Me despeço hoje. Não, não queira falar o que não deva. Não preciso de conselhos. Eu vou embora e pronto. Simplesmente eu não quero mais, apesar de ser bom pra caralho, se é que ainda quer saber. Mas chega. Não dá mais. É só olhar pra mim, o que restou?
Você sabe me dizer?
Claro que não. Essa resposta é só minha e digo que restou sujeira.
Sujeira acumulada de dias insanos, de noites mal dormidas, mal bebidas, mal conversadas.
A vida continua correndo, e eu, por mais calma que esteja, continuo correndo atrás dela. Tentando agarrar o bondinho, pra finalmente ele me levar pra bem longe.
Quero passear, quero andar na mesma velocidade que gira o mundo.
E nessa loucura, preciso antes te dizer tchau.
É difícil, eu sei.
Mas preciso voltar a ser a Mari.
A outra Mari.
Porque na verdade são duas, que brigam, que discutem, que tentam ceder e que tentam se equilibrar.
Uma minha luta diária.
E antes, que só fique os restos,
eu me despeço.
Espero que entenda.