domingo, 21 de fevereiro de 2010

Antes do depois

Depois do tapa, a calma.
Depois da calma, as explicações.
Não óbvias, porém compreensivas.

Onde foi mesmo que tudo parou?
E quando foi mesmo que tudo começou?

O tempo. Só ele é capaz de transformar aquilo que não quero enxergar.

Antes de invadir, delicadamente você tocou a campainha.

Não quero falar o que ainda não aconteceu.
Não quero seu beijo, antes da certeza.
Não quero seu colo, antes que toque a música.
Não quero seu carinho, antes da manhã.

Quero tudo calmo assim como seu som.
Quero seu sorriso nos meus olhos,
Quero suas palavras em meus ouvidos.

Quero gostar para depois chorar,
Quero chorar para depois amar.

Quero que os sonhos virem loucuras,
E quero você voe ao meu lado,
Do sul para o norte,
Do norte para o leste,
Do leste para o oeste,
E do oeste para algum lugar que seja bem longe daqui.

Na tentativa, quatro agulhas quebradas,
Não perfuram o coração e muito menos o couro.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Não há nada pra dizer.
Se ainda as palavras conseguissem descrever algo que passa aqui dentro,
escreveria até dizer chega,
até tudo isso secar,
escreveria até me curarem do meu sono mal sonhado,
mal dormido,
mal acordada.
O bom dia vem como uma dinamite,
explode logo que acorda.
Jurei que pararia.
Por você.
Que deve estar mais feliz do que nós.
Mas ainda é difícil imaginar que ali você não estará.
O que faz sentido mesmo????
Obrigada pelas palavras de dezembro,
eu também te amo, amigo!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

El Jardin

Foi assim. Tirei um por um. Eliminei aqueles que já não tinham mais sentido. Reguei aqueles que tinha dúvida. Alguns floriram, outros não. Colhi as flores do jardim e limpei a sujeira. O jardim está lá, pronto para ser plantado, cultivado e colhido. A chuva não castiga para aqueles que sabem a hora certa de tomá-la. E preocupada com jardim, perdi as contas de quantos dias a chuva me encharcou.

O jardim respirou com o novo muro que construí. Pronto para ser grafitado. Novos sprays, novos grafites. Dessa vez, nenhum invisível.

A sombra fala aquilo que você não quer ser. E às vezes, sem perceber, você se torna a sombra. É uma opção de escolha, como tudo na vida.

Às vezes as escolhas são feitas por você, às vezes não.

A vida sem pedir licença, te dá uns beliscões, e quando mesmo assim, você não acorda, ela delicadamente te dá alguns tapas na cara.

E quando você abre os olhos, ela te sorri.

No jardim, apenas uma flor cresce com resistência aos novos ventos. Ela tem nome, mas isso, eu conto depois.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Ras. tei. ra.

Foi de repente que percebi
um vazio, um vácuo, um vão
entre o pulmão e a garganta.

A dor não pulsa,
É sentida só quando lembrada pela mente.

A saudade – quando não matada - dói,
A lágrima quer escorrer, mas não escorre.
A noia quer se instalar, mas as palavras não deixam.

A luta constante em poucos dias.
Isso que dá entregar o coração assim de bandeja.
E se não for pedir demais,
Devolve ele, por favor?


Mari
10/11/09