segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Então acenda as velas...

Se eu contasse, ninguém acreditaria.
Pode ser até que se eu mostrasse, talvez alguns entenderiam.

Então acenda as velas, porque foi assim: de repente.

E tão pouco consigo explicar. Só sei que sumiu.
E só me dei conta no dia seguinte quando acordei.

Então acenda as velas, porque há alguma coisa no ar que não sei dizer o que é..

E duas coisas mudaram.
O livro saiu da estante e parou na minha mesa.
E a chuva, ah a chuva...


Mari 26/01/09

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

No País do Sonho!!!


Enquanto ele não vira um livro, virou um blog!!!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Vou começar pelo começo e terminar com o ponto final

Vou começar assim: já são mais que meia noite, a janela está aberta e lá fora chove. Uma chuva que acolhe e que não dá vontade de sair. Mas sei lá porque eu tava de rolê por ai com uma das companheras. E nosso rolê foi bem sussa, cheio de risada e papos trocados. Quando cheguei em casa, me senti em casa duas vezes. A primeira porque a essa hora da noite eu tenho esse tempo só pra mim. Sem falar com ninguém. Aquele ritual: acende um incenso, umas velinhas, liga um som, deita na rede e pega um papel e uma caneta. Pra ser bem sincera acendo ainda algum dos abajures que tenho. Eu sempre tenho uns 3 abajures espalhados pelo quarto, nesse daqui e no de Barça. Eles fazem a combinação perfeita com algumas velas. Ai tá pronto o meu canto. Só o meu canto: perfeito para escrever. Hoje eu entendi duas coisas que eu ouvi e no dia não tinha entendido. E sei lá porque essas duas coisas escutadas por pessoas diferentes em tempos distintos, se juntaram e hoje formam uma coisa só.

Vou tentar começar de novo: Quando eu passo pela sala e escuto meu pai tocando violão e cantando algum bolero, tango, Roberto Carlos ou Tim Maia isso apaga qualquer outro sentimento que estou sentindo no momento, é como isso já bastasse meu dia. Meu pai tocando violão e cantando me lembra totalmente a minha infância. Ele ali naquele cantinho da sala de leitura. A varanda fechada. Isso supre minha saudade de dar um rolê por ai a pé e sentar numa escadaria de uma igreja ou mesmo na escadaria do Correio e ficar de boa, vendo a vida passar... guardando todos os meus personagens na mente. Andar mais um pouco e cair no Porto Velho, virar a esquerda e cair na praia, depois subir pelo Born, atravessar o Gótico e antes de subir p/ casa, cortar caminho pelo Raval.

A ultima tentativa, prometo: Um dia acordei sem conseguir beber água. Tinha um vazio dentro de mim que era maior que o meu próprio corpo. Parecia que tinha tomado uma dose elevada de anfetamina. E o vazio doía. A paz interior bateu a asas e voou. Decidi então ir direto para o templo Zu Lai. Nunca tinha ido, sempre tinha tido vontade, mas faltou oportunidade. O dia estava daqueles sem nenhuma nuvem. Fui com minhas primas pra lá e quando entrei, tranqüilizei. Não sei se a minha paz inteiror tinha voltado, mas eu tava em paz... daquelas que te embrulha feito pacote de presente. Fiz aqueles rituais acende incenso, faz um pedido, bate o sino, faz um pedido, entra no templo, faz um pedido. O pedido era o mesmo: paz interior, pelo amor de Deus. I need this. Meio que estado de abstinência de paz. Daí, maldita hora ou bendita, que resolvi pegar a sorte de hoje, ou melhor, pensamentos do Buda. Peguei o primeiro, li, achei que não tinha nada a ver comigo, li de novo e devolvi. Resolvi pegar o segundo, li, achei que não tinha nada a ver comigo, mesmo falando quase a mesma coisa e devolvi. Peguei o terceiro, li, achei novamente que não tinha nada a ver comigo e guardei comigo. Sentei na escada e fiquei lendo, mostrei para minhas primas e também não entenderam. Desencanei, guardei novamente no bolso e fui dar um role pelo jardim.

Antes disso, não lembro quantos meses, mas recordo que era outono em Barcelona, eu andava com a Keke pela calle Enric Granados falando sem parar sobre amigos meus. Ela me olhou, parou a bike e falou: Por que você quer sempre arrumar a vida dos outros? Aquilo foi forte pra mim e sinceramente eu tinha entendido 50% do que podia ser compreendido. Eu só ia entender os outros 50% quando eu realmente voltasse para o Brasil. E quando voltei, mergulhei de cabeça. Me deparei com muitos amigos, pessoas conhecidas e desconhecidas que estavam numa vibe totalmente oposta da minha. O tesão que tenho hoje na minha vida, eu o via apagado em quase todas as vidas dessas pessoas. Uma galera que esqueceu que a felicidade e a paz existem sim, que a vida é simples e linda e que ela é muito curta. E o melhor, ela é feita de momentos únicos. E esses momentos únicos são fantásticos. Quando isso vai acontecer de novo do mesmo jeito? Nunca!!! Passou, já foi. Se sorriu ou se chorou, não importa, foi. E com tudo isso na minha mente eu fui vomitando, fui falando sem parar, fui chacoalhando todo mundo, fui palpitando se era pela direita ou pela esquerda que eles deveriam ir na própria estrada. Eu quis mostrar pra todo mundo como era o máximo o meu jeito de viver. Na verdade eu só queria que todo mundo tivesse feliz, sorrindo a toa e que as coisas tivessem fluindo. Eu queria que todo mundo deixasse a janela ou a porta aberta p/ continuar em contato com o universo.

E ai tudo se encaixou perfeitamente, as mensagens do Buda me diziam que eu tinha que parar de ser arrogante, tinha que ser mais humilde. E eu fui tão arrogante com as pessoas, que fiquei arrogante com a minha própria vida. E só hoje a minha paz interior resolveu voltar para a toca. Ela voltou quando juntei tudo, coloquei no liquidificador, depois bebi e lembrei que cada um é cada um e ponto final.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Uma galeria de arte a céu aberto ...

Ainda lembro daquela noite como se fosse ontem. A gente tava sentado ali no MACBA curtindo o céu estrelado. Era verão. O calor continuava batendo 30 graus no termômetro, mesmo com o sol dormindo. Já tinha perdido as contas de quantas vezes o paquistanês passou ali e deixou uma cerveja p/ mim. Então eles tiveram a idéia de me mostrar quase todos os grafites do Raval. E em Barcelona para admirar algum grafite, o rolê tem que ser mesmo a noite quando as lojas estão todas fechadas. Barcelona não tem muro. Cada loja fechada, um grafite. E a cada grafite, uma explicação. Quem grafita pelo Raval normalmente mora pelo bairro e isso quer dizer que quase todo mundo se conhece. Pelo rolê eles me perguntam se os grafites de Sampa também são assim. E aí, o sorriso ficou maior que o meu rosto, os olhos ficaram brilhantes, o peito estufou... satisfação em sair da minha boca que os grafites na minha cidade estão nos muros, assim como deve ser.

Hoje acordo novamente no verão. O céu azul, mas agora já pra lá de branco. O calor não chega perto dos 30 graus, mas está abafado. No jornal a machete: SP quer mais grafites no Minhocão. Uma proposta da Prefeitura de São Paulo pretende transformar o vão livre do Elevado Costa e Silva (o Minhocão) em uma galeria de arte. Mas na proposta não existe a idéia de patrocinar os grafiteiros e nem o material (tintas, sprays e pistolas). Ainda não, quem sabe um dia. Enquanto isso, o secretário de Coordenação das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, pretende fazer um catálogo (roteiro) com todos os grafites existentes na cidade. Além disso, cada grafite será identificado com placas com os nomes dos grafiteiros. Assim quem sabe as empresas terceirizadas que prestam serviços de manutenção para São Paulo saberão que os muros estão grafitados (e autorizados) e não pintarão de cinza, como o grafite dos Osgemeos na Radial Leste.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Quando as respostas são melhores que as perguntas:

UOL - Se hoje vocês pudessem escolher um lugar diferente para grafitar, qual seria?

osgemeos - Seria a última parede que a prefeitura de São Paulo pintou de cinza.

Uma árvore por dia!

Enquanto eu não tenho meu terreno na praia para plantar ipês, margaridas e girassóis, compito com o rotta quem planta mais árvores nesse ano!!!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Por la carretera

Hoje foi assim: bateu saudade... logo quando acordei. Depois a saudade só foi aumentando. As fotos eram as mesmas, só que dessa vez eu não estava ali. Hoje senti vontade de estar ali. Andei por toda a casa e em momento algum encontrei o Pablo ou o Raul. E quando sai pelo portão, a praça, o restaurante Origens, a loja de surf, skate e snow também não estavam lá. E o Raval tão pouco estava depois de umas esquerdas e umas direitas. A praia ficou longe, o park guell mais ainda. Deixei recados, recebi outros. Senti saudade do Toh, do Antonio, da Keke, da Fefe, da Tuany, do Pit, do Japa, da Sheila, do Nichola, do Fernandez, do Bruno, do German, do Joselito, do Txiste e dos Mestre dos Magos. A mochila me olhou, eu olhei para a mochila.... existe algo aqui dentro. Eu acho que é um vicio.

Tô naquelas que quero ver todo mundo feliz. E sei lá porque tem muita gente triste por ai. Ai eu carrego uma função que não dou conta. Só sei que a vida é curta. Esses dias por ai proporcionei alguns encontros que nem eu acreditei. Velhos brothers numa mesa de bar. Os sonhos trocados. Acordei assim: pilhada. Quase tive um pire paque. Não consegui ficar um minuto em silêncio. Sempre em movimento. E ai, teu dia vira longo e lotado de coisas. A sensação de ser livre, leve e solta. Sonhando, construindo e idealizando. Esperando só o bonde passar e me levar. Talvez seja essa falta de medo do futuro que me deixa assim: preste a subir no bonde. Sonhando e idealizando no papel a gente chega lá, sempre. É essa maldita pergunta que chega nos meus ouvidos a cada a ano que passa: qual é seu sonho? E logo vem a segunda: Como você realizaria seu sonho? Eu não tive aulas de empreendedorismo, mas acho que já nasci com isso. Por isso aviso: estou já na metodologia, mas mesmo assim não paro jamais de sonhar.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Yo llevo en el alma un camino

Olhando agora de longe noto que virei também um personagem. Se antes todos eram personagens para minhas histórias, agora também sou, só que de gibi. Levar a vida horas personagem, horas diretora, horas crítica e horas soldado. Mas ainda prefiro ser o aventureiro. Porque dentro de qualquer aventureiro existe um personagem.

E se fomos por ai nas aulas de escritura criativa em Barcelona, o meu novo personagem entrou por um acaso no filme “Las Pistoleras”. Quatro mulheres como personagens principais. Tudo se passa no México. Principalmente no deserto. Nos pueblos. Por isso, imaginem a trilha sonora. As mexicanas se locomovem quase sempre a cavalos. Cometem crimes. Atiram. Procuram sempre vítimas. Umas morrem, outras ficam feridas. Na verdade são as vítimas que escolhem. E quando elas não atiram, garanto chamam atenção do mesmo jeito. É aquela velha história que quando elas passam, as flores dos cactos aparecem.

Voltando a trilha sonora. Qualquer música mexicana, cubana, jamaicana, coco, ciranda faz uma pistolera bailar na pista. Cada uma tem o seu ritmo preferido para cometer o crime. Quando toca tango, o meu olhar muda, a minha voz fica mais lenta, a minha dança vira literalmente minha comunicação e as minhas mãos atiram sem pensar. E quando toca flamenco me perco e me afundo no romantismo. Mas cair no romantismo já não faz parte de mim: zizinha.
Ah! Quase me esqueci. Feliz 2009 e muito sol nessa cidade cinza!!