queria te agradecer.

E não vou justificar o por quê.

Você sabe.


Se pudesse, te levaria para a montanha mais alta do mundo e te deixaria ali sozinho durante 30 minutos olhando a vista e sentindo o vento gelado.


Deixaria você em puro silêncio, prestando atenção somente no som da natureza, e você repararia na vida que existe ali, na calma em que as coisas acontecem.


Talvez você entenderia que viemos dali, da natureza, e se viemos dali, como podemos modificar tanto a nossa vida, como conseguimos dar atenção a tantos problemas inexistentes.


E ai, numa breve e curta respiração, tenho certeza que você também prestaria atenção na sua respiração, coisa que nunca parou para sentir.


E depois de tudo isso, eu sei, como você também, que choraria, e muito.


Só depois de tudo isso, eu me aproximaria e te perguntaria: o que acha da sua vida?


Sei que me olharia durante cinco minutos e não conseguiria responder, ou então, preferiria não responder.


Depois íamos permanecer durante duas horas olhando ao nosso redor.


Eu levantaria e estenderia minha mão, você aceitaria, me abraçaria e me diria obrigado.


E então, íamos descendo pelo caminho, você voltaria, olharia pela ultima vez aquela vista, me abraçaria outra vez e diria: obrigado mesmo, obrigado por me trazer aqui.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Branca de Neve e seu Pudim

Sentada num café da Vila Madalena, uma menina loira de mais ou menos quatros anos se aproxima e fala:

- Você não pode tomar café aqui no banco, só pode ser na mesa!!!
- Quem te falou isso? pergunto eu irônicamente
- Eu!!! Café só pode na mesa! - grita a menina
- Como você se chama?
- Braaaanca de neve! responde ela
- Branca de neve? Hahahaha. Você é amiga dos sete anões?
- Eu cozinho bolos e tortas para eles, pra minha mãe e pro meu pai!!!
- Você cozinha BOLO? pergunto eu indignada.
- Não! Pudim!!!!
- Pudim???
- Puuuuddim!

A menina olha pra mim, prende o cabelo, limpa a boca, caminha, senta do meu lado no banco e fala:

- Tem uma cabana lá em casa, que cabe pessoas adultas que nem você!
- Você vai me convidar para um dia eu conhecer? - pergunto eu
- Nãããão!
- Não? Eu nunca poderei ir na cabana?
- Pode!
- Quando?
- Quando você quiser! Você não precisa ser convidada. - fala ela irônicamente
- Vai ter pudim?
- Vai e bolo!

A menina vira de costas, sai correndo até a saia da mãe.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Sem rastros, nem no muro e nem no batimento cardíaco

No final da história, se distanciou até mesmo de sua própria inocência. Jogou pela janela quase todos seus conceitos, suas verdades e suas vontades. Quebrou suas mentiras no chão, juntou com o resto de seu orgulho e jogou tudo pela privada, antes de dar descarga, jogou a foto, e o fósforo apagado.


Num dia qualquer, a curiosidade gritou. Então, desceu a rua toda, virou a direita e fechou os olhos - era preciso para não sentir saudade daquilo que já existiu e já acabou. Foi até o muro, olhou para trás e para os lados - era necessário conferir, se ninguém, estaria ali para comprovar a sua presença. E uma história que tem seu fim, não deixa rastros nos muros.


Sem peso no coração, saiu leve daquela rua, onde um dia, colocou no muro o começo do fim. Continuou andando até o fim da rua pensando em apenas uma coisa: como pode encostar a cabeça no peito de alguém e sentir uma paz instântanea?


É bem capaz, que você venha até aqui ler isso. E vai pensar no que não deveria pensar. Até porque, ontem eu sonhei, e não era você que estava comigo. Era a sua versao melhorada, lembra? E no sonho, ao lado do meu novo amor – que ainda não é meu, mas será – a reação era de uma adolescente, que explodia de felicidade daquilo ser realidade. Acordei ao som de Billie Holiday dizendo que o sol já tinha nascido, e que eu deveria partir, mesmo sem querer deixá-lo sozinho.


E qual seria o nexo? Nenhum, diria eu. Pela primeira vez, o coração bate tranquilo, sem tristeza, sem saudade, sem angústia. O coração que sempre bateu por alguém, hoje descansa. E era isso, que eu queria tentar dizer. Que ele está em paz e que pagarei o necessário para continuar assim, livre, leve e solto. Sem a espera de alguém que possa roubá-lo.

terça-feira, 1 de março de 2011

E você me falou....

Eu fechei a porta e você ficou do outro lado.

Não adianta bater,

Porque vou ficar quieta,

Fingir que não tem ninguém.


Podem gritar na rua,

Podem colocar faixas em frente de casa,

Podem inventar um monte de mentiras,

Podem contar todas as minhas verdades guardadas do baú.


Daqui ninguém me tira.

Fuçar no passado, não leva a lugar nenhum.

Se fosse bom, estaria aqui.


As noites passam,

E as palavras também,

Da boca pra fora,

Digo que não acredito,

Mas na noite seguinte,

Sozinha em minha cama,

Eu lembro,

Daquilo que ouvi.


Num ato de insanidade,

Querendo provar sei lá o que,

E muito menos pra quem,

Me atirei em braços,

Que prefiro nem lembrar.


E mesmo assim, eu lembro daquilo que ouvi.

E mato minha vontade, sem você saber,

Só para não me atirar de novo,

Nos braços de quem vou querer esquecer depois.


O tempo me distancia. E a tolerância também.

Não gosto de ninguém que queira ser meu dono.

Gosto daqueles que não querem ser.

Mas aí já é outra história.


E pra resumir, hoje eu lembrei daquilo que não ouvi.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Cadê?

Sem calma nenhuma, venho aqui gritar: Será que a gente pode ter mais calma? Quem foi o filho da puta que falou que esse ano era calmo? Seria tranquilo, com estabilidade, sem muitas mudanças, que seria regido por amor? Quem foi que falou, porque sinceramente, eu preciso ter uma conversa a dois. Lembro ainda de quando deu meia noite no dia 1 de janeiro de 2011, eu estava na praia, segurando o coração dizendo que estava tudo bem, que estava sentindo a calmaria, que esse ano seria tranquilo, e que eu não precisava ficar com medo. 1 minuto depois, sem querer num brinde, quebrei meu copo, dois minutos depois, Iemanjá roubou minhas havainas e fiquei descalça o resto da noite. 3 minutos depois, fiquei indo e voltando para o mar, porque tinha esquecido de pular uma onda, para um desejo, para um sonho, para um projeto. Mesmo assim, eu sabia que o ano seria tranquilo. Dois dias depois, eu estava no mar cheio de ondas, berrando tudo o que eu podia, porque a minha alma berrava. Bastava pouco para saber, alguém tinha acordado dentro de mim, e essa pessoa queria sair, queria construir todos os sonhos em realidade. E eu tentanva acalmá-la dizendo que teriamos que esperar um poquinho para tudo isso acontecer. O que importa na verdade, não tem nada a ver com isso acima. Aconteceram coisas nesse começo de ano, que não sei se vou pela esquerda ou pela direita. Amigos pedem carinho e isso é a única coisa que sei fazer, é abraçar com toda força possível, sem dizer nada. Porque palavras são só palavras e elas não fazem sentindo nenhum para mim. Quebrei, quebrei a regra que eu mesmo criei. Disse no último post que não escreveria mais nesse blog, enquanto eu não consiguisse atingir a minha última transformação. Não cheguei na transformação e voltei a escrever, antes que eu explodisse em qualquer esquina dessa cidade. Achei por algum motivo que conseguiria viver sem escrever, mas não consigo. A loucura bate em minha porta e fico trancada em silêncio fingindo que não tem ninguém. A alma berra gente, e às vezes doí. E na menina meiga que existe por fora, esconde a mulher que poucos conhecem. Mas nem a menina e nem a mulher ainda sabem brincar sem amor, sem sentimento, sem carinho. Existe carinho, sempre. Por isso, eu não sei o que posso dizer. Porque eu queria dizer muito, mas não posso. Porque a mente berra, a alma quer sair, o fogo me espera, mas não sei se suportaria o tempo exato de permanência. E nessa mistura, não existe ódio. Porque construir as coisas em cima do ódio, se constrõe rápido, mas demora um bocado depois para tirar o ódio do corpo. Hoje, a construção é a base do amor e eu não esperarei o amor de volta. Eu só quero calma, tranquilidade e paz.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Porque hoje eu me despeço...

Não sei como começar, e isso sempre foi normal. É mais fácil começar pelo meio ou pelo final. Acontece que esse ano não começou como o prometido. A alma acordou e berrou, o coração bateu mais forte, e os sonhos gritaram mais alto do que podiam. A liberdade mais uma vez bateu na minha porta. E dessa vez, tive dúvida e ao mesmo tempo certeza. Preciso de um tempo, como nunca precisei. Porque agora está certo. Para que todas as mudanças aconteçam, preciso antes mudar a última coisa em mim que vem se estendendo por esses meses. Se estamos no momento de transformação, é nisso que mergulharei. E pra ser sincera nas minhas palavras, só voltarei a escrever nesse blog, quando tiver alcançado essa mudança. Eu vou berrar o amor e chorar delicadamente a tristeza sem escrever. Poderei até lá explodir, mas é necessário, porque desde que ouvi a frase do hermano, nunca mais fui a mesma: precisamos desaprender para aprender. Me despeço só por algum tempo, e quando voltar, pedirei ajuda, porque precisamos olhar de dentro pra fora. Porque faz tempo que certos conceitos, ideias e palavras mudaram. Porque a vida é mais simples do que parece e mais leve do que podemos acreditar.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

8 dicas do que você não deve fazer quando sair comigo

Resolvi postar essas dicas, assim quem sabe, eu paro de passar por apuros.

Então vamos lá, a gente ficou, você pegou meu telefone e não sabe onde me levar na semana que vem.

Bom, isso eu também não sei, mas vou te ajudar mostrando o que você não deve fazer:

1) Se a gente ficou ontem, não me liga hoje! Isso é quase uma ordem, se você ligar no dia seguinte, tem grandes chances de eu nunca mais te ver.

2) Não me leve nunca num barzinho com música ao vivo, voz e violão. A coisa que mais odeio é escutar Djavan, Caetano Veloso e Chico Buarque na voz de cantor de bar.

3) Jamais me leve num lugar que toque pagode, sertanejo e funk. Pode estar na moda, mas eu odeio esses estilos musicais e odeio essa frase: tá na moda.

4) Não me conte o quanto você tem de dinheiro, qual é seu carro e quanto você ganha por mês. Só para vc saber, eu prefiro um cara de skate no pé, do que com um audi na mão.

5) Jamais me conte suas histórias de brigas, que você bateu em não sei quem, que você e seus amigos já brigaram muito na rua. Isso pra mim se resume em o quanto você foi muleque e o quanto você continua sendo muleque.

6) Se você me pegar de carro, não corra! Se você dirigir numa velocidade alta querendo pagar de gostoso, eu vou pedir para descer. Discutir no trânsito então, nem se fale. xeque mate na hora.

7) Se a gente for pra praia, não beba cerveja na areia. Sério. Praia é igual a esporte, então pegue sua prancha de surf, de wake, de wind, de kite, pratique yoga, jogue frescoball, ou corra, mas não encha a cara de cerveja em pleno sol.

8) Se a gente sair pra jantar, não me liga e pergunta: você prefere italiano ou indiano? Eu sou libriana e não consigo decidir. Homem que é homem, decide sozinho e leva a mulher onde escolheu. A dica master aqui é: EU NÃO COMO COMIDA JAPONESA!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

No final da noite

No final da noite, eu tinha certeza. Era necessário voltar pra casa. Era necessário retomar a minha vida, meus sonhos, meus projetos e deixar pra trás o amor que nunca existiu. Afinal, essa história que podemos juntos inventar o amor é somente e puramente papo. Eu estava decidida. Eu, minha mente e meu corpo. Então só restava mesmo, levantar da cama, me trocar em silêncio, juntar minhas coisas, abrir a porta e descer as escadas. No hall do prédio ainda era preciso uns malabares para o porteiro não me ver e não me denunciar. O plano estava escrito e ele era perfeito.


No final da noite e no começo do meu plano, ele acordou. Ele acordou e despertou. E no despertar, não entendeu o plano que já tinha acabado. E óbviamente, ele deixou de ser perfeito, porque vieram os gritos, os objetos jogados no chão, os choros, os pedidos, as promessas. E o que ele não entendeu foi que ao se despertar, virou personagem principal do plano. Todas as atitudes eram dele e não minhas. Porque eu me calei e assisti o espetáculo nomeado: Vamos ficar juntos.


No final da noite e no meio do meu plano, ele chorou. Ele chorou e eu não. Eu abri a porta segurando as minhas coisas e ele não a fechou, desceu atrás de mim todos os degraus daquela maldita escada e no hall do prédio não foi preciso uns malabares, mas uma corrida com gingada para desviar do porteiro e dele. Do outro lado da rua, assisti mais um espetáculo nomeado: Chama a polícia, ela está fugindo.


No final da noite e no fim do meu plano, eu cheguei em casa, sem polícia, sem ele, sem o porteiro e com uma certeza: Era necessário voltar pra casa. Era necessário retomar a minha vida, meus sonhos, meus projetos e deixar pra trás o amor que nunca existiu. Porque - sempre existe um porque - eu estou pronta para o amor que nasceu no fim do ano passado.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

De repente

Num espaço de luz, a certeza.
Por mais que algumas vezes, ela é dura e te faz chorar,
a vida é leve.