segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O que restou?

Me despeço hoje. Não, não queira falar o que não deva. Não preciso de conselhos. Eu vou embora e pronto. Simplesmente eu não quero mais, apesar de ser bom pra caralho, se é que ainda quer saber. Mas chega. Não dá mais. É só olhar pra mim, o que restou?


Você sabe me dizer?


Claro que não. Essa resposta é só minha e digo que restou sujeira.


Sujeira acumulada de dias insanos, de noites mal dormidas, mal bebidas, mal conversadas.


A vida continua correndo, e eu, por mais calma que esteja, continuo correndo atrás dela. Tentando agarrar o bondinho, pra finalmente ele me levar pra bem longe.


Quero passear, quero andar na mesma velocidade que gira o mundo.


E nessa loucura, preciso antes te dizer tchau.


É difícil, eu sei.


Mas preciso voltar a ser a Mari.


A outra Mari.


Porque na verdade são duas, que brigam, que discutem, que tentam ceder e que tentam se equilibrar.


Uma minha luta diária.


E antes, que só fique os restos,

eu me despeço.


Espero que entenda.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

A página que te interessa!

Introdução


Você olhou de novo e não se segurou,

porque eu tava lá só por você.

Óbvio, que me fiz de difícil, fingi que não te vi.

Mas eu estava esperando por esse momento,

Porque seus olhos dizem até aquilo que eu não quero saber.

E desde o primeiro dia, eu sabia.

Avisei quem estava perto que aquilo ali era bom demais

E de tão bom, não podia acabar.

E não acabou.


Pula a página.


Só não venha me machucar, porque eu esperei.

Sabia que não era a hora certa.

E enquanto não chega a hora, eu vou continuar esperando.

Só quero que saiba.

Porque existe espaço, não?


Mais uma página.


Quantas chances eu tenho que te dar?

Elas esgotam sabia?

O tempo escorre e a minha paciência junto.

E ai, eu poderia dizer que está tudo em suas mãos.

Só não me culpe depois.


A última página


Aquela noite foi interrompida pelos bêbados e também pela falta de minha voz.

Mas se prepare, porque da segunda vez não passa.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Corre, Mari, Corre!

Não queria deixar isso registrado, confesso. Mas é mais forte que eu. Porque quando a gente escreve, acontece. E talvez, não quero que aconteça. Por isso não queria deixar registrado. Mas, como eu disse, é mais forte que eu.


De trás, eu vejo, o que eu não gostaria de ver. Porque apesar de não ser meu ainda, já existe no virtual. E isso, não quer dizer, que seja por meio de tecnologias. É o virtual que existe desde os homens da caverna. O virtual é construído puramente no imaginário, das nossas mentes. Como eu disse, já existe no virtual.


Então, no meio do gelo, eu pergunto: eu deveria assistir ou deveria intervir?


A dor escorre pelos ouvidos, o coração congelou e o pulmão ainda pede por um ar mais puro.


Na dúvida corri, como uma criança que corre em direção ao colo da mãe. No meio de uma noite gelada, sozinha na rua, parei e o mundo continuou girando.


Porque o mundo gira independente da sua dor.


Voltei ao passado desse mesmo ano, andei pelas ruas em plena madrugada na espera do impossível.


E depois de tantas páginas viradas, tem sempre alguém que te manda um sinal e advinha o que eu fiz? Passei reto. Pra chegar em casa depois sem ar e perguntar a mim mesma: porque mesmo você fez isso?

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Se eu pudesse...

Se eu pudesse falar, falaria que quando eu namorava, te olhava pensando se um dia a gente se encontraria por ai descompromissados. Porque os nossos olhares eram maiores que os nossos corpos. Mas por respeito, eu me guardei, esperei. Dai, nos encontramos, eu solteira e você mal-resolvido-com-a-sua-mina. Perdi o respeito, eu sei, não me aguentei, te apertei, como se o amanhã nao existisse. O respeito voltou, então te deixei partir e espero até hoje, o dia que a gente vai se encontrar sem a porra desse respeito.


Falaria que estou procurando qualquer coisa que me distraia e não faça eu pensar em você. Porque pensar em você me faz bem, mas está longe de ser só meu. Porque quando a vida me entregou o presente mais lindo e por ironia do destino tive que devolve-lo, ela me mostrou que na vida existem coisas, que simplesmente devemos saber esperar. Eu esperei e você chegou querendo me marcar e roubar meu coração.


E infelizmente te falaria que meu coração não pode ser roubado e por medo, puramente medo, estou prestes a entregá-lo de bandeja para qualquer pessoa que passe por mim.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Vírgulas

Então me mostra em qual buraco que cai.

Me avisa, me chama e me tira dali.


O tempo está correndo, e eu ainda espero a resposta, porque não posso acreditar que só exista essa.


Quero dizer muito mais. Quero dizer que fui dar o xeque-mate. E não consegui na hora h. Fui dar um ponto final nessa história toda e só consegui colocar uma vírgula. Uma não, milhares.


E o role que era finito, virou infinito.


Que a vida chegou para ficar do jeito que ela sempre foi: simples.


E é na simplicidade que vou dançar de branco no meio do mar, vou convidar as arraias para dançar comigo, vou me banhar com a lua cheia e vou cantar para Iemanjá.